Nov 25, 2024

Combate ao PL da terceirização estará na pauta do Dia do Trabalhador

Para a Central Única dos Trabalhadores, 1º de Maio é dia de luta, em especial neste ano, quando uma medida que pretende demolir os direitos trabalhistas caminha quase de maneira silenciosa a partir da Câmara dos Deputados.

Aprovado em 2011 na Comissão de Trabalho da Câmara , o substitutivo do deputado Roberto Santiago (PSD-SP) ao Projeto de Lei (PL) 4330/2004, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), libera a terceirização na atividade-fim (a atividade preponderante da empresa).

A medida estabelece ainda a responsabilidade subsidiária, na qual o contratante não arca com os compromissos trabalhistas, caso a prestadora de serviço não quite com suas obrigações junto ao trabalhador, e ressuscita a Emenda 3, que autoriza a criação de empresas formadas por apenas uma pessoa. Dessa forma, qualquer trabalhador pode ser pressionado a se tornar prestador de serviço e, dessa forma, perder o direito a férias remuneradas e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), entre outras conquistas.

Abaixo-assinado

Diante desse cenário, em encontro na tarde dessa terça-feira (23), CUT, CGTB, CTB, UGT e Intersindical se reuniram para fechar posição contra o projeto. As entidades mantém diálogo também com sindicatos da Força Sindical contrários à medida.

Além de uma nota técnica criticando o PL e o parecer do deputado Arthur Maia (PMDB-BA), relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), as centrais pedirão uma audiência com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Paralelo a isso, a CUT orientará as estaduais a colherem assinaturas nas celebrações do 1º de Maio em defesa dos direitos dos trabalhadores ameaçados pela terceirização. Clique aqui para assinar on line ouaqui para baixar o manifesto.

O documento é resultado de debates do Fórum em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização, grupo do qual a Central faz parte ao lado de outras organizações, como a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT).

Da mesma forma que as centrais, o fórum também divulgará uma nota técnica criticando o projeto de lei e o relatório de Maia e solicitará ao ministério do Trabalho a realização de um seminário sobre o tema.

Além dessas ações, a Central Única dos Trabalhadores, que mantem um Grupo de Trabalho (GT) para discutir a terceirização, também orientará suas estaduais a pressionarem os deputados federais de seus estados para que se posicionem contra o PL.

O próximo encontro do GT e do fórum acontece no dia 7 de maio e o projeto dos movimentos sociais é manter a mobilização para pressionar o governo a entrar nessa discussão.

Ataque aos trabalhadores – “Nossa ideia é que consigamos marcar nossa conversa com o Gilberto Carvalho e o Manoel Dias (ministro do Trabalho) por volta do dia 7, quando acontece o próximo encontro do GT e do Fórum para que entendam a gravidade da questão. Durante 10 anos esse PL ficou parado porque é uma aberração, traz muitos prejuízos à classe trabalhadora, incluindo ampliação da rotatividade, que impacta no orçamento da União”, explica a secretária de Relações do Trabalho da CUT, Maria das Graças Costa.

De acordo com um estudo de 2011 da CUT e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada de três horas a mais semanalmente, e ganha 27% a menos. Ainda de acordo com a pesquisa, a cada 10 acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados.

Cenário – O substitutivo ao PL 4330/2004 já recebeu aval do relator de Artur Maia e, após isso, foi aberto um prazo de cinco sessões ordinárias da Câmara para a apresentação de emendas ao substitutivo. O prazo se encerrou no último dia 17 de abril e foram apresentadas 121 emendas. Agora, o parlamentar analisará as sugestões para dar um novo parecer. Cumprida essa etapa, a matéria estará pronta para ser votada na CCJC e, uma vez aprovada, pode ir direto ao Senado ou, se houver recurso com 20% de assinaturas dos deputados da Câmara, segue para plenário na casa.

Caso passe, lembra Graça, o projeto pode trazer inclusive prejuízos ao serviço público, já que permite a terceirização também no funcionalismo.

“É uma porta aberta à corrupção, porque permite que empresas envolvidas em certas campanhas eleitorais possam ser beneficiadas pelos parlamentares e governantes eleitos. Sem contar a esfera municipal que, em muitas cidades, não segue nem as regras mínimas dos direitos trabalhistas.”

CUT

Sindicato dos metalúrgicos negocia com GM e sistemistas

Uma assembleia geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí tratou das negociações salariais e melhorias na condição dos trabalhadores para General Motors e empresas sistemistas. O encontro contou com a presença de aproximadamente 70% dos trabalhadores sindicalizados e o objetivo foi discutir a pauta de reivindicações da próxima negociação com as empresas do complexo automotivo.

Segundo o diretor de assuntos jurídicos do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Edson Dorneles, uma próxima reunião com as empresas acontecerá no complexo automotivo da GM no dia 22 de março às 11h. As reivindicações do sindicato estão diversificadas em dezoito itens que abordam, prin cipalmente, assuntos econômicos.

- Entre os diversos itens temos, por exemplo, pedido de reajuste de 12% considerando a reposição da inflação mais aumento real. Além disso PPR de R$ 7.000,00 nas metas de 100% da GM e de R$ 3000,00 para as sistemistas, correção de 50%, redução ou limite da velocidade de linha e pagamento do Descanso Semanal Remunerado sobre 220 horas - cita.

A data-base requerida pelo sindicato é 1º de abril independente da natureza de norma coletiva que vier a ser firmada.

Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí

FUP leva propostas de SMS à diretoria executiva da Petrobrás e cobra posicionamento da empresa

No último dia 16, a FUP apresentou à diretoria executiva da Petrobrás as principais propostas que os trabalhadores discutiram no Grupo de Trabalho Paritário de SMS, mas que, no entanto, foram ignoradas ou desqualificadas pelos representantes da empresa, levando a Federação a se retirar do GT. A FUP tornou a criticar a falta de vontade política dos gestores em alterar a atual política de SMS e cobrou da diretoria executiva um posicionamento para as propostas defendidas pelo movimento sindical, ressaltando  a urgência de mudanças estruturais na forma como a empresa lida com a saúde e segurança dos trabalhadores. A reunião foi com a presidenta da Petrobrás, Maria das Graças Foster, e os diretores José Eduardo Dutra (Corporativo e de Serviços), José Miranda Formigli Filho (Exploração e Produção) e Almir Barbassa (Financeiro e Relações com Investidores). 

A diretoria executiva da Petrobrás se comprometeu a avaliar as reivindicações e respondeu à cobrança da FUP definindo quem é responsável na empresa por fazer cumprir as cláusulas acordadas com os trabalhadores no capítulo 7º do Acordo Coletivo, que trata da Segurança Industrial e Saúde Ocupacional. A presidenta da Petrobrás disse que cabe ao gerente executivo de SMES a coordenação do GT de SMS  (caso continue), bem como o acompanhamento do capítulo 7º do ACT. Esse encaminhamento foi formalizado em documento enviado à FUP no dia 17 de abril, onde a empresa também propõe a retomada do Grupo de Trabalho Paritário de SMS. A Federação irá avaliar se continua ou não no GT.

A FUP também cobrou da diretoria executiva da Petrobrás que resolva os problemas de estrutura e insegurança no transporte aéreo dos trabalhadores de plataformas e ressaltou que o Programa de Recuperação da Eficiência Operacional da Bacia de Campos (PROEF)é a confirmação da falência da atual política de SMS. "Como pode uma empresa que alardeia para o mundo lá fora que faz segurança deixar as plataformas da Bacia de Campos  chegarem ao estágio de degradação que chegaram? Como pode uma empresa que tem a mão pesada para punir trabalhadores, premiar e promover os gerentes que foram responsáveis por este desmonte?", questionou o diretor da FUP, José Maria Rangel, que coordenou a representação dos trabalhadores no GT paritário de SMS. 

A FUP destacou o intercâmbio feito pelo GT para conhecer as práticas de SMS da Statoil e ressaltou que a petrolífera norueguesa deveria servir de exemplo para a Petrobrás. Lá os dirigentes sindicais são atores fundamentais na elaboração e execução da política de SMS e a importância dessa parceria se reflete nos reduzidos índices de acidentes. Enquanto na Petrobrás 146 trabalhadores perderam a vida em acidentes entre 2003 e 2012, na Statoil foram 20 ocorrências fatais nesse mesmo período. Nos últimos dez anos, 20 trabalhadores morreram em acidentes aéreos na Bacia de Campos. A última morte que a Statoil registrou em queda de aeronave foi em 1997.

Principais propostas da FUP

Criar mecanismos de gestão que de fato coíbam as subnotificações de acidentes e doenças ocupacionais; fortalecer as CIPAs, com ampliação do mandato e eleição de todos os membros;  primeirizar  todos os postos de trabalho de saúde e segurança; alterar a metodologia de avaliação dos riscos químicos e físicos;  ampliar a participação dos representantes dos trabalhadores para todas as comissões de apuração de acidentes; buscar soluções conjuntas para a caótica situação do transporte aéreo para as plataformas;  garantir o devido cumprimento do Acordo Nacional de Benzeno e maior participação dos trabalhadores nos GTs de Benzeno; garantir o cumprimento da Súmula 9 da Justiça Federal no que diz respeito ao ruído e também da norma de higiene ocupacional da FUNDACENTRO sobre vibrações; preenchimento correto do ASO, informando os riscos a que os trabalhadores estão expostos; fim do PRAT.

VEJA AQUI A APRESENTAÇÃO FEITA À DIRETORIA DA PETROBRÁS, COM A ÍNTEGRA DAS PROPOSTAS DA FUP

O GT de SMS

O GT Paritário de SMS foi criado em setembro de 2011, como deliberação da presidência da Petrobrás em resposta à cobrança da FUP durante o Fórum de SMS, ocasião em que a Federação apresentou pela primeira vez à diretoria executiva as propostas dos trabalhadores. No entanto, após 14 reuniões do GT, não houve qualquer avanço significativo que apontasse vontade política dos gestores da empresa em alterar as práticas de insegurança, que colocam em risco constante a saúde a vida dos trabalhadores. Em função disso, a FUP se retirou do Grupo de Trabalho no dia 29 de outubro de 2012 e em reunião com o diretor José Eduardo Dutra, em 09 de novembro, cobrou um posicionamento da diretoria executiva da empresa.

FUP

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