Nov 26, 2024

Falta de políticas públicas de mobilidade urbana é o real motivo das manifestações

As recentes manifestações contra as tarifas dos transportes coletivos em várias capitais brasileiras ganharam visibilidade por conta da repressão policial e da violência que deixaram centenas de feridos e um rastro de destruição, principalmente em São Paulo.

 

Milhares de pessoas foram às ruas reivindicar redução de tarifa inferior a cinquenta centavos. É evidente que esta não é a real razão dos atos. O que as manifestações e seus desdobramentos desastrosos revelam é uma população, em especial a paulista, cansada de ser vítima da falta de uma política de mobilidade urbana.

 

Os trabalhadores e trabalhadoras do Estado de São Paulo e de outras regiões do País não aguentam mais enfrentar longas e intermináveis filas de espera por ônibus, trens e metrôs sempre lotados e de péssima qualidade para ir e voltar do trabalho.

 

O poder público precisa criar canais de diálogo e de negociação com a sociedade para, juntos, debater e encontrar e saídas à questão da mobilidade urbana.

 

Nesse sentido, a CUT se dispõe a conversar com o poder público e apresentar propostas que contribuam para a solução do problema, melhorem a qualidade do transporte coletivo e, consequentemente, a vida dos trabalhadores/as e da população em geral. Sugerimos também a realização de uma conferência para discutir a mobilidade urbana.

 

Uma das responsáveis pela construção da recente democracia brasileira, a Central Única dos Trabalhadores reafirma a sua posição em defesa da liberdade de manifestação e destaca que a repressão policial em nada contribui com o processo.

 

A CUT repudia os episódios de violência entre a polícia e grupos isolados e reconhece que em todo movimento legítimo pode haver pessoas que deturpam seus objetivos, mas essas são exceções e não justificam a criminalização de manifestações e atos legítimos. Não é possível generalizar e punir todos pela inconsequência de alguns.

 

No final da tarde desta sexta-feira (14), a CUT entrou em contato com o prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que se comprometeu a receber lideranças do movimento. A CUT defende a formação imediata de uma mesa de negociação e entendimento entre os atores envolvidos (movimentos sociais e os governos) nas questões de mobilidade urbana. A Central está disposta a participar dessa mesa e contribuir com o processo de solução desses conflitos e atender às necessidades básicas da sociedade, caso dos transportes públicos.

CUT

Sindipetro/MG inicia execução da ação referente ao pagamento do Repouso Semanal Remunerado.

A decisão do TST, publicada no dia 31 de maio, rejeitou o último recurso da Petrobrás contra a sentença trabalhista, que condenou a empresa a pagar as diferenças de Repouso Semanal Remunerado.

A ação trabalhista coletiva, ajuizada em 2011 pelo Sindipetro-MG, foi solucionada definitivamente em menos de dois anos de trâmite, tempo muito rápido, se considerada a demora dos processos trabalhistas.

Agora, a assessoria jurídica do Sindipetro/MG está identificando os beneficiados que não entregaram na época a FRE. Em breve, entraremos em contato por meio de cartas e emails.

Para mais esclarecimentos, leia abaixo:

1) Qual foi o direito reconhecido pela ação?

A Justiça do Trabalho condenou a Petrobrás a pagar diferenças de RSR sobre as horas extras pagas no contracheque. Serão considerados dias de repouso, os dias de folga do turno, e não somente domingos e feriados, como praticava a empresa. Além disso, o novo critério deverá ser implantado em folha.

2) Quem tem direito?

A decisão beneficia todos os trabalhadores do regime de turno da Regap (Betim) que trabalharam entre 2006 até o início da execução (previsto para julho de 2013) e que tiveram pagamento de horas extras no contracheque.

3) Quem teve alteração de regime de trabalho também tem direito?

Sim. Desde que tenha trabalhado em algum período abrangido pela ação, ou seja, entre 2007 e 2013.

4) Os aposentados e demitidos no período também têm direito?

Sim. Desde que desligados da empresa a partir de 26 de julho de 2006 e, claro, tenha trabalhado no regime de turno.

5) Os trabalhadores transferidos têm direito?

Sim. Desde que em alguns dos períodos a partir de  26 de julho 2006 e tenham trabalhado em turno na Regap.

6) Quais documentos devem ser apresentados?

a)    Ficha de Registro de Empregado (FRE), cópia simples, atualizada;

b)    Procuração aos advogados do Sindipetro/MG para habilitação, conforme minuta disponibilizada pelo sindicato.

Atenção: os trabalhadores que já entregaram a documentação no início deste ano estão dispensados de renovar a documentação.

7) Qual é o prazo de entrega dos documentos?

Para agilizar o início da execução, o prazo limite para a entrega dos documentos no Sindipetro/MG é até o dia 20 de julho.

8) Como será o processo de entrega dos documentos para a habilitação?

1º) O trabalhador (a) deve dirigir-se ao Sindipetro/MG com a FRE atualizada;

2º) Ao entregar a FRE, deverá assinar o termo de habilitação. Além disso, receberá o protocolo de entrega dos documentos.

9) Quais serão os próximos passos da execução?

1º) Os advogados do Sindipetro/MG protocolarão em breve petição dirigida à Vara do Trabalho de Betim indicando nominalmente os empregados beneficiados da ação e, na mesma petição, solicitarão a intimação da Petrobrás para juntar os cartões-ponto e recibos salariais de todos os empregados beneficiados;

2º) O processo deve ser encaminhado para o perito do juízo (contador) para apresentar a conta com os valores individualizados;

3º) A empresa e o sindicato poderão  impugnar a conta do perito;

4º) Havendo impugnação, o juiz deverá homologar uma das contas e citar a empresa para depositar os valores em juízo;

5º) Da decisão que homologa a conta, pode haver recurso (Agravo de Petição) ao Tribunal do Trabalho de Minas Gerais apenas para discutir a correção dos valores apurados.

6º) Não havendo mais pendências sobre a conta, o juiz deverá determinar a liberação individual dos valores a cada beneficiado.

(Processo: 01217-2011-027-03-00-0)

Objetivo: cobrança de diferenças do cálculo dos reflexos do Repouso Semanal Remunerado (RSR) sobre as horas extras recebidas, pagas incorretamente aos empregados que trabalham em regime de revezamento.

 Faremos execução provisória e tentaremos acelerar o julgamento no TST do recurso da empresa, já que há precedentes favoráveis à matéria. Temos habilitações da maioria dos trabalhadores. Faltam alguns.

RSR - TRABALHADORES DO ADMINISTRATIVO

O mesmo pedido consta em outra ação do Sindipetro/MG para beneficiar os trabalhadores  do administrativo da Regap. O processo aguarda audiência com julgamento no dia 03 de outubro de 2013, na 3ª Vara de Trabalho de Betim.

Sindipetro/MG

Nota das centrais sindicais sobre a mobilização contra o aumento das passagens urbanas

A luta contra o aumento das passagens em curso em todo o país expressa a insatisfação dos trabalhadores e do povo submetidos, diariamente, a condições desumanas no transporte (ônibus, trens, metrô etc.), em especial nas grandes cidades. O preço das tarifas é absurdamente elevado frente às condições de prestação deste fundamental serviço público. 

Mais do que uma reação contra as tarifas, as manifestações mostram que os/as trabalhadores/as, estudantes e a sociedade como um todo, não admitem mais o descaso com questões como a falta de políticas de mobilidade urbana e melhoria urgente da qualidade do transporte coletivo.

Neste sentido, as centrais sindicais consideram que as manifestações são  absolutamente legítimas e democráticas. A virulência da repressão policial contra os manifestantes é inadmissível, avilta o direito constitucional à livre manifestação e resgata o velho bordão de que os poderes constituídos tratam assuntos de interesse social como assunto de polícia.

Sendo assim, as Centrais Sindicais que assinam esta nota manifestam seu apoio à luta contra os aumentos das passagens, contra a violência policial, pelo amplo direito de manifestação, pela criação de canais de diálogo e de negociação com a sociedade para, juntos, debatermos e encontrarmos saídas para o problema da mobilidade urbana, que tanto afeta a vida da classe trabalhadora.

É fundamental que manifestações pacíficas avancem para a abertura de negociações com os governos dos Estados e municípios sobre o valor das tarifas e as condições oferecidas aos usuários do transporte público.
 
São Paulo, 17 de junho de 2013.

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT
FORÇA SINDICAL
UNIÃO GERAL DOS TRABALHADORES - UGT
CENTRAL DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO BRASIL - CTB
NOVA CENTRAL SINDICAL DOS TRABALHADORES - NCST

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