Nov 25, 2024

No 1º de maio, deputados pedem fim do fator previdenciário e redução da jornada

O 1º de Maio deste ano – Dia Internacional do Trabalhador – marcará no Brasil também os 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – Decreto-Lei 5.452/43), que reuniu em 1943 boa parte dos direitos assegurados até hoje ao trabalhador brasileiro, como o salário mínimo, o recebimento de hora extra e de diferencial por trabalho noturno, além de férias remuneradas. Sessão solene no Plenário da Câmara, hoje, às 14h30, vai celebrar a data.

Parlamentares ligados à causa trabalhista reconhecem que há muito o que comemorar, mas também ainda há muito por fazer. De maneira quase unânime, a redução da carga de trabalho semanal de 44 para 40 horas – Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95 – e o fim do fator previdenciário – Projeto de Lei 3299/08 – são apontados por eles como prioridades entre as cerca de 70 propostas que tramitam atualmente na Câmara propondo alterações na CLT para garantir novos direitos aos trabalhadores.

A PEC 231/95, aprovada por uma comissão especial em junho de 2009, ainda aguarda acordo para votação pelo Plenário. Já o PL 3299/08 será analisada por uma comissão especial formada para realizar um estudo e apresentar propostas em relação ao fator previdenciário, de acordo com decisão tomada pelo Colégio de Líderes na última terça-feira (23) – a instalação do colegiado ainda depende da indicação de seus integrantes pelos partidos.

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que preside a Força Sindical, celebra os avanços proporcionados pela CLT. “Nós estamos comemorando 70 anos de CLT e todos os movimentos que a Força Sindical está organizando são em defesa dessa lei, porque o mais importante é manter os direitos já conquistados”, avalia.

Recordando conquistas mais recentes, que vieram com a promulgação da Constituição de 1988, como o recebimento de 1/3 proporcional de férias e a licença-maternidade, Paulo Pereira também aponta o que ainda falta fazer. “A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais é um projeto que tramita aqui na Casa há 18 anos. Falta ainda acabar com o fator previdenciário e fazer uma politica salarial para os aposentados que ganham mais do que um salário mínimo”, destaca.

Relator da PEC sobre a jornada de trabalho, o deputado Vicentinho (PT-SP) espera que a proposta seja finalmente votada pelo Plenário. Como um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983, ele entende que, mais do que comemorar o Dia do Trabalhador, o importante neste dia é refletir. “Pessoas morreram pela causa dos trabalhadores. Por isso, esse dia precisa ser de reflexão e de fortalecimento da caminhada daquele que gera e movimenta as riquezas do País.”

Trabalho escravo
Entre as conquistas dos últimos anos, Vicentinho ressalta a PEC 438/01, que endurece as penas aplicadas a quem utilizar trabalho escravo – a proposta foi aprovada em maio de 2012 pela Câmara e está sendo analisada pelo Senado. “No ano passado, nós avançamos nessa questão do trabalho escravo, colocando na cadeia quem usar esse tipo de recurso e, inclusive, autorizando a desapropriação de terras para fins de reforma agrária onde se constatar o emprego de práticas associadas à escravidão”, lembra o deputado. Ele cita ainda a aprovação do PL 1033/03, que assegura o pagamento de adicional de periculosidade aos vigilantes e foi transformado na Lei 12.740/12.

Presidente da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, o deputado Roberto Santiago (PSD-SP) entende que ainda é preciso assegurar melhores condições de trabalho ao brasileiro, além de melhorar a distribuição do conjunto de riquezas produzidas no País. “Essa Casa costuma discutir muito a questão do salário mínimo, mas, na verdade, nós precisamos melhores as condições de trabalho para esses profissionais”, afirma.

Também favorável ao fim do fator previdenciário, Santiago considera que essa deve ser uma pauta prioritária para 2013. “Não é possível você trabalhar ao longo de sua vida e, quando vai buscar tranquilidade, descanso, ter uma redução salarial que não permite que se aposente. Ou então, obriga o trabalhador a aderir a uma prática frequente ultimamente, que é pedir a aposentadoria e continuar trabalhando”, destaca.

Segundo a CUT, as comemorações do 1º de Maio devem abrigar também protestos contra o Projeto de Lei 4330/04, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que regulamenta as terceirizações de mão de obra nos setores público e privado. “Não queremos esse projeto ameaçador, porque legaliza a precarização”, ressalta Vicentinho.

Trabalho doméstico
A deputada Benedita da Silva (PT-SP), que já trabalhou como doméstica, afirma que o Dia do Trabalhador deste ano servirá para celebrar a aprovação da PEC 478/10, transformada na Emenda Constitucional 72, que amplia os direitos trabalhistas de domésticas, babás, cozinheiras e outros trabalhadores em residências. Entre os 16 direitos previstos, estão a jornada de trabalho de 44 horas semanais, pagamento de horas extras e proibição de trabalho de menores de 16 anos.

Diversos dispositivos dessa lei, porém, ainda precisam ser regulamentados. A comissão mista que analisa a regulamentação de 118 dispositivos constitucionais, entre eles os novos direitos do trabalhador doméstico, está negociando com o governo pontos como a redução da multa sobre o FGTS em caso de demissão sem justa causa.

Benedita da Silva também defende a aprovação do PL 2295/00, do Senado, que regulamenta a jornada de trabalho dos enfermeiros. O projeto ainda depende de acordo dos líderes para votação no Plenário.

Agência Câmara

Audiência pública discute hoje custo de cartões de débito para lojistas

O custo dos cartões de débito para os donos de lojas é o tema da audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio que ocorre neste momento, no Plenário 5.

Acompanhe o debate ao vivo

O deputado Guilherme Campos (PSD-SP) considera alta a cobrança de um percentual de 1,5% a 2,5% sobre o valor de cada operação, custo que é repassado para o consumidor. "Por que eles insistem em cobrar sobre um percentual da transação e não sobre um valor fixo para cada transação? O que faz o cartão de débito? Ele simplesmente tira da sua conta quando tem dinheiro e bota na conta do favorecido, que é do comércio, onde você está realizando sua transação. Não existe nenhum risco na transação."

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, o uso de cartões de débito cresceu mais de 20% entre 2011 e 2012. A audiência terá a presença de representantes das empresas, do Banco Central, de consumidores e do Ministério da Justiça.

Concentração no segmento
Guilherme Campos lembrou que estudo elaborado em 2010 pelo Banco Central e pela Secretaria Especial de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda envolvendo seis bandeiras, cinco credenciadores (como Visanet e Redecard) e 38 emissores dos cartões (como os bancos) concluiu que as duas maiores bandeiras (Visa e Mastercard) respondiam por mais de 90% do mercado. “Tornando inequívoca a concentração nesse segmento.”

O deputado ressaltou que desde a publicação do estudo, medidas, como a quebra de contratos de exclusividade, foram tomadas para estimular a concorrência no setor. “Mudanças benéficas, mesmo que ainda tímidas, vêm se processando no setor.”

Convidados
 Foram convidados para o debate: 
- o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Murilo Portugal Filho; 
- o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), representante também do Visa do Brasil, Marcelo Noronha;
- a secretária da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira da Silva; 
- o representante da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Ronaldo dos Santos; 
- o consultor do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central do Brasil, Mardilson Queiroz; 
- o advogado da Divisão Jurídica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Cácito Esteves; 
- o vice-presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Geraldo César de Araújo; 
- o vice-presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Pedro José Ferreira; e 
- o advogado supervisor do Departamento Econômico Jurídico da Proteste, Weberth Costa Batista.

Os parlamentares também querem analisar a metodologia de cobrança dos serviços prestados. A comissão já se reuniu com as empresas de cartão de crédito e pretende fazer outra audiência sobre os cartões de benefícios como são os de alimentação.

Agência Câmara

Participe do 1º de maio do trabalhador da CUT-RS

A CUT-RS irá promover o 1º de maio do trabalhador com atividades no Parque Mascarenhas de Moraes, na Vila Farrapos/Humaitá, entre às 9h e 17h.

A partir das 9h, inicia um conjunto de atividades de orientação para a comunidade e culturais e, a partir das 14h, continuam as atividades culturais intercaladas com depoimentos de lideranças comunitárias e sindicais.

Além de celebrar os 30 anos da CUT, a Central estará lutando por trabalho decente, reforma política, 40 horas semanais, fim do fator previdenciário, reforma agrária e reforma urbana.

Confira os espaços de integração que a CUT disponibilizará para a comunidade

Espaço de Educação: concurso de redação, incentivo à leitura e doações de livros;

Espaço de Direitos e Cidadania: acesso a documentos, informações jurídicas sobre previdência, direitos da mulher e trabalhistas;

Espaço de Saúde e Bem Viver: oficinas de boas práticas de alimentação, ginástica laboral, exames rápidos, prevenção;

Espaço de Cultura: apresentações de teatro, dança e shows;

Espaço de Preservação Ambiental: oficinas de boas práticas, de reciclagem, de conserto de bicicletas;

Espaço de Lazer: jogos, gincanas, roda de capoeira, ginástica laboral, torneios esportivos.

 

Primeiro de maio é dia de luta contra o PL da terceirização

 

Esse ano, o 1º de Maio da CUT, da CTB e de outras centrais sindicais terá como um dos principais eixos a luta para impedir a aprovação do projeto de lei de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB/GO), que precariza ainda mais as condições de trabalho dos terceirizados. O PL 4330 está em tramitação na Câmara desde 2004 e, sem fazer alarde, foi aprovado em 2011 na Comissão de Trabalho, com substitutivo do deputado Roberto Santiago (PSD-SP).

 

O texto escancara a terceirização para as atividades fim e para o setor público, liberando as empresas contratantes de qualquer tipo de responsabilidade em relação aos prestadores de serviço. Além disso, o PL autoriza a criação de empresas formadas por apenas uma pessoa. Ou seja, qualquer trabalhador pode ser pressionado a se tornar prestador de serviço e, dessa forma, perder o direito a férias remuneradas, horas extras, FGTS, entre outras conquistas.

 

O PL se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), onde já recebeu o aval do relator, Arthur Maia (PMDB-BA), que agora analisará as 121 emendas que foram propostas pelos deputados. Assim que o parlamentar der um parecer final sobre a matéria, o texto será votado na Comissão e, uma vez aprovado, pode ir direto ao Senado ou, se houver recurso com 20% de assinaturas dos deputados da Câmara, segue para plenário na Casa.

 

Participe do abaixo-assinado

 

As centrais sindicais intensificaram a luta contra o PL 4330/2004 e realizarão um grande mutirão no feriado de Primeiro de Maio para massificar o abaixo assinado que vem percorrendo o país desde novembro de 2011. O documento é resultado de debates do Fórum em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização, grupo que reúne as centrais sindicais, acadêmicos e outras organizações de classe, como a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT). A CUT e demais centrais sindicais também estão articulando reuniões com representantes do governo e parlamentares para impedir a aprovação do PL.

 

O abaixo-assinado em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização pode ser acessado também na internet, através de uma petição online: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N16145

CUT-RS e FUP

 

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