Nov 26, 2024

Petrobrás é condenada a pagar 500 mil a petroleiro vítima de câncer por contato com benzeno

Condenada por conduta negligente, Petrobrás terá que pagar R$ 500 mil de indenização por danos morais a um petroleiro aposentado por invalidez após ter contraído câncer na medula óssea devido ao contato com benzeno e outros produtos químicos. Ao julgar nesta terça-feira (11) recurso da Petrobrás, que pretendia a redução do valor, a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho entendeu que a quantia arbitrada foi proporcional ao dano sofrido pelo trabalhador, e não modificou a condenação.

A relatora do agravo de instrumento da Petrobrás, ministra Kátia Magalhães Arruda, destacou a gravidade do caso e o caráter pedagógico do valor da condenação. "A empregadora é empresa de grande porte, o que justifica o montante fixado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA), levando em conta a sua capacidade econômica", assinalou.

Além de laudo técnico confirmando a presença de benzeno e produtos químicos tóxicos no ambiente de trabalho do petroleiro, a culpa da empresa, por negligência, ficou comprovada com a confissão do preposto de que eram necessário o uso de máscara e filtro para vapores orgânicos, equipamentos de proteção individual que não eram utilizados pelo trabalhador.

Após a condenação, a empresa interpôs recurso de revista, cujo seguimento foi negado pelo TRT-BA. A Petrobrás, então, interpôs agravo de instrumento, tentando viabilizar a análise do recurso de revista pelo TST. Argumentando, com base no artigo 5º, inciso V, da Constituição da República, que o valor da indenização não foi proporcional e possibilitava enriquecimento ilícito do autor. A ministra Kátia Arruda, porém, entendeu ser inviável o conhecimento do recurso, porque a empresa não demonstrou a alegada violação à Constituição.

"Não é possível que a vida humana seja tratada com tanto descaso", desabafou a relatora. Para ela, o montante de R$ 500 mil, além de indenizar os danos sofridos pelo trabalhador, "tem caráter pedagógico, no sentido de alertar a empregadora para o aspecto de que esse tipo de conduta ilícita de seus prepostos deve ser corrigida a fim de que não atinja outros empregados, não sendo tolerado pelo Poder Judiciário o flagrante descumprimento das normas de saúde e segurança do trabalho".

Diante da fundamentação da relatora, a Sexta Turma, por unanimidade de votos, não proveu o agravo de instrumento. Dessa forma, continua valendo a decisão do TRT.

TST

FUP e Contraf vão propor à CUT greve geral para barrar o PL 4330

A FUP e a Contraf/CUT, que enviaram representações em massa para a mobilização que barrou a votação do PL 4330/2004 ontem na Câmara, irão propor à CUT uma reunião na próxima semana com todo o Macrossetor de Serviços e Logística (que além de bancários e comerciários reúne vigilantes e trabalhadores de transportes terrestre e aéreo, dentre outros) com o objetivo de discutir um calendário de mobilização envolvendo as várias categorias de trabalhadores.

Durante a IV Plenafup, realizada entre os dias 06 e 09 de junho em Caruaru (PE), os petroleiros aprovaram por unanimidade a indicação de uma greve nacional em todo o Sistema Petrobrás e também propor a construção de uma greve geral com as demais categorias, caso o PL 4330 avance no Congresso.

Sob o pretexto de regulamentar a terceirização, o projeto aumenta a precarização das condições de trabalho, libera essa modalidade de contratação para as atividades fim e ataca direitos históricos da classe trabalhadora. De autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO) e relatoria do deputado Arthur Maia (PMDB-BA),o PL 4330 representa um imenso retrocesso, ao permitir a terceirização das atividades fim e acabar  com a responsabilidade solidária das empresas contratantes. Além disso, o projeto fragiliza a representação sindical dos trabalhadores, tudo que os empresários anseiam.

Leia abaixo o artigo conjunto do coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros, João Antônio de Moraes, e do presidente da Confederação Nacional do Ramo Financeiro da CUT, Carlos Cordeiro.

Os empresários, os banqueiros e as forças conservadoras estão numa grande ofensiva para impor novamente ao país a agenda neoliberal, colocando seriamente em risco conquistas históricas dos trabalhadores. A maior ameaça neste momento vem da Câmara dos Deputados, onde avança celeremente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) o projeto de lei (PL) 4.330 do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), com substitutivo do deputado Artur Maia (PMDB-BA).

A pretexto de regulamentar a terceirização no Brasil, se aprovado, o projeto legalizará a precarização das relações de trabalho no Brasil. E atingirá igualmente trabalhadores do setor privado e público. A mobilização dos trabalhadores e de suas entidades de classe conseguiu nesta terça-feira 11 de junho adiar por 30 dias a votação do projeto de lei na CCJC. Vencemos uma batalha. Mas a guerra continua e para isso temos de nos preparar. O primeiro grande prejuízo do PL é que estabelece a divisão entre os trabalhadores contratados diretamente pelas empresas e os terceirizados, contratados pelas prestadoras de serviços. Os primeiros têm mais direitos que os terceirizados, considerados de segunda classe, ainda que atuem no mesmo espaço e realizem o mesmo trabalho. Estudo do Dieese mostra que o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de trabalho de três horas a mais e ganha 27% menos. E a cada 10 acidentes de trabalho, oito ocorrem com terceirizados.

No Sistema Petrobrás, das 329 mortes por acidentes de trabalho ocorridas nos últimos 18 anos, 265 foram com trabalhadores terceirizados.   

No ramo financeiro, hoje trabalham pouco mais de 500 mil bancários e mais de 1 milhão de terceirizados, que ganham um terço dos bancários, reduzindo o custo e aumentando o lucro dos bancos. Esse projeto, se aprovado, poderá terceirizar até caixas e gerentes, precarizando ainda mais o emprego.

No serviço público, onde a terceirização já é conhecida como fonte de corrupção, desvios do dinheiro público e piora na qualidade dos serviços prestados à população, o projeto afronta a Constituição Federal porque vai acabar com o concurso público.

A classe trabalhadora não pode sofrer esse verdadeiro golpe, justamente no momento em que o Brasil começa a trilhar o caminho do crescimento econômico e inicia um resgate histórico de sua imensa dívida social que o país ainda tem com os trabalhadores e os excluídos. Iniciamos há uma década uma melhor distribuição de renda, com o aumento real nos salários, particularmente do valor do salário mínimo e a geração de mais postos de trabalho. E é justamente isso que tem assegurado o crescimento da economia e a inclusão de milhões de brasileiros.

O Brasil precisa acelerar o desenvolvimento econômico e social para ampliar a inclusão social. Afinal, apesar desse crescimento, e de pontuarmos hoje como a sexta maior economia do mundo, o Brasil ainda é um dos 12 países mais desiguais do planeta. E medidas como o PL 4.330 representam um retrocesso gigantesco nessa dura caminhada rumo ao desenvolvimento, aprofundando a concentração de renda. E por isso ela é intolerável.

Os petroleiros aprovaram na Plenária Nacional da FUP a indicação de uma greve nacional em todo o Sistema Petrobrás e a proposta de construção conjunta com a CUT e outras centrais sindicais de uma greve geral em defesa dos trabalhadores ameaçados pela pretensa regulamentação da terceirização.

A classe trabalhadora não pode permitir essa derrota. Para isso, precisa ir às ruas e intensificar a mobilização, preparando-se para uma greve nacional, se necessário, para barrar a aprovação desse projeto da terceirização.

Participantes do PP-2 tem até 30 de junho para rever o percentual de contribuição

De 1º a 30 de junho os participantes inscritos no Plano Petros-2 (PP-2) até 31 de março de 2013 devem fazer a revisão anual da sua contribuição para o plano. O objetivo da medida, prevista em regulamento, é ajustar o valor das contribuições regulares para que sejam suficientes para arcar com as expectativas de benefício futuro.

Como a patrocinadora oferece uma contrapartida na mesma proporção da contribuição regular do participante, o ideal é fazer um esforço maior de poupança e optar sempre pelo percentual máximo. Além disso, as contribuições para previdência complementar podem ser deduzidas do Imposto de Renda. O máximo a ser deduzido é de 12% do rendimento bruto anual.

Todos os anos são definidos os limites mínimos e máximos para a contribuição regular de cada participante. Esses percentuais são calculados atuarialmente em função das mudanças no salário, na idade, no tempo de vinculação à Previdência Social e no grupo familiar do participante. A partir desses limites, é possível escolher um novo percentual, que será válido pelos próximos 12 meses.

Como fazer a revisão?
Para rever a sua contribuição regular, acesse o hotsite disponível na área do participante no portal Petros. Também é possível fazer simulações para estimar o benefício futuro e esclarecer eventuais dúvidas sobre o processo. Os novos limites de contribuição passarão a vigorar a partir de julho. Quem por acaso perder o prazo só terá outra oportunidade de realizar a revisão em junho de 2014.

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