Nov 25, 2024

Morre líder da primeira grande greve contra a Ditadura Militar

O sindicalista José Ibrahim, 66 anos, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, que liderou o primeiro grande movimento operário contra a ditadura militar (1964-1985), foi encontrado morto nesta quinta-feira (2) em seu apartamento, em São Paulo.

Ibrahim, que foi demitido da Cobrasma (Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários), onde começou a trabalhar aos 14 anos, depois de liderar a greve, militou na Vanguarda Popular Revolucionária, foi preso, encaminhado ao Dops (Departamento de Ordem e Política Social), onde foi torturado.

Um dos 13 presos políticos trocados pelo embaixador dos EUA Charles Burke Elbrick, sequestrado por grupos de resistência em 1969, Ibrahim só voltou ao Brasil em 1979, após a promulgação da Lei da Anistia. Esta Lei anistiou todos os brasileiros que tiveram direitos políticos suspensos ou que cometerem o que os militares chamaram de “crimes políticos” ou “crimes eleitorais”. Ou seja, lutaram contra o regime de exceção cujas características são a suspensão total dos direitos do cidadão e uso de tortura física como método investigativo.

Em 1980, o sindicalista participou da fundação do PT e, depois da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Mais tarde, deixou o partido e chegou a se filiar ao PDT. Atualmente, Ibrahim era secretário de Formação Política da UGT (União Geral dos Trabalhadores). Seu corpo será sepultado hoje no Cemitério Bela Vista, em Osasco.

CUT

CPERS e governo negociam recuperação de dias de paralisação do magistério

Na manhã desta quinta-feira (2), representantes do governo do Rio Grande do Sul e do CPERS se reuniram para negociar a recuperação dos três dias em que os professores da rede pública estadual paralisaram as atividades na semana passada. O Palácio Piratini concordou em não descontar o ponto dos dias parados, mas as relações entre governo e sindicato continuam tensas.


A paralisação da semana passada foi motivada por um calendário nacional de mobilizações de docentes contra os governos que ainda não cumprem a lei que institui o piso nacional da categoria. No Rio Grande do Sul, o governo afirma que nenhum professor recebe menos do que R$ 1.567 – valor atual do piso. Mas o sindicato denuncia que essa remuneração só é atingida mediante o pagamento de um completivo, que é uma parcela que não é incorporada ao salário básico da categoria.


Além disso, o CPERS afirma que o governo não possui vontade política para cumprir a lei – assinada pelo próprio governador Tarso Genro (PT), que, à época, era ministro da Justiça – já que conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa um calendário de reajustes que prevê que até dezembro de 2014 o salário básico dos professores será de R$ 1.260.
Para a presidente do CPERS, Rejane de Oliveira, os debates públicos sobre o piso do magistério não têm sido realizados porque o governo “se fechou” e deu como encerrada a questão. Mas ela afirma que a categoria segue disposta a lutar pelo direito.


“O governo se fechou para o diálogo e para a negociação. Quando isso acontece, é mais difícil que haja discussão no Legislativo. Mas estamos crescendo em termos de mobilização. Cerca de 80% das escolas fecharam com a greve na semana passada e colocamos 5 mil pessoas em frente ao Palácio Piratini. O ambiente de mobilização cresce porque a categoria percebe que esse governo não é para os trabalhadores, que terão que lutar para assegurar os seus direitos”, comenta.
A secretária-adjunta de Educação do governo gaúcho, Maria Eulália Nascimento, informa que, de acordo com o Piratini, a greve da semana passada atingiu 45% das escolas, dentre as quais 20% paralisaram completamente as atividades. Para ela, o governo paga o piso, mas não consegue cumprir integralmente a lei, pois não tem condições financeiras de indexar o valor ao plano de carreira da categoria.


“Segundo a CNTE, somente quatro estados e o Distrito Federal conseguem cumprir totalmente a lei. É uma prova cabal de que temos que aprimorá-la em algumas questões. No Rio Grande do Sul, o único aspecto que não atendemos integralmente éa indexação do piso na carreira. Optamos por não diminuir a distância entre as habilitações do plano e manter os atuais índices”, avalia.
A secretária afirma que outros estados fizeram mudanças no plano de carreira do magistério para conseguir cumprir totalmente a lei. “Em Pernambuco, a diferença entre o salário de quem tem o nível médio e de quem é graduado é de 5%. Aquino Rio Grande do Sul é de 85%. Mexer na carreira seria um retrocesso. Nossa opção foi conceder o completivo e manter os atuais índices do plano”, observa.


A Secretaria Estadual de Educação informa que a parcela completiva é paga a 32 mil professores, dos quais 20 mil são aposentados, 8 mil são extranumerados – que não fizeram concurso público e ganharam estabilidade após a Constituição de1988 – e 4 mil estão inseridos nas progressões do plano de carreira da categoria.

Sul 21

Brasil maior, só com soberania e desenvolvimento nacional!

Sempre em defesa da soberania nacional e contra os privatistas de plantão, a FUP, mais uma vez, repudia medidas que representam retrocessos ao desenvolvimento do país, como é o caso do REPETRO, um regime aduaneiro especial, lançado pelo governo FHC, que permite através de isenções fiscais, a importação de equipamentos específicos, para serem utilizados nas atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural.

Bom seria se o regime funcionasse como é descrito, mas pelo contrário, o REPETRO, na verdade, vem representando o interesse de empresas estrangeiras, que tem usado deste mecanismo para trazer plataformas e navios produzidos no exterior para o Brasil.

A FUP e CUT levaram esta demanda ao Governo Federal, questionando tal prática e afirmando que o movimento sindical repudia este tipo de medida que, além de significar um verdadeiro retrocesso e ameaça à soberania nacional, é uma ferramenta de precarização do trabalho no país.

Após alguns meses de silêncio, a FUP e CUT voltaram a cobrar uma resposta do governo, que apesar de ter chamado as entidades a fazerem parte da Comissão de Petróleo, Gás e Naval do Programa Brasil Maior, agora, através do Programa, resolveu estender os benefícios do REPETRO para toda a cadeia produtiva de petróleo e gás, assegurando a desoneração dos investimentos e isonomia entre fornecedores nacionais e estrangeiros.

Em reunião realizada com o governo, a FUP e CUT, deixaram claro que a produção de petróleo no Brasil deve gerar desenvolvimento, emprego e renda ao povo brasileiro e, ressaltou que o movimento sindical não tolera medidas que beneficiem empresas que no setor petróleo, atuam com práticas e condições de trabalho pior do que a Petrobrás.

FUP

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