Nov 28, 2024

Trabalhadores se mobilizam contra o PL do trabalho escravo

Dirigentes do Sindipetro-RS, e demais sindicatos filiados à CUT-RS e à CTB-RS e de movimentos sociais, se concentraram numa vigília desde às 5h da manhã dessa terça-feira, 07, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. O objetivo era dialogar e conscientizar a sociedade sobre os perigos que a classe trabalhadora está correndo caso o PL 4330 seja aprovado, além de pressionarem os deputados que embarcam na manhã de hoje para Brasília para votarem contra a terceirização.

O dia 07 de abril será marcado por atos em Brasília e em diversos estados do país para impedir a votação no Congresso Nacional, do PL 4330/04, que regulamenta a terceirização – o que causará inúmeros prejuízos à classe trabalhadora. Atualmente, 12,7 milhões de trabalhadores (26,8%) do mercado de trabalho são terceirizados. E os empresários querem ampliar ainda mais esse contingente de subempregados.

Durante três horas, os dirigentes sindicais explicaram o impacto que a possível regulamentação da terceirização na atividade-fim das empresas terá para a toda a sociedade.

O diretor de comunicação do Sindipetro-RS, Dary Beck Filho, chamou atenção para a segurança dos terceirizados. “São a grande maioria dos acidentes de trabalho. O navio-plataforma da Petrobrás que explodiu em fevereiro, no litoral do Espírito Santo era terceirizado”, contou.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, informou que houve atos em diversos aeroportos  do  país e em Brasília “para recepcionar os parlamentares.”  Para ele, se o Projeto for aprovado haverá um grande retrocesso na legislação trabalhista. “Uma empresa poderá não ter trabalhadores diretos, por exemplo, serão todos terceirizados, precarizando as relações de trabalho”, explicou.

Nespolo também declarou que haverá uma grande campanha mostrando quais deputados votarão a favor do PL. “Nos vamos para as ruas, mostrar para sociedade quem está contra os trabalhadores”, afirmou.

O dossiê “Terceirização e Desenvolvimento: uma conta que não fecha”, produzido pela CUT Nacional em parceira com o Dieese, mostra que os terceirizados ganham menos, trabalham mais e correm mais risco de sofrerem acidentes, inclusive fatais. Dos 10 maiores grupos de trabalhadores em condições análogas à de escravos resgatados entre 2010 e 2013, 90% eram terceirizados.

O bancário Juberlei Bacelo, relatou que já há um alto número de terceirizados nas agências bancárias nas áreas de retaguarda como processamento de documentos e tesouraria. Com o PL 4330, os bancos poderão funcionar sem qualquer bancário, com caixas e gerentes fornecidos por empresas terceirizadas. “Por isso, precisamos barrar esse projeto da escravidão”, disse ele.

O servidor do judiciário, Marcelo Carlini lembrou que os servidores públicos também estão ameaçados já que a própria admissão via concurso público estaria comprometida com a aprovação do 4330. “Além de lutarmos contra a terceirização, também estamos aqui para pressionar o governo federal pela retirada das  MPs (Medidas  Provisórias) 664  e  665  -  que  alteram  direitos dos trabalhadores.”

A Reforma Política com o fim do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais como maneira de combater a corrupção foi outro tema abordado pelos dirigentes.

Sindicalistas de diversas categorias foram à Brasília com as caravanas que saíram do Rio Grande do Sul para participar do ato na capital federal. A concentração inicia às 14h, em frente ao Congresso Nacional.

Você Sabia que os Trabalhadores terceirizados:

  • Permanecem 3,1 anos a menos no emprego do que o trabalhador contratado diretamente?
  • Tem uma jornada média semanal superior em três horas aos trabalhadores contratados diretamente?
  • Recebem salários em média 24% inferiores, sem benefícios?
  • No caso dos bancos, a diferença salarial alcança 75% em relação aos lotéricos?
  • Correspondem a 80% das vítimas de acidentes fatais de trabalho?
  • São as maiores vítimas de inadimplência patronal?
  • Têm as maiores taxas de ausência de recolhimento do FGTS e contribuição ao INSS?

 

Fonte: CUT-RS, com Sindipetro-RS

Imagem: Pública

 

Petros esclarece especulações da mídia sobre o plano

Tendo em vista recentes matérias veiculadas na imprensa e o nosso compromisso com a transparência no tratamento das informações, esclarecemos que: 

- Em hipótese alguma, o patrimônio dos participantes está em risco. Por característica, os fundos de pensão são investidores de longo prazo. Para lastrear o pagamento dos benefícios, os investimentos são focados em períodos de 20 ou 30 anos e, nesse horizonte de longo prazo, podem ocorrer registros de déficits - ou superávits. Naturalmente, a ocorrência de déficits é um sinal que merece atenção, no entanto, trata-se de situação temporária e reversível, desde que a Petros tenha estratégia de investimento que sustente os planos no médio e no longo prazo. Prova de que a estratégia da Petros está no caminho adequado são os resultados registrados nos últimos dez anos: nesse período, a rentabilidade acumulada foi de 307,78%, bastante superior à meta atuarial de 241,26%, o que nos coloca em posição confortável para assegurar o sonho de um futuro tranquilo aos nossos participantes. 

- Desde 2008, a Petros veio apresentando consecutivos superávits. O ano de 2013 foi o primeiro, após esse período, em que a Fundação registrou déficit, impactado por fatores como o mau desempenho da Bolsa de Valores e dos títulos de renda fixa, o que afetou todo o segmento de previdência complementar. Também tiveram impacto sobre o déficit a alteração da tábua de mortalidade do principal plano da Fundação - o Plano Petros do Sistema Petrobras (PPSP) -, que aumentou os compromissos desse plano em cerca de R$ 1,054 bilhão, e o novo processo de repactuação do regulamento do próprio PPSP, com reflexos sobre a forma de reajuste e o cálculo dos benefícios. Em relação a 2014, os resultados serão analisados pelos conselhos deliberativo e fiscal e, posteriormente, serão publicamente comunicados, seguindo o que determina a atual legislação, que estabelece o prazo de 31 de julho para divulgação. 

- É importante ressaltar ainda que não há qualquer estudo em andamento no sentido de aumentar as contribuições ou diminuir os benefícios dos participantes. A Fundação é o segundo maior fundo de pensão do país, com patrimônio de mais de R$ 68 bilhões, e administra planos de previdência para 143 empresas e instituições. Há mais de 44 anos a Petros cumpre com o seu dever de pagar pontualmente os benefícios de seus 158.225 participantes. 

Fonte: Petros

Lucro excessivo dos bancos é distorção e entrave para o país, afirma Dieese

Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese e comentarista econômico da Rádio Brasil Atual, analisa hoje (6) estudo realizado pelo órgão sobre o desempenho dos bancos em 2014, que registraram crescimento de 18,5% em seus lucros, com montante de R$ 60 bilhões. Para Clemente, o crescimento do setor bancário foi "expressivo", ainda mais se consideradas as dificuldades enfrentadas pelo país na economia.

O diretor técnico do Dieese diz que a taxa de retorno do sistema bancário, "muito superior aos demais setores da economia", segundo ele, é uma grave distorção e que compromete o desenvolvimento econômico do país. "Éuma correção urgente que precisamos fazer na nossa trajetória econômica, se querermos ter um crescimento sustentado e sustentável pela atividade produtiva."

O maior lucro foi verificado no banco Itaú, com mais de R$ 20 bilhões, seguido pelo Bradesco, com de mais de R$ 15 bilhões. O Banco do Brasil registrou lucro da ordem de R$ 11 bilhões e a Caixa Econômica, R$ 7,1 bilhões.  O Santander ficou com R$ 5,9 bilhões. "Os bancos têm, hoje, quase R$ 5,3 trilhões em ativos totais e um patrimônio total da ordem de R$ 370 bilhões", destaca Ganz Lúcio.

O comentarista chama a atenção para uma aparente contradição. Apesar do crescimento dos lucros, cerca de 5 mil postos de trabalho foram fechados no setor. Em 2013, os bancos empregavam pouco mais de 456 mil trabalhadores. Já em 2014, o número foi reduzido para 451 mil.

Clemente aponta ainda que, apenas com as taxas cobradas dos clientes pelos serviços bancários prestados, as instituições superam, com folga, os custos com folha de pagamento. "É muito fácil ganhar dinheiro no sistema financeiro brasileiro com essa economia sustentada pelo rentismo e pelo ganho fácil da aplicação financeira", conclui Clemente.

Fonte: Rede Brasil Atual

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