Nov 26, 2024

Petrobrás desdenha da categoria e ignora Pauta pelo Brasil. Resposta é greve!

A FUP e seus sindicatos reuniram-se com a Petrobrás e subsidiárias nesta quarta-feira, 28, em mais uma tentativa de negociação da Pauta pelo Brasil, cujas reivindicações aprovadas pela categoria foram apresentadas à empresa no dia 07 de julho. Passados mais de cem dias, a Petrobrás segue ignorando os trabalhadores.

Nenhuma resposta objetiva foi dada aos questionamentos da FUP sobre vendas de ativos, cortes de investimentos, insegurança, redução de efetivos, demissões em massa, interrupção de obras e cancelamento de projetos, que estão afetando a vida de milhares de trabalhadores pelo país afora. Além de ignorar a Pauta pelo Brasil, os representantes da Petrobrás ainda tentaram impor na mesa de negociação a discussão da proposta da empresa de rebaixamento do Acordo Coletivo.

A FUP reafirmou que o objetivo da reunião era debater a Pauta pelo Brasil, que foi aprovada massivamente pela categoria, onde uma das cláusulas ressalta que os trabalhadores não aceitarão nenhum direito a menos. "A Federação Única dos Petroleiros e seus Sindicatos reforçam que não aceitarão qualquer retrocesso nos direitos adquiridos pelos trabalhadores", afirma a Cláusula 13 da Pauta pelo Brasil.

Diante do impasse mais uma vez estabelecido pela Petrobrás, a FUP e seus sindicatos retiraram-se da reunião, reiterando que as negociações daqui para frente se darão durante a greve aprovada pelos petroleiros. A postura arrogante da empresa continua sendo a de desdenhar dos trabalhadores, desrespeitando os fóruns de deliberação da categoria. A resposta será dada na greve.

Nesta quinta-feira, 29, a FUP e seus sindicatos terão mais uma reunião com o Ministério Público do Trabalho para buscar o cumprimento da Lei de Greve, de forma a garantir o exercício pleno desse direito.

Fonte: FUP

Chapa apoiada pela Sindipetro-RS vence eleição para o Conselho Deliberativo

Os candidatos da FUP, apoiados fortemente pelo Sindipetro-RS, Paulo César Martin (titular) e Norton Cardoso (suplente), venceram a eleição para o Conselho Deliberativo da Petros. A dupla conquistou 7.076 votos e ocupará a vaga dos representantes da ativa. A dupla Epaminondas Mendes e Xerxenesky foi eleita para a vaga dos assistidos, com  5.011 votos.

Os companheiros Daniel Saramate Queiroz e Sérgio Lyra, que disputaram a eleição para o Conselho Fiscal com apoio da FUP e de seus sindicatos, conquistaram 6.381 votos, mas, lamentavelmente, não foram eleitos. Os conselheiros que ocuparão a vaga dos assistidos no Conselho Fiscal da Petros são Fernando Siqueira e Paulo Brandão.

Ao todo, 27.519 eleitores participaram do processo eleitoral, o que representa 19% dos participantes da Petros. A FUP e seus sindicatos parabenizam todos os candidatos e eleitores que participaram dessa importante conquista, que é a eleição direta para os Conselhos da Petros. Agradecemos os votos que foram depositados nos candidatos apoiados pela FUP e reiteramos os compromissos da Chapa "Garantia no presente e segurança no futuro".

Fonte: FUP

Petrobras sair de campos terrestres e pequenos não tem nada de novo

A Folha, hoje, noticia que “a  Petrobras decidiu mudar seu portfólio de exploração de petróleo. Em busca de projetos com maior rentabilidade, a estatal vai sair gradualmente dos poços situados em terra e em águas rasas e passar a se concentrar na extração de óleo e gás em águas ultraprofundas, o que inclui o pré-sal”.

Noticia é, neste caso, um verbo impróprio para algo que não seja ironia.

Primeiro, porque uma empresa que há 40 anos começou a mudar o perfil exploratório do petróleo brasileiro de terrestre para marítimo, que há pelo menos 30 anos trabalha em águas profundas (300  a 1.500 metros de lâmina d’água) e há 18 em água ultraprofundas (acima de 1.500 m) não se pode dizer que tenha decidido “mudar seu portfólio” , muito menos quando há pouco mais de oito anos achou uma jazida imensa no pré-sal que, mal arranhada em seu potencial produtivo , já responde por um terço de todo o petróleo e gás no país.

Como assim “decidiu mudar”, então?

A Petrobras, há décadas, investe essencialmente em ampliar sua produção no mar e, especialmente, em águas profundas.

Seus programas de desinvestimento faz muito tempo contemplam a transferência de poços terrestres de baixa produção para a iniciativa privada, em geral pequenas e médias empresas para as quais isso pode ser rentável, enquanto para quem é gigante seria impensável operar poços ou campos de baixa produção, seja porque já drenados ao longo de décadas, seja porque originalmente de produção em baixa escala.

De todo o petróleo produzido no Brasil, 94% vêm do mar. Ao contrário, dos  8.985 poços de petróleo, 91% estão em terra.

A supremacia da exploração marítima é evidente e histórica. E, nela, a das águas profundas e ultra profundas, inclusive o pré-sal é quase tão gritante quanto. Quatro quintos de todo o petróleo produzido pela Petrobras vieram de 11 campos de águas ultraprofundas. Se somarmos os demais campos ultraprofundos e os de águas profundas, isso passa fácil, fácil, dos 90%.

O Brasil tem hoje 15 empresas que produzem entre 1 e 500 barris de petróleo por dia, volumes que só em condições excepcionalíssimas poderiam interessas a uma empresa como a Petrobras, empenhada em  concluir poços de onde jorram mais de 30 mil barris diários.

O desinvestimento nas áreas de baixa produção é o único dos “desinvestimentos” da Petrobras que – feito com avaliação correta – está longe de ser um risco para a empresa. E é, ao mesmo tempo, área onde ela pode vender sua expertise de exploração para pequenos capitais.

Quando se defende o controle do petróleo brasileiro pela Petrobras, é obvio que não se pode comparar a entrega de grandes jazidas às multinacionais com , por exemplo, a devolução de poços como o da foz do Vaza-Barris, em Sergipe, feita em 2005 pela Petrobras. O poço, hoje explorado por uma pequena empresa, a Guto & Cacal, produz 1 barril por dia.

A Petrobras não mudou em nada a direção do que vinha fazendo em matéria de portfólio de exploração. Isso é conversinha  de quem quer aparecer com outro tipo de “novidade”.

Até porque o futuro do petróleo no Brasil é o pré-sal, e é neste que querem meter a mão.

PS. O Senado não votou ontem o PLS 131, de José Serra, que tira da Petrobras os 30% mínimos e a condição de operadora exclusiva do pré-sal. Mas eles não desistiram, pode ter certeza.

Fonte: Tijolaço

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