Nov 26, 2024

Greve dos petroleiros cresce no RS

A greve dos petroleiros ganhou força neste terceiro dia de mobilização. Com o retorno do feriado, somaram à luta os trabalhadores do horário administrativo da Refap, TEDUT e TENIT.

A greve foi deflagrada no último domingo, dia 01 de novembro, pelos trabalhadores da Refap, UTE, e Terig. O movimento já tem a adesão de 90% dos trabalhadores do regime de turno e 70% dos trabalhadores em horário Administrativo.

O protesto é motivado pela luta contra o desmonte da estatal, que em seu plano de negócios, prevê a venda de diversos ativos da empresa. Além disso, se os cortes anunciados pela Petrobrás continuarem, a estimativa é de que 20 milhões de empregos deixem de ser gerados até 2019. Só na indústria naval, 15 mil metalúrgicos foram desempregados no primeiro semestre do ano. No setor petroquímico, 30 mil postos de trabalho estão ameaçados. Outros milhares de trabalhadores terceirizados também já foram demitidos ou estão na mira de corte. Portanto, a greve dos petroleiros acontece por uma causa de todos os trabalhadores brasileiros: A luta contra a privatização da empresa que é a principal indutora do desenvolvimento deste país.

Intransigência de gerentes já causa problemas para trabalhadores (as) presos na Refap

Vários companheiros e companheiras estão sendo mantidos presos dentro da refinaria por conta da gestão da empresa, desde domingo (1) à tarde, quando foi deflagrada a greve, mesmo tendo supervisores e coordenadores, que poderiam estar trabalhando e liberando os que querem sair. Nessa terça-feira (03) tivemos mais um caso relatado de trabalhador que sofreu problemas de saúde devido à situação e que, após cobrança por parte do Sindicato, foi liberado. O que a gerência da Refap está esperando para dar uma solução definitiva em relação a isso?

Aos nossos, companheiros e companheiras, que estão presos nas dependências da Refap, informamos que estamos entrando com uma ação para contornar essa situação, o mais depressa possível.

Reunião com a Refap

Em reunião nessa manhã com a gerência da Refap, o Sindipetro-RS cobrou  a liberação destes trabalhadores e trabalhadoras que querem sair e que estão sendo impedidos por parte da supervisão. Além disso, foi cobrada a liberação para a direção sindical, que até então está impedida de entrar e verificar as condições de saúde e segurança nas unidades.  O Sindipetro-RS ressaltou que eles têm o seu grupo de contingência, e que, por isso, não podem prender ninguém dessa forma, mas que a categoria está disposta a negociar, desde que a refinaria tenha parada de unidades com impacto no resultado da empresa.

A gerência concordou a entrada da direção sindical, no entanto quanto à liberação dos trabalhadores ela disse que estudará uma proposta sobre isso, mas não se comprometeu.

 

A única luta que se perde é a que se abandona (Pepe Mujica)

Gerente geral da Rlam manda prender conselheiro de administração eleito

A Gerência Geral da Refinaria Landulfo Alves (Rlam) cometeu na madrugada desta terça-feira, 03, um atentado contra a organização sindical petroleira. Com o objetivo de intimidar e de deter a greve da categoria, o gerente mandou prender o representante dos petroleiros no Conselho de Administração da Petrobrás, Deyvid Bacelar, que é também coordenador do Sindipetro Bahia.

A prisão arbitrária e ilegal ocorreu na refinaria, onde várias ações intimidatórias e truculentas estão ocorrendo. Desta vez, o alvo a ser atingido era o conselheiro eleito. Sob orientação do gerente da Rlam, que identificou  Deyvid entre os trabalhadores e militantes que estavam no local conduzindo a greve, a Polícia Militar, que ocupa a refinaria desde domingo, partiu para a truculência, jogando as viaturas contra os petroleiros.

Deyvid e outros dirigentes do Sindicato tentaram resolver o conflito, quando foram surpreendidos pelos policiais, que acusaram os sindicalistas de desacato, numa clara armação para deter o representante dos petroleiros no CA da Petrobrás. Os policiais deram voz de prisão para os trabalhadores e também prenderam o fotógrafo, que registrava a arbitrariedade e teve seu equipamento apreendido.

Eles foram levados para a delegacia de São Francisco do Conde, onde não havia delegado de plantão, e foram liberados, após ficar evidente a arbitrariedade e ilegalidade da prisão. Deyvid e os outros dois trabalhadores se dirigiram para uma outra delegacia, onde prestaram queixa contra a armação dos policiais, que, a mando da gerência da Rlam, chegaram a agredir o conselheiro eleito e danificaram a máquina do fotógrafo.

A gravidade desses acontecimentos remete aos tempos da ditadura militar. Além de atentar contra a liberdade sindical, a arbitrariedade ocorrida na Rlam é mais uma prova de que as gerências da Petrobrás agem como bem querem, sem qualquer preocupação com a lei. A prisão do conselheiro eleito pelos trabalhadores só demonstra o despreparo dos representantes da empresa para lidar com situações de conflito. Os que combatem a greve com ações truculentas são os mesmos que estão à frente do processo de negociação. Arbitrariedades e práticas antissindicais não serão toleradas pelos petroleiros. A resposta da categoria é intensificar a greve.

 

Fonte: INFORME FUP

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