Nov 26, 2024

Pressão da Petrobrás para impedir greve leva à morte supervisor na Repar

A irresponsabilidade dos gestores da Petrobrás, ao tentar manter a produção a qualquer custo durante a greve dos petroleiros, delegando a operação das unidades a equipes de contingência insuficientes, fez sua primeira vítima. O supervisor de mecânica, Pedro Alexandre Bagatin, 48 anos, que integrava a equipe de contingência da Repar, infartou na noite de quinta-feira, 05, dentro da refinaria e faleceu na manhã desta sexta-feira (06).

A FUP e seus sindicatos lamentam o ocorrido e se solidarizam com a família do petroleiro. O movimento sindical tem denunciado desde o início da greve os riscos que os gestores da Petrobrás vêm expondo os trabalhadores. O Comando de Greve da FUP e o Sindipetro-PR/SC convocam a categoria e os movimentos sociais para um ato político no domingo (08), em frente à Repar, em protesto contra a insegurança e as arbitrariedades da Petrobrás.

A FUP buscou todas as formas de negociação de um acordo com a empresa para cumprimento da Lei de Greve, estabelecendo cotas de produção e efetivos mínimos para garantir as necessidades imediatas da população e a segurança dos trabalhadores e das comunidades vizinhas às refinarias, terminais, usinas e termelétricas. A Petrobrás, não só se recusou a negociar, como nem sequer compareceu à audiência com o Ministério Público do Trabalho, no último dia 29.

Os sindicatos continuam denunciando as condições inseguras de trabalho das equipes de contingência, que, em várias unidades, estão trabalhando há mais 72 horas. Já houve incidentes graves na Lubnor (CE) e na Recap (SP). As gerências, no entanto, têm se recusado a negociar a substituição desses trabalhadores e a garantia de cotas de produção, como prevê a Lei de Greve.

A FUP, portanto, orienta todos os petroleiros que integram as equipes de contingência que somem-se à greve, fortalecendo o nosso movimento, e entreguem os seus postos de trabalho. Nossa luta é também por segurança e recomposição de efetivos. Só este ano, já são 20 trabalhadores mortos em decorrência da insegurança.

A greve dos petroleiros é um direito humano e constitucional.Não vamos permitir que os gestores da Petrobrás continuem colocando a produção acima da vida.  

Fonte: INFORME FUP

5º DIA DE GREVE – Giro Nacional

No quinto dia de greve dos petroleiros, o movimento segue cada vez mais forte em todo o país. No RS, estão montados piquetes permanentes em frente à Refap, no TERIG, TENIT e TEDUT. Os trabalhadores da UTE tem participado junto com os da Refinaria. O Sindipetro-RS reitera a importância e necessidade de que os trabalhadores estejam presentes nos piquetes, acompanhando e fortalecendo a greve. A todo o momento são passados informes do movimento no Estado e no Brasil e tomadas decisões coletivas.

Giro Nacional

Enquanto a Petrobrás recorre à Polícia e aos interditos proibitórios para tentar desmobilizar os trabalhadores, a greve segue forte em todo o país, impactando cada vez mais a produção. Na Bacia de Campos, as principais plataformas seguem paradas. Com isso, 25% da produção nacional de petróleo foi reduzida.

Na Bahia, o sindicato estima que metade da produção do estado foi paralisada pela greve. No Rio Grande do Norte, as 13 plataforma que estão paradas já reduziram em 50% a produção de óleo. No Ceará, a greve afetou em 87% a produção de óleo e em 94% a de gás, segundo levantamento do sindicato.

Na Reduc (Duque de Caxias) e na Replan (Campinas), duas das maiores refinarias do país, a produção de coque já começa a ser afetada. Segundo o Sindipetro Caxias, o carregamento de coque e a entrega de produtos químicos na Reduc estão parados, o que gera um prejuízo de mais de  R$ 1 milhão por dia à Petrobrás.

Estão em greve todas as refinarias e terminais das bases da FUP, assim como plataformas, campos de produção terrestre, unidades de tratamento de gás, Fafen`s, Six, usinas de biodíesel e termoelétricas.

Com informações da FUP

Petrobrás subestima greve e mente para a sociedade

Em nota divulgada na noite de ontem (03/11), a Petrobrás, mais uma vez, mente para os trabalhadores e para a sociedade brasileira. A empresa admite que a greve nas bases da FUP, já em seu segundo dia, afetou a produção, mas subestima o impacto da paralisação e da redução das atividades de unidades operacionais em diversos estados do país. 

No comunicado à imprensa, a Petrobrás alega que a greve dos petroleiros impacta também a arrecadação de tributos para a União, estados e municípios. No entanto, a empresa continua se recusando a discutir com os trabalhadores medidas alternativas ao seu Plano de Negócio e Gestão, que prevê cortes de investimentos de mais de R$ 500 bilhões e venda de ativos superiores a R$ 200 bilhões.

Essas medidas, sim, afetam, e muito, a economia no âmbito federal, estadual e municipal, pois para cada R$ 1 bilhão que a Petrobrás deixa de investir no país, o efeito negativo sobre o PIB é de R$ 2,5 bilhões. Se os cortes anunciados pela empresa continuarem, a estimativa é de que 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019. Só este ano, 15 mil metalúrgicos foram demitidos, outros milhares de petroleiros terceirizados contratados pela Petrobrás perderam seus empregos e mais de 30 mil postos de trabalho estão ameaçados no setor petroquímico.

Como se isso não bastasse, a empresa ainda tem a cara de pau de afirmar para a sociedade que está “tomando as medidas necessárias para garantir a manutenção de suas operações, preservando suas instalações e segurança de seus trabalhadores”. A FUP e seus sindicatos têm denunciado a possibilidade de ocorrências de acidentes graves em função das equipes de contingência que a Petrobrás ilegalmente está colocando para operar as unidades, na tentativa de retomar a produção a qualquer custo.

Além de não terem capacidade técnica para assumir uma unidade, já que são formadas por gerentes e outros pelegos ligados à gestão e não à operação, os grupos de contingência atuam com número bastante reduzido de profissionais. Durante a construção da greve, a FUP e seus sindicatos buscaram exaustivamente negociar com a Petrobrás cotas de produção e efetivos mínimos de trabalhadores para garantir a segurança operacional e as necessidades imediatas da população, como determina a Lei de Greve. A empresa, no entanto, se recusou a negociar e nem sequer compareceu às audiências convocadas pelo Ministério Público do Trabalho.

Na nota divulgada, a Petrobrás, cinicamente, reitera sua disposição para negociar e reafirma a proposta de reajuste salarial. Ou seja, continua ignorando a Pauta pelo Brasil, que a FUP e os seus sindicatos tentam há quatro meses discutir com a empresa. Quando é que os gestores vão entender que a greve não é por salários e sim contra o desmonte da Petrobrás e das conquistas que os trabalhadores garantiram a duras penas? A FUP e seus sindicatos estiveram há mais de 100 dias à disposição para discutir com a empresa manutenção dos empregos e direitos, uma nova política de segurança, recomposição dos efetivos. Quem não quis negociar e empurrou a categoria para a greve foi a Petrobrás. 

Fonte: INFORME FUP

 

 

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