Nov 26, 2024

Em defesa da Petrobrás, do Brasil e da vida, greve começa forte em todas as unidades operacionais da estatal

Em repúdio às medidas privatistas do Plano de Negócios e Gestão da Petrobrás para o período de 2015/2019, os petroleiros e petroleiras de todo o país iniciaram na tarde deste domingo, 01 de novembro, uma greve em todas as unidades operacionais da empresa, que seguirá por tempo indeterminado, até que a Petrobrás resolva compreender e, debater seriamente, a Pauta pelo Brasil. (Acesse aqui: http://fup.org.br/images/downloads/pauta-politica-unificada-2015-2017-png-apresentada-nova-2.pdf

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás não admitem a retirada de nenhum direito adquirido nos últimos anos e, reivindicam que a empresa implemente novas práticas de SMS que prezem efetivamente pela vida dos trabalhadores, já que só no ano de 2015, dezenove empregados morreram em consequência de acidentes fatais na companhia.

Além disso, a greve dos petroleiros é motivada pela luta contra o desmonte da estatal, que em seu plano de negócios, também prevê a venda de diversos ativos da empresa. Além disso, se os cortes na Petrobrás continuarem, a estimativa é de que 20 milhões de empregos deixem de ser gerados até 2019. Só na indústria naval, 15 mil metalúrgicos foram desempregados no primeiro semestre do ano. No setor petroquímico, 30 mil postos de trabalho estão ameaçados. Outros milhares de trabalhadores terceirizados também já foram demitidos ou estão na mira de corte, portanto, a greve dos petroleiros acontece por uma causa de todos os trabalhadores brasileiros: A luta contra a privatização da empresa que é a principal indutora do desenvolvimento deste país.

Os petroleiros permanecerão em greve por tempo indeterminado em todas as refinarias, terminais plataformas, campos terrestres e demais unidades operacionais das bases da FUP.

Confira a adesão à greve nos seguintes estados:

RS – Houve corte de rendição na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Terminal da Transpetro Sepé Tiaraju e Rio Grande.
AM – Na Reman, houve corte de rendição com adesão de 90% dos trabalhadores e 100% nos Terminais Aquaviários de Coari e Solimões.
BA – As unidades da RLAM, Fafen e Terminal da Transpetro em Madre Deus, o corte de rendição foi iniciado às 15h, com adesão de 60% dos trabalhadores de turno.
CE – Estão paralisadas 13 unidades operacionais da Petrobrás no estado, entre elas, plataformas marítimas e campos de produção terrestre. Segundo informações do sindicato, até o momento, apenas 32% da produção de óleo e 37% da produção de gás estão em funcionamento. Na Petrobrás Biocombustível de Quixadá, a greve teve 100% de adesão, inclusive de supervisores, que entregaram a produção da unidade.
RN - A greve foi deflagrada no Pólo de Guamaré, em todas as plataformas marítimas e na Usina Termoelétrica Açu.
PE – Os trabalhadores do Terminal da Transpetro em Suape e da Refinaria Abreu e Lima fizeram corte total de rendição na unidade. No terminal, houve o impedimento do carregamento de bunker que abastece as térmicas da unidade.
Unificado de SP – Houve 100% do corte de rendição nas refinarias de Capuava (Recap) e de Paulínia (Replan). Na Usina Termoelétrica Luiz Carlos Prestes Três Lagoas (MS), os trabalhadores também aderiram à greve.
NF – Na Bacia de Campos, 21 plataformas foram paradas até o momento, sendo 13 com parada total e 08 com redução de produção. As plataformas paradas são: PGP-1, PCE-1, PPM-1, PNA-2, PCH-1, PCH-2, PVM-1, PVM-2 e PVM-3, P-09, P-15, P-31, P-65 (plataformas flutuantes). As plataformas com redução são: P-18, P-32, P-40, P-50, P-51, P-56, P-61, e P-62. A estimativa de redução de produção na Bacia de Campos com a parada destas unidades é de cerca de 400 mil barris por dia. No Terminal de Cabiúnas, em Macaé, houve corte de rendição
Duque de Caxias – Na Refinaria Duque de Caxias (REDUC), também houve corte de 100% da rendição, assim como no Terminal Campos Elíseos.
ES – Nas Unidades de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) e UTG-Sul, a greve teve adesão de 100% dos trabalhadores.

Nas unidades operacionais de Minas Gerais e Paraná, os cortes de rendição começarão a partir das 23h.

Fonte: INFORME FUP

Carta aberta da FUP aos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás

A categoria petroleira inicia, hoje, mais uma greve que entrará para a história do movimento sindical. Diferente de outros momentos quando nossas reivindicações eram corporativas, entraremos em greve porque queremos legitimamente DISCUTIR OS RUMOS DA NOSSA EMPRESA E DO BRASIL!

A Pauta pelo Brasil nasceu de uma reunião entre a FUP e o Presidente Bendine, realizada em 19 junho de 2015, quando os rumores de que o PNG 2015-2019 estaria recheado com cortes de investimentos e venda de importantes ativos. Durante a reunião, a Federação demonstrou ao Presidente as preocupações e também a disposição em colaborar com sugestões ao referido PNG. Tivemos na reunião citada, o sinal verde para enviar nossas propostas mesmo sem qualquer compromisso em acatá-las.

Com a ajuda das assessorias da Federação, elaboramos a Pauta pelo Brasil e, através do nosso Representante no CA, Deyvid Bacellar, entregamos ao Conselho de Administração em 26 junho de 2015. Em seguida aprovamos, junto aos trabalhadores, nossa Pauta na V PLENAFUP e encaminhamos a direção da Petrobrás em 07 julho 2015.

Entregamos à Presidenta Dilma Rousseff a nossa pauta, durante o encontro com os movimentos sociais, realizado no dia 13 de agosto.

A FUP sempre quis negociar a sua Pauta, já a Petrobrás...

Aí começa o jogo de palavras!

Em todos os documentos emitidos pela empresa, tanto para a categoria como para o MPT, a Companhia se coloca como vítima e pronta a negociar. Será?

Em quase cem dias a Petrobrás não emitiu qualquer ruído, em um estado de hibernação que contraria a lógica, uma vez que, se há o desejo de negociar, qual o motivo de se manter em silêncio por tanto tempo? Quem deseja negociar, desconsidera solenemente os fóruns da categoria? Quem está aberta a negociar, mente como a empresa está fazendo? Quem quer negociar atropela as leis como a Petrobrás está fazendo?

Afirmamos, no primeiro ítem da nossa Pauta, que só iriamos iniciar o processo de negociação do ACT, após esgotadas as discussões da Pauta pelo Brasil. Notem que colocamos, ESGOTADAS AS DISCUSSÕES, em momento algum colocamos atendimento as nossas propostas. Em um claro desrespeito às entidades sindicais, a empresa apresenta sua proposta para pactuação de ACT recheada de maldades.

Caminhando pela Pauta pelo Brasil, chegamos a discussão de efetivo. Aproximadamente 6.000 trabalhadores (as) deixaram a empresa pelo PIDV e até agora nada de reposição. Já realizamos várias reuniões com a Petrobrás cobrando dela o cumprimento da NR-20, onde ela tem que apresentar para os sindicatos o efetivo de segurança para Refinarias e Terminais, bem como chegou a tal dimensionamento. Finge não ser como ela, mas está disposta a negociar lembram?

Estamos com 19 mortes no ano de 2015, sendo que a tragédia no FPSO Cidade de São Mateus saltou aos olhos pelo fato inédito que um Cipista eleito resolveu falar sobre os desmandos da Empresa BW Off Shore no trato com a segurança. O que faz a Petrobrás? Em seu relatório da comissão que apurou a tragédia, ignorou solenemente o relato do Cipista e ainda fez elogios a política de SMS da Empresa, essa é a maior demonstração de falta de compromisso e descaso com a segurança e a vida do maior capital que a empresa possui, qual seja, o capital humano, composto por todos os trabalhadores, primeirizados ou terceirizados. Todas propostas feitas pela Federação para mudar de verdade a Política de SMS da Empresa são desconsideradas. E mesmo assim, a Petrobrás quer negociar?

Vender em um momento que todas as operadoras no mundo oferecem algo em torno de U$$ 1 trilhão de ativos, é algo impensável, desfazer a lógica de Empresa integrada, não incorporar a Fábrica de Fertilizantes e Nitrogenados Araucária, não concluir as obras que estão quase no seu final, reduzir em 40% os investimentos nos próximos quatro anos, que podem gerar a extinção de 20 milhões de empregos até 2019, são outras perversidades do atual PNG.

Reduzir custos nas costas dos trabalhadores é covardia, vários chefes de família já foram demitidos e o andar de cima assiste a tudo impassível. Não seria mais justo combater os desperdícios? Porque não fazem? Como certeza irão encontrar vários Gerentes que gastaram como não houvesse amanhã e agora buscam desviar o foco para cima dos trabalhadores.

Quando é instada a se posicionar sobre o Pré-Sal, a gestão com um discurso ensaiado responde: Cumpro a Lei.

E a lei de greve, porque não cumpre? E a NR-20 porque não cumpre? E a decisão proferida na ACPU 0000891-59.20122.5.01.0203 porque não cumpre?

Depois de todos os fatos expostos, quem de fato sempre esteve aberto à negociação? A FUP ou a Petrobrás?

Demitir trabalhadores terceirizados, reduzir direitos, arrochar salários, proteger gerentes que descumprem o Código de Ética, redução do tamanho e importância da empresa é o que está no horizonte e, se você, Petroleiro (a) ainda não entendeu. Se você quer lutar contra tudo isso, puxe para o lado certo e vamos a GREVE!

“A única luta que se perde é aquela que se abandona”

Pepe Mujica

Fonte: FUP

Comunicado da FUP – Greve neste domingo por tempo indeterminado

A Federação Única dos Petroleiros  emitiu nesta quinta-feira (29) uma carta aberta destinada à população, ao MPT e à Gestão Pessoal da Petrobrás. Em nota, a FUP salienta que desde o mês de junho vem tentando negociar com a empresa, mas até agora a gerência fez pouco caso da negociação. Portando, a resposta da categoria será por meio de greve, a partir deste domingo, às 15h, por tempo indeterminado.

Confira aqui a íntegra do comunicado.

 

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