Ex-presidente Lula convoca categoria petroleira a defender a Petrobrás
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou a defesa da Petrobras nesta sexta-feira (3), durante sua participação na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP). O ex-presidente disse ainda que "se alguém roubou a Petrobras, que pague pelo roubo, mas que os trabalhadores não sejam punidos". A Plenária acontece na Escola Nacional Florestan Fernandes do MST em Guararema (SP). "A luta da defesa da Petrobras não é só dos petroleiros. É de quem tem responsabilidade com a soberania desse país", completou.
Lula disse que "se quiserem um brasileiro com orgulho da Petrobras, estou aqui" e sobre a abordagem da imprensa às questões da estatal, afirmou: "a A Petrobrás não é corrupção. É muito mais que isso. O Brasil não é só miséria como querem mostrar. Não queremos que não mostrem as coisas ruins, mas queremos que mostrem a verdade". O ex-presidente comentou os vazamentos seletivos da Operação Lava-Jato. "O vazamento tem interesse. É para pegar alguém ou acusar um partido. Ou seja, a pessoa só pode ser chamada de ladrão quando provar que éladrão, não pode criminalizar a pessoa antes de ser julgada".
O atual pessimismo na sociedade também foi lembrado no discurso de Lula, que afirmou: "o mau humor hoje não é gratuito. Tem gente que ganha quando cai as ações da Petrobrás. Eles compram para vender na alta. Acho que tem gente que dá notícia negativa todo dia, para criminalizar o PT e as esquerdas". E rebateu "não há espaço para sermos negativos neste país, é só olhar o que nós éramos e o que somos hoje. Estamos vivendo tempos difíceis, mas vamos consertar. E é isso que a presidenta Dilma está fazendo neste momento".
Ele enalteceu as "boas notícias" que já estão sendo anunciadas. "Dilma já anunciou dois planos importantes, que é o Plano Safra e o Plano de Concessões, vai anunciar programa de investimento na área de energia, setor elétrico. Mais 3 milhões de casas no Minha Casa, Minha Vida, e vai anunciar outras medidas importantes". Lula lembrou também o Plano Nacional de Educação (PNE), que "é o grande programa revolucionário neste país" e afirmou "vamos andar o Brasil defendendo este Plano".
Sobre a redução da maioridade penal recém-aprovada na Câmara, o ex-presidente observou que se trata de uma injustiça. "O que explica que o Congresso queira jogar na costa de meninos de 16 anos a responsabilidade pelo que os governos não fazem?". Lula disse também que a "meninada precisa de oportunidade e não de cadeia".
A intolerância política foi outro tema abordado por ele em sua explanação. Lula ressaltou a necessidade de defender a democracia. "A democracia pressupõe respeitar o espaço do outro. Repartir democraticamernte os espaços públicos. E não pichar com violência a porta da casa do Jô Soares porque ele entrevistou a presidenta".
Para terminar, Lula encorajou os trabalhadores a fazer a disputa política no Brasil. "A luta dos trabalhadores não pode ser eminentemente econômica. Tem que pensar em outras coisas. Tem que defender a empresa, proposta para melhorar a vida da empresa, mas tem de sobretudo defender a democracia deste país, o estado de direito. Porque não foi fácil o que conquistamos até agora. Não podemos abdicar disso".