Nov 26, 2024

Consórcio demite 800 trabalhadores em obra de complexo petroquímico da Petrobras

O consórcio responsável pela construção das unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs) no Complexo Petroquímico da Petrobras (Comperj) informou que dispensou cerca de 800 trabalhadores. Formado pelas empresas Construtora Queiroz Galvão, Iesa Óleo & Gás e Tecna Brasil, o grupo informa em nota que foi forçado a demitir os trabalhadores “diante dos insustentáveis impactos sobre o contrato, decorrentes da crise econômica atual e de seus efeitos no câmbio e no mercado financeiro”.

O consórcio informou ainda que as negociações com a Petrobras continuam para a rápida retomada das atividades e que os desligamentos dos trabalhadores estão sendo feitos “respeitando-se integralmente à legislação trabalhista”.

A Petrobras disse, também em nota, que a direção do Consórcio QGIT comunicou a intenção de encaminhar uma proposta de repactuação do contrato e a paralisação das obras a partir do início de outubro, alegando como causa dificuldades financeiras. "A Petrobras informou ao consórcio que não seria aceita a repactuação do contrato, uma vez que a Petrobras está em dia com todas as obrigações contratuais, e que não concorda com a paralisação das obras”, informou.

Segundo a companhia, estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para que o Consórcio QGIT não paralise as obras, evitando desta forma quaisquer atrasos do projeto. “Entretanto, caso o Consórcio QGIT prossiga com as desmobilizações e consequente paralisação das obras, a Petrobras aplicará as sanções previstas em contrato, incluindo a rescisão contratual. Neste caso, será realizada uma nova contratação dos serviços remanescentes, buscando-se evitar qualquer impacto no cronograma de entrega da unidade.”

Sindicato dos Metalúrgicos

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, Edson Rocha, cobrou da Petrobras ações que evitem o desemprego em massa dos trabalhadores. “A Petrobras tem que rever os conceitos dela. Todas as demissões que estão acontecendo é por corte de contrato com a Petrobras. Primeiro disseram que não iam parar com o programa de gás do Comperj. Aí, de repente, vemos 800 demissões. A direção da Petrobras tem que começar a pensar em desenvolver o Brasil e não a desempregar desse jeito”, disse o sindicalista, que estará em Brasília nesta quarta-feira (30), em uma reunião no Ministério de Minas e Energia, para tentar encontrar formas de reverter o quadro de desemprego no setor e evitar novas demissões.

Fonte: Agência Brasil

Exposição a benzeno contamina frentistas gaúchos, aponta pesquisa

Adocicado e agradável, semelhante a um perfume em meio ao cheiro característico da gasolina. O frentista Valdir* descreve assim um inimigo discreto, silencioso e mortífero: o benzeno, substância tóxica e cancerígena presente em combustíveis. Aos 39 anos de idade e há 16 trabalhando em postos, ele nunca havia se preocupado com a exposição diária ao composto. Foi quando uma pneumonia bilateral acendeu o alerta da contaminação.

A infecção aguda nos dois pulmões foi constatada em 2013 por exames de rotina feitos pela Secretaria de Saúde de Santa Maria. Causada pela bomba de gasolina que manuseava todo dia, exigia tratamento urgente.

— Era uma situação muito grave. A médica que me examinou falou que, provavelmente, era por causa da exposição prolongada ao benzeno. Com os exames, ficou provado que eu havia sido envenenado no meu ambiente de trabalho sem nem perceber — conta.

Valdir integra um estudo inédito que comprovou alterações no sistema imunológico de frentistas do interior do Rio Grande do Sul provocadas pelo benzeno da gasolina que abastece os veículos. Ao participar da pesquisa, realizada pelo Laboratório de Toxicologia (Latox) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com o Departamento de Química do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), descobriu que poderia desenvolver câncer.

O trabalho foi iniciado há cerca de dois anos, sendo a maioria das amostras de sangue e urina coletada em Santa Maria e Santa Cruz Sul. Quase 70 frentistas fumantes e não fumantes foram submetidos aos exames, além de 28 trabalhadores que não são frentistas e não fumam, formando um grupo de controle.

No estudo, foi comprovado que a substância pode provocar anemia e favorece o desenvolvimento de leucemia. Os pesquisadores identificaram danos às proteínas, aos lipídios e ao DNA de trabalhadores de postos de gasolina no Estado. Ao afetar diretamente a imunidade do corpo humano, a intoxicação provoca sintomas leves, que escondem problemas mais sérios. Por isso, Valdir descobriu quase por acaso.

— Alguns anos depois que comecei a trabalhar como frentista, notei que minha imunidade caiu muito. Era gripe toda hora, dores musculares, dor de cabeça frequente, tonturas. Tive problemas renais, de audição. Hoje sei que é pelo benzeno, que me acompanhou durante boa parte da vida. Poderia ter morrido — diz.

 

A substância cancerígena dá sinais quase imperceptíveis até mesmo para quem recém ingressou na profissão. Maristela*, de 28 anos, não chegou a participar da pesquisa pois trabalha há apenas seis meses como frentista. No entanto, diz que já sente alguns efeitos da exposição. Abastece veículos sem luvas, sem máscara, apenas com um óculos para proteger os olhos de eventuais respingos.

 

— Tenho muita dor de cabeça. E percebo que é bem mais frequente agora. Ânsia de vômito, tonturas. Sinto quando vou abastecer um carro. Parece que desce queimando pela garganta, sabe? Os motoristas pedem para encher "até as guela" e a gente vê direitinho o vapor saindo do tanque — relata.

Abastecer até a boca do tanque aumenta riscos

Encher o tanque até o máximo possível é perigoso, pois aumenta ainda mais a exposição ao benzeno. De acordo com a cientista Adriana Gioda, da PUC-RJ, uma das autoras do estudo, pesquisas já comprovaram os malefícios da prática.

— O nosso estudo não foi direcionado para isso, mas existem outras pesquisas e comprovação científica de que a exposição a benzeno é de três a quatro vezes maior quando o motorista pede para abastecer além do travamento automático da bomba. Isso é uma coisa super importante para conscientização dos motoristas — afirma Adriana.

O deputado estadual Carlos Minc (PT-RJ), ex-ministro do Meio Ambiente, também destaca o mesmo problema, que foi constatado em uma medição feita em um posto de gasolina no Rio de Janeiro, estado onde, desde o início do ano, os frentistas estão proibidos por lei de abastecer qualquer veículo além do travamento automático da bomba.

Quem descumprir a norma está sujeito a uma multa de cerca de R$ 13,5 mil. Em caso de reincidência, o valor dobra. Segundo o Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Rio de Janeiro (Sinpospetro-RJ), até o momento nenhum posto de gasolina foi responsabilizado, por se tratar de uma legislação recente e com fiscalização precária.

— Sabemos, há muito tempo, dos graves problemas à saúde. Os motoristas já deveriam entender que estão intoxicando milhares de pessoas com esta atitude — sustenta Minc que, no ano passado, lançou a campanha nacional #PareNoAutomático.

No Rio Grande do Sul, não há qualquer campanha pública direcionada para o problema — nos postos gaúchos, é praxe ultrapassar o travamento. Existem algumas tratativas, conforme informaram representantes da Secretaria Estadual da Saúde, mas um plano só deverá ser lançado no fim do ano.

RS registra 17 mortes por meningite, superando em 30% total de 2014

O auditor-fiscal do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul (SRTE-RS) Luiz Alfredo Scienza, que atua no setor de segurança e saúde do trabalhador, destaca duas medidas de prevenção que deveriam ser adotadas diariamente nos postos de gasolina. A primeira é que os frentistas deixem de usar, no abastecimento, o habitual "paninho", que fica impregnado de compostos perigosos. A outra precisa da colaboração dos motoristas: parar o abastecimento quando a bomba tranca.

— Se você não pede um "chorinho", não deixa ultrapassar o sensor automático, já ajuda a reduzir a proximidade do rosto do trabalhador da área de maior concentração de vapores de benzeno — ressalta.

Fonte: Agência RBS

Frente Brasil Popular prepara lançamento no RS com ato em defesa da democracia e da Petrobrás

Em atividade de mobilização da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), realizada no início da noite desta terça-feira (29), no plenarinho da Assembleia Legislativa do RS, foi debatido o pré-lançamento da Frente Brasil Popular no RS e realização no próximo sábado, dia 3 de outubro, aniversário da Petrobras, do ato em defesa da democracia, de uma nova política econômica e dos direitos do povo brasileiro sobre o petróleo. A manifestação terá início às 10h com uma concentração no Largo Glênio Peres, seguida de caminhada até a torre simbólica da Petrobrás, na Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre.

O plenarinho ficou completamente lotado, com a participação de 52 dirigentes sindicais de 12 categorias de trabalhadores representadas pela CUT, lideranças da CTB e movimentos sociais como MST, Via Campesina e Movimento de Luta pela Moradia e representantes de entidades estudantis como a União Nacional de Estudantes (UNE).

Também participarem dirigentes, vereadores e deputados estaduais de dois partidos políticos, PT e PC do B, bem como algumas personalidades como o ex-governador Olívio Dutra e cantor Bagre Fagundes. O deputado estadual Gabriel Souza (PMDB) também compareceu e se manifestou em defesa da democracia e contra os golpistas.

“O ato foi mais um passo importante na construção da Frente Brasil Popular no RS. Aprofundamos o debate acerca da conjuntura e ficou claro que é preciso ampliar o movimento em defesa da democracia e por mudanças na política econômica”, avalia o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

“Agora precisamos fazer um grande ato no próximo sábado, aniversário da Petrobrás, quando realizaremos a primeira mobilização nacional, avançando o processo de construção e fortalecendo a luta em defesa dos direitos do povo brasileiro sobre o petróleo e pré-sal”, destaca Claudir. “A nossa presença nas ruas, com as nossas cores e nossas bandeiras, junto com a do Brasil, é fundamental para demonstrar para a sociedade que estamos disputando um projeto e que queremos aprofundar as mudanças, sem retrocessos”.

Leia a íntegra da reportagem de Marco Weissheimer no portal Sul21:

Frente Brasil Popular prepara lançamento no RS com ato em defesa da democracia e da Petrobras

O ato de pré-lançamento da Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul, realizado no final da tarde desta terça-feira (29), no Plenarinho da Assembleia Legislativa, reuniu 52 dirigentes sindicais de 12 categorias de trabalhadores, lideranças de movimentos sociais como MST, Via Campesina e Movimento de Luta pela Moradia, representantes de entidades estudantis como a União Nacional de Estudantes (UNE) e de dois partidos políticos, PT e PC do B.

O ato teve ainda uma participação especial do deputado estadual Gabriel Souza (PMDB) que, reconhecendo as diferenças políticas em nível estadual, manifestou apoio à luta contra os movimentos golpistas que ameaçam “o governo da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer”. O evento lotou o Plenarinho da Assembleia, numa demonstração de força das entidades que estão empenhadas na organização da Frente Brasil Popular no Estado.

O sindicalista Milton Viário, ex-presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, destacou que mais de cem entidades estão envolvidas no esforço de construção da Frente Brasil Popular em nível nacional. “Pela primeira vez, no período mais recente da história do país, estamos desafiados a construir uma frente desta natureza. Essa é uma necessidade ditada pela conjuntura de acirramento da disputa política no país, com o avanço das pautas conservadores e do projeto neoliberal que nós derrotamos em 2002, que ameaçam o projeto democrático brasileiro”, disse Viário.

 

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