Nov 24, 2024

Ministério do Trabalho abre arquivos sobre a ditadura

O Ministério do Trabalho e Previdência Social atendeu a uma reivindicação histórica da CUT e anunciou na última segunda-feira (2) a criação de uma comissão da verdade que vai investigar intervenções em sindicatos e prisões de sindicalistas entre 1946 e 1995, com destaque para o período da ditadura militar.

Uma portaria assinada pelo ministro Miguel Rossetto estabelece a abertura e organização de arquivos da pasta para pesquisa, após pressão da Central, por meio do Cedoc (Centro de Documentação da CUT) e do Centro de Referências Memórias Reveladas do Arquivo Nacional.

A medida que cobra o levantamento e o recolhimento da documentação do ministério consta na página 50 do relatório da Comissão da Verdade da Central e foi inserida no relatório final do Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores, Trabalhadoras e ao Movimento sindical.

Secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Jandyra Uehara, aponta que o aceso aos arquivos é fundamental para comprovar a repressão sofrida pela classe trabalhadora.

“A portaria assinada pelo ministro Miguel Rosseto dá início à organização e ao tratamento dos arquivos do Ministério do Trabalho, o que é fundamental para dar acesso e vida à importante documentação que mostram e comprovam as violências e violações sofridas pelas organizações sindicais nos vários períodos em que o estado de exceção tomou conta do país."

Para ela, o direito à verdade só ocorrerá, de fato, se houver acesso às informações e documentos para recontar e trazer à tona a história de resistência dos trabalhadores.

“Conhecer a verdade, os mecanismos utilizados para destruir e enfraquecer as organizações sindicais na história recente do nosso país é fundamental para fortalecer as lutas atuais no enfrentamento do golpe que está em curso no Brasil. E uma maneira de não aceitarmos, sob hipótese algum, que isso ocorra”, falou Jandyra.

Comissão da Verdade - A Comissão Nacional da Verdade investigou durante dois anos os crimes ocorridos durante a ditadura militar (1964-1985) e entregou o relatório final em 2012. O conteúdo apontou que 536 sindicatos estiveram sob intervenção entre 1964 e 1970. O documento aponta que ao menos 114 trabalhadores foram assassinados oficialmente no país, sendo 35 sindicalistas.

Fonte: CUT

Organizações e movimentos sociais uruguaios fazem protesto contra golpe no Brasil

Cerca de 1.500 pessoas protestaram na noite desta terça-feira (10) em Montevidéu, no Uruguai, contra o processo de impeachment da presidenta brasileira Dilma Rousseff, qualificado como golpe de Estado pelos organizadores da manifestação.

O protesto foi convocado pela coalizão de esquerda que governa no Uruguai, a Frente Ampla, pela central sindical PIT-CNT e várias organizações sociais.

Os manifestantes percorreram a avenida 18 de Julio, a principal da capital uruguaia, e gritaram palavras de ordem como "não ao golpe de Estado" e outras contra o “imperialismo” na América Latina.

No final do ato, representantes das organizações leram uma nota na qual criticaram o processo de impeachment de Dilma, que será julgado no Senado hoje (11), e se manifestaram a favor da "defesa da democracia entre os governos".

O representante da Frente Ampla, Javier Miranda, disse à Agência Efe ser uma "grande alegria" ver "tanta gente se mobilizando" pela situação “preocupante” do Brasil.

"Mais uma vez na região, por mecanismos formalmente democráticos, tentam quebrar a continuidade de um governo eleito democraticamente, é uma enorme preocupação", afirmou Miranda, que também é membro do comitê de Direitos Humanos da FA.

Com o processo, segundo Miranda, "estão sendo violados os direitos políticos de um povo" e a própria Constituição brasileira.

"Dizemos não a este avanço sobre as democracias na América Latina, algo similar ocorreu no Paraguai há pouco tempo, e realmente vemos (o processo) com preocupação ", afirmou, fazendo referência ao afastamento do ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo em 2012.

"O que está por trás de tudo isto é uma tentativa de despejar o Poder Executivo, legitimamente eleito pelo povo do Brasil, para que termine a aplicação de um conjunto de políticas sociais que beneficiaram o povo e aos mais despossuídos", declarou o secretário-geral do PIT CNT, Marcelo Abdallah

Ele acrescentou que o processo é um "golpe de Estado" na medida em que as acusações contra Dilma não estão relacionadas a crimes ou crimes contra a nação.

Fonte: Rede Brasil Atual

Petroleiros protestam contra o golpe

Os trabalhadores da Refap cruzaram os braços na manhã dessa terça-feira, 10, aderindo ao Dia Nacional de Paralisação, convocada pela FUP. Além da defesa da democracia e dos direitos sociais e trabalhistas, o ato foi pela manutenção do sistema de partilha do pré-sal e pela Petrobrás. As mobilizações aconteceram em todo país.

Convocado pela Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, o Dia Nacional de Paralisações contra o golpe e em defesa dos direitos sociais e trabalhistas começou com grande êxito, mobilizando 15 estados do país, segundo balanço inicial dos organizadores. 

Além dos petroleiros, trabalhadores metalúrgicos, dos Correios, rodoviários, operários da construção civil, bancários, comerciários, professores e outras categorias de empresas públicas e privadas realizaram atos de base para dialogar com os trabalhadores sobre os riscos de perdas de direitos com o golpe em curso.

 

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