Nov 27, 2024

Senado não chega a acordo sobre urgência em projeto que tira Petrobras do pré-sal

Em meio à repercussão da entrevista concedida pela presidenta Dilma Rousseff, nesta manhã (7) – que monopolizou atenções no Congresso –, o Senado Federal iniciou há pouco, com atraso de mais de duas horas, sessão plenária sem decidir se votará esta semana o projeto de lei reduz a participação da Petrobras na exploração do pré-sal.

O dia foi também marcado por manifestações lideradas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) nos principais aeroportos do país contra o Projeto de Lei 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP). “Nossa manifestação, não só aqui, no aeroporto de Brasília, mas em vários aeroportos, tem o objetivo de chamar atenção dos parlamentares”, disse o coordenador-geral da federação, José Maria Rangel. Além de abordar os senadores, os sindicalistas aproveitaram o momento para conversar com deputados federais que desembarcavam, já que na Casa também tramitam projetos com o objetivo de mudar o regime de partilha.

Dentro do Senado, faltou entendimento. Diante de pedidos de senadores, tanto para que a matéria seja apreciada de imediato quanto para que seja instituída uma comissão para aprofundar o debate, as lideranças partidárias se reuniram sem chegar a uma conclusão.

Estavam previstas para votação hoje duas MPs, que trancam a pauta, mas os líderes fizeram um acordo para que a apreciação das MPs aguardasse um prazo de mais uma sessão para depois dar início à apreciação de ambas em plenário. Depois da votação das MPs, está na pauta do Senado, ainda, o projeto de lei que trata do aumento para os membros e servidores do Ministério Público da União. E depois, a proposta sobre as regras do Pré-Sal, que tem como autor o senador José Serra (PSDB-SP).

“Tivemos muitas discussões sobre o tema hoje e está cada vez mais forte um entendimento entre os senadores no sentido de que é preciso ampliar essa discussão. Sugerimos aqui a criação de uma comissão para que a matéria seja amplamente debatida, em vez de ser votada de afogadilho”, pediu o senador Lindbergh Farias (PT-RS).

Mais três meses

Farias destacou requerimento apresentado pelo senador Walter Pinheiro (PT-BA) à mesa do Senado, que propõe a criação da comissão, com funcionamento durante um período de três meses. A ideia contou com o aval do líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que declarou considerar válido ser dado mais tempo para o assunto. “O problema é só termos certeza de que isso não será uma manobra procrastinatória”, acentuou o parlamentar.

Para que a comissão seja criada é preciso que a reunião dos líderes chegue a um acordo para retirar o caráter de urgência do projeto. O que ainda não aconteceu.

O líder do PT na Casa, senador Humberto Costa (PE), deixou claro que a base aliada do governo vai trabalhar para impedir a aprovação da matéria, caso esse acordo não venha a ser formalizado. “Nós poderíamos discutir até uma alternativa, se tivéssemos mais tempo para debater o assunto”, destacou Costa.

Participação de multinacionais

O projeto de José Serra revoga a participação obrigatória da Petrobrás no regime de partilha do pré-sal, o que abre espaço para a participação de outras multinacionais. A justificativa é que a estatal brasileira acumula uma dívida cinco vezes maior do que seu patrimônio e, por isso, não possui recursos necessários para investir na exploração do pré-sal.

Para os parlamentares que lutam para que o projeto não seja aprovado, a matéria é uma forma de transferir para essas empresas os lucros que o país teria com a exploração dos recursos do pré-sal que, pela legislação atual, precisam ter 50% dos seus lucros destinados ao financiamento das áreas de saúde e educação. E impões ao país risco ambiental mais grave e desnecessário.

Vários senadores mencionaram uma avaliação feita pelo consultor legislativo da Câmara, Paulo César Ribeiro Lima, especialista em petróleo, sobre o caso. Ribeiro Lina disse que embora considere que o regime de partilha aprovado para a exploração do pré-sal já é muito ruim, porque implica em alta lucratividade, investimentos baixos e risco praticamente zero para as multinacionais envolvidas, ao menos com a estatal brasileira como operadora uma boa parte dos lucros fica com o Estado brasileiro, “inclusive no fundo Social que destina 50% da sua receita à saúde e educação”.

Mas ficou difícil a discussão sobre o assunto caminhar no dia de hoje. Até o final da tarde, o Senado tinha perto de 50 dos 81 senadores no plenário. Mas houve momentos em que o local foi ocupado por apenas cinco.

Fonte: Rede Brasil Atual

Mais uma tragédia anunciada: dois trabalhadores morrem por falta de segurança no TABR

Dois trabalhadores da Empresa Espiral, que faziam a manutenção do Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR), morreram em um acidente causado pela negligência e falta de segurança, na tarde desta terça-feira, 7. Os profissionais estavam realizando a montagem de um andaime na ponta leste do píer, sobre o mar, para fazer a manutenção na instalação oceanográfica do terminal.

 

O concreto cedeu e o andaime, que não estava ancorado, foi para dentro da água, levando junto os trabalhadores, que estavam presos à estrutura pelo cinto de segurança. No entanto, a Permissão de Trabalho (PT) havia recomendado que os funcionários ficassem apenas de colete, sem se amarrar pelo cinto no andaime. Ambos foram resgatados já sem vida pelos próprios colegas de trabalho, pois uma hora após o acidente, ainda não havia chegado qualquer tipo de socorro.

 

Infelizmente essa foi uma tragédia anunciada, por falha de gestão, pois o TABR não tem nenhuma estrutura de resgate. Não foi pensada uma estrutura para trabalhar sobre o mar e não há nenhum resgatista perto. Se não fosse um funcionário da Transpetro, os trabalhadores estariam no mar até agora.

 

Paralisação

 

O Sindipetro-ES vem cobrando a Transpetro, há mais de um ano, uma ambulância no local. Não podemos permitir que mais trabalhadores se submetam a serviços que não tenham passado por uma análise de risco e exigimos que haja o mínimo de estrutura de segurança e socorro no local. Por isso, o sindicato vai realizar uma paralisação amanhã de manhã no TABR.

 

Fonte: Sindipetro/ES

 

FUP protocola pauta política unitária em defesa da Petrobrás

Reunida em São Paulo nesta segunda-feira, 06, a direção da FUP discutiu a implementação do calendário de luta e das principais deliberações da 5ª Plenafup, realizada entre os dias 01 e 05 de julho, em Guararema, na Escola Nacional Florestan Fernandes. A Federação protocolou na Petrobrás nesta terça-feira, 07, a pauta política unitária aprovada por unanimidade na Plenária e que tem por base as propostas já apresentadas pela FUP para o Plano de Negócios e Gestão 2015-2018, cujo objetivo é garantir a manutenção dos investimentos da empresa, para que continue atuando de forma integrada e sendo indutora do desenvolvimento nacional.

 

Diante da gravidade do atual quadro político e dos ataques contra a Petrobrás, os petroleiros que participaram da Plenafup aprovaram que a prioridade da categoria neste momento deve ser impedir a venda de ativos e os cortes de investimentos anunciados pela empresa, bem como barrar os projetos que visam alterar o modelo de partilha do pré-sal. A Plenária acolheu as pautas encaminhadas pelos congressos regionais e remeteu para discussão no Conselho Deliberativo da FUP, que será realizado em Brasília, na primeira semana de agosto, durante o retorno dos parlamentares após o recesso no Congresso Nacional. Nesta mesma semana, a CUT, a CTB e outras centrais sindicais realizarão uma grande manifestação contra o ajuste fiscal em frente ao Ministério da Fazenda.

 

Acesse aqui a Pauta Política Unificada protocolada na Petrobrás

 

Os petroleiros aprovaram também por unanimidade uma série de mobilizações, inclusive um indicativo de greve, para se contrapor ao plano de desinvestimentos em curso na Petrobrás e ao PLS 131, do senador José Serra (PSDB/SP), que ameaça alterar o modelo de exploração do pré-sal, retirando da Petrobrás a função de operadora única e acabando com a participação obrigatória da empresa em todos os campos exploratórios.

 

Plano de lutas e assembleias

 

Nesta terça-feira, 07, quando o PLS 131 estará novamente na pauta de votação do Senado, a FUP e seus sindicatos voltarão a se manifestar nos principais aeroportos do país, como fizeram na semana passada, para pressionar os parlamentares sobre a importância de manter a Petrobrás como operadora única do pré-sal. As mobilizações integram o calendário de lutas deliberado pela 5ª Plenafup, que aprovou o indicativo de greve nacional em defesa da Petrobrás e do Brasil.

 

Até o dia 17, a FUP e os sindicatos realizam assembléias para submeter aos petroleiros os indicativos de estado de assembléia permanente e estado de greve. Ainda nesta semana, os petroleiros se somarão às mobilizações dos trabalhadores da BR Distribuidora, subsidiária que está na eminência de ter parte de seu capital entregue ao mercado. Na próxima semana, entre os dias 14 e 22 de julho, os petroleiros iniciam uma série de mobilizações nas bases contra a venda de ativos e os cortes de investimentos, que já estão impactando os trabalhadores e o País.

 

No dia 24 de julho, data da próxima reunião do CA, a categoria realizará uma greve de 24 horas para deixar claro que não aceitará que a maior e mais estratégica empresa do país seja desmantelada, colocando em risco as conquistas dos últimos anos, o que já está gerando demissões em massa e a desestruturação da política de conteúdo nacional.

 

 

 

CALENDÁRIO DE LUTAS APROVADO PELA PLENAFUP

 

 

 

  • 07 de julho – atos nos aeroportos
  • 07,08, 09 de julho – mobilizações e assembléias nas bases da BR Distribuidora contra a abertura do capital da subsidiária
  • 07 A 10 de julho – concentração de representações da FUP e de seus sindicatos em Brasília, contra o PLS 131 e em defesa do pré-sal
  • 07 a 17 de julho – assembléias para deliberar sobre estado de assembléia permanente, estado de greve e contribuição assistencial de 2% da remuneração, dividido em duas parcelas, para subsidiar a campanha em defesa da Petrobrás e contra a entrega do pré-sal
  • 14 a 23 de julho– atos em defesa da Petrobrás, por segmentos: dia 14 nas unidades do gás e energia e nas usinas de biodiesel; no dia 16, nos terminais da Transpetro; no dia 17 nas refinarias; no dia 21, nas bases do E&P e dia 22, nas unidades administrativas
  • 24 de julho – greve de 24 horas
  • Primeira semana de agosto -  Conselho Deliberativo Ampliado, em Brasília

 

 Fonte: FUP

 

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