Nov 25, 2024

União dos trabalhadores do campo e da cidade marcou o Dia de Mobilização

Essa quinta-feira, 18, foi marcada por mobilizações em todo o país. Na capital gaúcha, cerca de 6 mil trabalhadores participaram da passeata até o prédio da Receita Federal. Desde o começo da manhã, houve paralisações e assembleias nas portas de fábricas em diversas cidades do Rio Grande do Sul, muitos desses trabalhadores seguiram para a caminhada em Porto Alegre.

Na concentração, em frente ao prédio do INSS, os dirigentes explicaram a pauta da classe trabalhadora: 40 horas semanais sem redução de salários, fim do fator previdenciário, reforma agrária, igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, política de valorização dos aposentados, 10% do PIB para a educação, 10% do orçamento da União para a saúde, correção da tabela do imposto de renda, ratificação da Convenção 158 da OIT, regulamentação da Convenção 151 da OIT e ampliação do investimento público.

Representantes de diversas federações de trabalhadores se manifestaram para lembrar que depois de realizar a Marcha das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais, que reuniu 50 mil pessoas em Brasília, a CUT voltou às ruas neste dia 18 em uma mobilização nacional para destravar a pauta entregue ao governo e a parlamentares.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Cayres, afirmou que não está na pauta apenas questões específicas de categorias, mas lutas de toda a classe trabalhadora. Para ele, é fundamental organizar os locais de trabalho, pois é lá que se faz a disputa com o capital.

“Somente organizados vamos vencer nas nossas pautas. Lá no ABC Paulista, mais de 80% das fábricas já estão com a carga horária de 40 horas e eles também estão mobilizados hoje, em solidariedade a nossa pauta conjunta”, disse Cayres.

Outro ponto defendido pelo dirigente é o fim do fator previdenciário: “somos roubados em 30% com o fator previdenciário, os trabalhadores querem se aposentar com dignidade.”

Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, os trabalhadores estão lutando pelo desenvolvimento do Brasil com distribuição de renda, aumento para os aposentados, fim das terceirizações e investimentos em políticas públicas.

“Há um setor no Brasil que defende medidas que visam apenas o crescimento do país, precisamos é de desenvolvimento”, acredita.

Nespolo lembrou conquistas recentes para a classe trabalhadora como os direitos adquiridos por empregados domésticos e vigilantes. “Isso tem que ser apenas o começo. Por isso os trabalhadores do campo e da cidade estão unidos hoje, para garantir o avanço da nossa pauta”, disse ele.

No prédio da Receita Federal, os trabalhadores encontraram os integrantes da Via Campesina, que estavam acampados no local desde terça-feira, 16.

Agricultura familiar

No começo da tarde, todos saíram em caminhada até o Palácio Piratini para entregar a pauta da agricultura familiar com a Via Campesina para o governador do Estado, Tarso Genro.

Em frente ao Palácio, o presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Jairo Carneiro, falou em nome dos trabalhadores. Segundo ele, é fundamental para o desenvolvimento do país incentivar a agricultura familiar.

“Temos que investir nos pequenos agricultores, a população precisa de comida saudável e não de veneno como o que vem do agronegócio”, declarou ele. “Sem dúvida nenhuma, os trabalhadores metalúrgicos são parceiros nesta luta, apoiando a agricultura familiar”, finalizou.

Após, o governador, Tarso Genro foi até o caminhão de som e falou aos manifestantes. “Sempre senti falta de uma política específica para a agricultura camponesa. Hoje vamos apresentar para vocês a proposta de um programa para essa área e que espero que seja modelo para o resto do país”, disse.

A proposta apresentada por Tarso é de um programa custeado 50% pelo governo estadual e 50% pelo BNDES e visa investimentos nas unidades de produção, processamento da produção, indústria de insumos, criação de pontos populares de trabalho, centros de distribuição local de alimentos e estrutura de logística.

“Vamos fazer do Rio Grande do Sul um exemplo para o Brasil, pois esse programa intervém não apenas na produção, mas também na comercialização e isso redesenha a política para a agricultura campesina”, acredita Tarso.

Após um dia de manifestações em diversas regiões do Estado, o governador ainda falou da importância dos movimentos sociais e populares para a democracia. “Nossos policiais não estão aqui para bater em manifestantes. A ordem é que eles garantem a segurança para todo mundo se manifestar”, afirmou.

Participações

Diversas entidades participaram da atividade ao longo do dia, entre essas: MTD, Federação dos Metalúrgicos do RS, Federação Democrática dos Sapateiros, CNM, Sinpro, Feteesul, Sintae, Sintrajufe, Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, Sindicato dos Metalúrgicos de Sapiranga, Sitracom, CPERS/Sindicato, FEMERGS, CONTEE, SEMAPI, Sindicato Metalúrgicos de Porto Alegre, FTIA-RS, Sindiserf, MNLM, Sindisaúde, SindBancários e Sinttel.

CUT-RS

FUP intensifica luta por investimentos nos campos maduros

A FUP participa nesta sexta-feira, 19, da audiência pública na Câmara Municipal de Natal que irá debater   "A atual situação dos investimentos da Petrobrás no Rio Grande do Norte". A Federação também acompanhou nessa quinta-feira, 18, a reunião que a presidenta da Empresa, Maria das Graças Foster, teve com parlamentares do estado e com o Sindipetro-RN, cuja pauta tratou dos investimentos da Petrobrás nos campos maduros de produção e as perspectivas de novos projetos exploratórios e de revitalização dessas áreas.

A retração de investimentos tem impactado os trabalhadores não só no Rio Grande do Norte, como também na Bahia e no Espírito Santo, comprometendo o desenvolvimento econômico de diversos municípios.

A presidenta da Petrobrás afirmou que serão mantidos os investimentos no custeio dos atuais ativos da UO-RNCE e anunciou que até o final de abril a estatal fechará novos contratos de prestação de serviço. Graça Foster também reiterou que em maio os trabalhadores que foram demitidos em função da desativação dos antigos contratos serão recontratados.

No último dia 12, os parlamentares do Rio Grande do Norte realizaram uma grande audiência pública na Câmara Municipal de Mossoró, onde foram discutidos os impactos da retração dos investimentos da empresa na região que concentra a maior produção terrestre de petróleo do país. A audiência elencou uma série de questionamentos que foram documentos na "Carta de Mossoró", entregue pessoalmente nesta quinta-feira à Graça Foster. O documento foi construído conjuntamente com o Sindipetro-RN e outras entidades representativas dos trabalhadores, que denunciam a interrupção de cerca de cinco mil postos de trabalho na região, em função da descontinuidade dos contratos da Petrobrás com as empresas prestadoras de serviço.

A FUP continuará se articulando, cobrando não só dos gestores da Petrobrás, como também do governo, a revitalização dos campos maduros de petróleo. Essa é uma luta histórica da Federação, que mobilizou recentemente a sociedade brasileira contra a tentativa de privatização dos campos maduros, durante a discussão da legislação que regulamentou a exploração e produção do pré-sal. Na ocasião, os empresários chegaram a incluir no projeto de capitalização da Petrobrás que a empresa deveria abrir mão de grande parte dos seus ativos terrestres, mas, por pressão da FUP e de seus sindicatos, o texto foi vetado pelo então presidente Lula. A defesa dos campos maduros é, portanto, uma luta contínua em defesa da soberania nacional e contra os privatistas de plantão.

FUP

Plenária Regional da Anapar

Acontece neste sábado, 20 de abril, a Reunião Plenária da Regional RS da Anapar. O evento será das 9h30min às 12h, na Casa dos Bancários (Rua General Câmara, 424, Centro Histórico, Porto Alegre.

O Sindipetro-RS convida todos os companheiros e companheiras a participarem desta Reunião.  

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