Nov 22, 2024

Petrobrás mata trabalhador e depois culpa o morto!

A lógica perversa da política de SMS da Petrobrás, que transfere para o trabalhador a responsabilidade pela segurança, punindo as vítimas e protegendo os gestores, atingiu o máximo da crueldade. Ao contestar a ação do filho de Luis Augusto Cabral, o técnico de operação da Reduc que morreu em 31 de janeiro de 2016, ao cair dentro de um tanque com óleo a uma temperatura de 75 graus, a empresa teve o desplante de culpar o petroleiro pelo acidente, que, comprovadamente, foi causado pela negligência e omissão da gerência da refinaria.

Contrariando todos os relatórios dos órgãos fiscalizadores que investigaram o acidente, a Petrobrás negou qualquer envolvimento na morte do operador e, pior, transferiu para ele toda a responsabilidade pelo ocorrido. A empresa chegou ao cúmulo de afirmar que desconhecia o que Cabral fazia no teto do tanque, que, apesar de estar visivelmente corroído pela ferrugem e condenado pelos fiscais do Ministério do Trabalho, só foi interditado pela Reduc, após a morte do operador.

Mais do que absurda, a inversão de papéis feita pela Petrobrás é um desrespeito não só à família de Cabral, mas a todos os trabalhadores. Cinicamente, a empresa tenta desqualificar um operador experiente, que era referência em Transferência e Estocagem na Reduc e que, absurdamente, acabou perdendo a vida em um acidente que poderia ter sido evitado, se os gestores cumprissem sua função de garantir a segurança. O que fizeram, no entanto, foi exatamente o oposto.  Além de terceirizarem as inspeções de equipamentos próprios, ainda foram coniventes com uma série de fraudes cometidas na refinaria, inclusive na inspeção do tanque que causou a morte de Cabral.  O descalabro foi tamanho que a Reduc teve o certificado de Spie cassado pela Comcer. 

Como a FUP e seus sindicatos denunciam há anos, o modus operandi dos gestores é burlar as normas e procedimentos de segurança para depois tirarem o corpo fora, culpando e punindo os trabalhadores, como fez a Petrobrás ao contestar a ação em que o filho de Cabral responsabiliza a empresa pela morte do pai.  Só falta a empresa querer processar por improbidade administrativa os técnicos que, anos antes do acidente, já haviam condenado a corrosão do tanque.

Mais do que nunca, é preciso denunciar as arbitrariedades de um sistema de consequências que tem por foco a punição e não a prevenção. Por isso, é fundamental que os trabalhadores utilizem o “Formulário de Não Conformidade”, que a FUP e seus sindicatos estão distribuindo em todas as unidades do Sistema Petrobrás, mais um instrumento de luta, que, junto com o Direito e Recusa, deve ser priorizado pela categoria na busca por condições seguras de trabalho. 

Acesse https://goo.gl/LRmn7t , assista ao vídeo que explica como preencher o “Formulário de Não Conformidade” e ajude a divulgar essa importante ferramenta para denunciar as arbitrariedades e desvios cometidos pela Petrobrás. É preciso que deixemos claro para os gestores que colocar vidas em risco não é acidente e sim crime.

FUP

Retorno do benefício farmácia foi uma das exigências na reunião de ACT

Ao mesmo tempo em que os trabalhadores protestavam por todo o país na última terça-feira (26), a FUP estava reunida com a Petrobrás, para exigir o cumprimento de compromissos que estão sendo negligenciados pela empresa e o respeito pelo acordo de trabalho (ACT) e normas regulamentadoras.

Um dos pontos debatidos foi o retorno do Benefício Farmácia, conquista de Acordo Coletivo de Trabalho e que foi tema de matéria em reportagem de emissora de televisão, onde se tentou passar uma imagem que os Petroleiros são privilegiados. É notória a existência da parceria entre o governo golpista, alguns setores da Petrobrás e veículos da grande imprensa, que tentam desmoralizar a empresa e seus funcionários, e que teve como resultado a demissão do gerente executivo Antônio Sérgio. Ora, se a decisão de conceder o benefício foi da diretoria da companhia, porque só o Antônio Sérgio? Será que os outros diretores foram ludibriados? Caso positivo e devem ter se defendido desta forma, não servem para estar na direção de uma empresa que movimenta bilhões de dólares em contratos.

 

Todos os pontos apresentados pela Federação como a pendência no cumprimento do Acordo foram tratados com desinteresse e ou desconhecimento, para piorar a situação, informaram em mesa que todo RH está paralisado, em virtude da espera da chegada do novo gerente de RH que virá de fora da empresa, indicação de Parente. Não foi o Parente que disse que acabaram as indicações políticas? Será que não temos quadros competentes para gerir o RH da empresa? Vários dos que estão como diretores foram gerentes executivos que aprovaram e contribuíram para a construção das políticas de RH em curso e hoje, são negadas por eles.

A Diretoria de Conformidade assedia os trabalhadores a dar ciência no Código de Ética e Guia de Conduta, prática esta que o próprio Código de Ética condena, a mesma diretoria finge não enxergar que a Cia está descumprindo cláusulas do ACT (que tem poder de lei) e a Norma regulamentadora 20. Não seria atribuição da Diretoria de Conformidade ser guardiã do cumprimento das leis? Ou será que é só para fazer uma brutal caça às bruxas dentro da empresa, onde parece que todos são culpados até que se prove o contrário?

Desta maneira, somente a força dos trabalhadores vai reverter um quadro que se aproxima de desmonte da Petrobrás e que tem como verniz o combate à corrupção, que é, na verdade, o DNA dos entreguistas de plantão que nunca aceitaram o sucesso da Petrobrás e têm pressa para desmontar a empresa. Assim, a união dos sindicatos, movimentos sociais e trabalhadores é essencial para garantir as conquistas do Acordo Coletivo e garantir também que o Pré-Sal seja nosso, fortalecendo a Petrobrás, gerando emprego e renda para todos os brasileiros.

Manter acesa a chama da resistência, esta é a nossa marca.

 

Sindicatos da FUP discutem conjuntura política e econômica do Brasil

Dirigentes do Sindipetro-RS participam do Seminário

No segundo dia do seminário de planejamento estratégico para campanha salarial 2016, o economista Cloviomar Cararine (DIEESE/FUP) fez uma análise conjuntural sobre as questões econômicas relacionadas à Petrobrás e pontuou informações importantes para a organização da pauta a seguir na campanha salarial de 2016.

Assim, os dirigentes da FUP, além dos representantes dos Sindipetros presentes no seminário, vão poder comparar e traçar paralelos com a campanha desenvolvida no ano passado, analisando seus pontos positivos e negativos.

Desta maneira, o economista apresentou os dados sobre a complexa situação do país, que enfrenta o golpe de Estado, luta contra o PLS 4.567/2016, que impõe o fim da operação única da Petrobrás, além de conviver com a possibilidade de alteração da Política de Conteúdo Local.

Todo esse contexto instável e antidemocrático atinge diretamente a Petrobrás e os trabalhadores. Enquanto a empresa sofre com os efeitos da venda de ativos e redução do seu papel, foco no investimento e retorno aos acionistas, presença dos privatistas no governo, os trabalhadores lidam com a falta de representação na diretoria da empresa, que está nas mãos de Pedro Parente, indicado político alinhado ao governo político.

Na gestão de Parente, houve uma diminuição considerável dos trabalhadores que prestavam serviço à Petrobrás, além de uma política de desinvestimento da empresa. Assim, trabalhadores foram diretamente prejudicados, tanto pelas demissões em massa, como pelos efeitos do PIDV, que gerou a redução da base dos sindicatos. Além disso, também são obrigados a conviver com o retrocesso: a redução dos direitos conquistados no ACT, e a ameaça, que atinge todos os brasileiros, de ver o nosso maior bem público, o Pré-Sal, sendo entregue às mãos do capital estrangeiro.

Fonte: FUP

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