Nov 26, 2024

Com unidade e organização, greve segue forte no RS

Na manhã desta segunda-feira, 09, os petroleiros e as petroleiras da Refap deram uma demonstração de união e organização no movimento grevista. Os companheiros dificultaram todos os acessos à refinaria, criaram cartazes, simbolizaram a bandeira nacional e lotaram o piquete da resistência. Os fura-greves passaram pelo corredor da conscientização, pisando no tapete com as cores do Brasil.

Em conversa com os petroleiros, o presidente Maia falou da situação dos trabalhadores que ainda estão sob cárcere privado, desde o dia 01: “infelizmente este juiz não teve o mínimo de respeito aos seres humanos que estão presos. Se ele viesse olhar aqui de dentro a situação, ele iria enxergar pessoas deitadas junto a equipamentos, caixas de instrumentação, expostos ao ruído, ao pó, numa condição plenamente fora da realidade e do respeito ao ser humano. Infelizmente esse juiz não respeitou essas pessoas, mas respeitou as máquinas, só para garantir o funcionamento delas. Infelizmente, esperar algo da justiça é um erro, mas é um recurso. A justiça é para o grande capital e exploradores da mão de obra. Mas o nosso jurídico não desistiu, nós vamos insistir em cobrar uma solução do judiciário”, disse o presidente.

O representante da Federação dos Metalúrgicos do RS, Pedro Milton, esteve presente em apoio ao movimento: “O emprego de milhares de trabalhadores metalúrgicos depende do plano de investimento da Petrobrás. Parabenizamos um movimento inédito como este. Vocês poderiam apenas estar reivindicado o reajuste salarial, mas vocês resolveram fazer uma campanha mais ampla, com um propósito maior. Nós metalúrgicos devemos muito a vocês, por isso estamos junto nessa. Esta luta é heroica”, disse o metalúrgico.

Trabalhadores e trabalhadoras da Refap, em cárcere privado, não são reconhecidos, como tal, pela Justiça do Trabalho!

Na noite deste sábado (07), o juiz da 3ª Vara do Trabalho de Canoas, publicou sentença sobre o habeas corpus, onde buscávamos libertar os trabalhadores grevistas retidos na Refap desde às 07h do dia 01 de novembro.

A decisão foi contrária e os argumentos, em nossa opinião, profundamente equivocados. Em síntese o juiz entende que no habeas corpus precisa haver a prova de coação física, impedimento físico de retirada e que esta prova não existe. Além disso, acata os argumentos que alguns trabalhadores com problemas de saúde ou que demonstram interesse, foram liberados.

Entendeu que o receio de represália pela empresa em caso de saída unilateral do empregado, não se equivale a constrangimento ilegal. Diz que essas questões podem ser discutidas em outras ações, por exemplo, o Dissídio de greve. 
Entendemos como óbvio, que a coação não é física, é pior do que isso, é psicológica e tem a ver com o emprego de cada um.

É importante ressaltar que, ao contrario do sustentado na sentença, a própria Petrobrás na sua defesa admite que os trabalhadores que lá estão, só podem sair se outros entrarem. 
O juiz, por opção sua, não verificou pessoalmente ou por oficial de justiça as condições dos trabalhadores lá retidos. Demonstrou desconhecimento de como funciona uma refinaria e deu mais importância ao funcionamento da empresa do que a saúde dos trabalhadores.

O Sindicato tomará novas medidas judiciais adequadas. Não desistiremos de retirar os grevistas de dentro da Refinaria, por nada. Essa é a nossa luta e dela depende a sobrevivência da nossa empresa.

A única luta que se perde, é a que se abandona! Não abandonaremos!

Diretoria do Sindipetro-RS

Aposentados e pensionistas: sua participação é fundamental nesta greve!

A direção do Sindipetro-RS conclama a participação dos petroleiros aposentados e pensionistas em mais uma batalha na defesa da Petrobrás. Nesta segunda-feira, 09, tragam suas experiências de lutas e juntem-se aos companheiros que estão nos piquetes montados em frente à refinaria e aos terminais, na luta por uma Petrobrás mais forte e soberana.

Há uma semana petroleiros e petroleiras de todo o Brasil iniciaram mais uma greve que entrará para a história do movimento sindical. É fundamental o apoio e a união dos aposentados e das pensionistas neste momento. Esta greve é de todos os petroleiros e de todos os brasileiros.

 

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