Nov 27, 2024

Câmara aprova lei antiterror, que pode criminalizar movimentos populares

A Câmara dos Deputados aprovou a lei antiterror, em votação nesta quarta-feira (12). O (PL 2016/15), que foi votado em caráter de urgência no plenário, teve aderência de todos os partidos, com exceção de PSOL e PC do B.

O PL tipifica o terrorismo como a prática, por um ou mais indivíduos, de ações com a finalidade de intimidar o Estado, uma organização internacional, pessoa jurídica nacional ou estrangeira, ou ainda representações internacionais; em atos com a intenção de coagi-los a agir ou a se omitir, provocando terror, expondo ao perigo a pessoa, o patrimônio, a paz pública e a incolumidade pública.

Para a deputada e líder do PC do B na Câmara, Jandira Feghali, a lei dá margem para a criminalização de movimentos sociais e protestos políticos.

“Uma manifestação de estudantes ou de professores poderia ser enquadrada como ato terrorista. A lei poderia ser usada para criminalizar tentativas de reivindicação do povo ao Estado, o que foi praxe na Ditadura”, afirma.

Apesar do texto isentar “manifestações políticas, sociais ou sindicais” de qualquer restrição e punição, a deputada acredita que o texto é “amplo e genérico, a interpretação ficará na cabeça de quem julgar”.

O deputado federal Jean Willis (PSOL-RJ), em entrevista ao Opera Mundi, lembra que os crimes tipificados no projeto “já são contemplados no Código Penal. Mas o que temos mesmo é o terrorismo de Estado, sobretudo das polícias nas favelas”.

A pena de uma ação classificada na lei antiterror pode variar de 12 a 30 anos. O projeto de lei segue para ser avaliado pelo Senado.

Desde os protestos de junho de 2013, inúmeros projeto de tipificação do crime de terrorismo surgiram. De acordo com a advogada da ONG Justiça Global, Natalia Damázio, os movimentos sociais devem ficar ainda mais atentos para o avanço do projeto pois ele tem “cunho repressivo e político”.

“Esse PL é apenas uma das tentativas que estão em curso que ampliam o Estado policial e o autoritarismo no país. Temos visto uma postura de cerceamento dos direitos humanos por parte do Congresso. Essa política gera aumento do encarceramento e do punitivismo, isso inclui uma crença no militarismo, numa política exclusivamente repressiva e menos democrática”, apontou.

Fonte: Rede Brasil de Fato

Militantes sindicais serão recebidos por Dilma nesta quinta-feira, 13

Centenas de militantes sindicais e movimentos sociais, entre eles os dirigentes do Sindipetro-RS, serão recebidos na tarde desta quinta-feira, 13, pela presidenta Dilma, no Palácio do Planalto. O pedido de audiência partiu das centrais sindicais e movimentos sociais, para discutir a conjuntura política, o processo democrático e para reafirmar a defesa de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e da soberania.

 

Presidente do Senado barra acesso da FUP e interfere na Comissão Especial do PLS 131

Em suas manobras para favorecer os setores que apoiam mudanças nas regras do pré-sal, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), tem ultrapassado todos os limites do cargo que ocupa e atropelado reiteradamente o processo democrático. Nesta quarta-feira, 12, durante a instalação da Comissão Especial que tratará do PLS 131, Renan mexeu na composição que já havia sido acordada entre os partidos, alterando a correlação de forças na comissão, cuja maioria dos integrantes era contrária ao projeto. Além disso, o presidente do Senado barrou a entrada dos dirigentes da FUP e impôs a nomeação de Otto Alencar (PSD/BA) para a Presidência e de Ricardo Ferraço (PMDB/ES) para a Relatoria.

 

Ferraço já foi relator do PLS 131, tanto no Plenário, quanto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, quando se posicionou favorável à proposta de José Serra, autor do projeto que quer tirar da Petrobrás a função de operadora única do pré-sal e acabar com a participação mínima da empresa na exploração destas reservas. Ao interferir na composição da Comissão Especial para privilegiar o bloco parlamentar que é favorável ao PLS 131, Renan Calheiros inviabiliza o debate democrático sobre um tema que é de suma importância para o país.

 

Essa arbitrariedade fez com que os senadores que se opõem ao projeto de Serra se retirassem da reunião de instalação da Comissão. “Não dá para aceitar. Tive uma discussão áspera com o presidente Renan, que não pode se espelhar em Eduardo Cunha, com posições autoritárias. Se querem nos colocar para fora da comissão, é só nos dizer”, protestou o senador Lindbergh Farias (PT/RJ).

 

Mesmo com habeas corpus, petroleiros foram impedidos de entrar

 

Mesmo com habeas corpus expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Édson Fachin, no último dia 03, garantindo o aceso da FUP ao Senado para acompanhar as sessões e votações do PLS 131, o coordenador da Federação, José Maria Rangel, e vários dirigentes, foram impedidos de acompanhar a sessão de instalação da Comissão Especial, nesta quarta-feira, 12. Em vez de cumprir a decisão judicial, o presidente do Senado, Renan Calheiros, fez exatamente o contrário: determinou que a segurança barrasse a entrada de todos os petroleiros citados no habeas corpus.

 

Outros militantes que conseguiram acesso ao Senado também foram impedidos de entrar na sala onde se reuniu a Comissão Especial que analisará o PLS 131.Como destaca o ministro Édson Fachin no relatório que garantiu o habeas corpus à FUP, a atitude do presidente do Senado “consiste em flagrante violação à liberdade, pois o Senado Federal é prédio e espaço público por excelência, é uma Casa Legislativa formada por representantes do povo e, por essa razão, pode e deve estar sempre aberta”.

 

Não foi a primeira vez que Renan Calheiros impediu o direito dos petroleiros acompanharem as sessões do Senado, como garante a Constituição a todos os cidadãos brasileiros. Nas sessões anteriores, ele já vinha criando uma série de restrições ao acesso de representantes da FUP e de seus sindicatos à Casa. No dia 17 de julho, chegou a mandar a polícia parlamentar retirar à força os petroleiros das galerias do plenário, durante a votação que aprovou o regime de urgência para o PLS 131.

 

Nas sessões seguintes, os petroleiros intensificaram as mobilizações no Senado, conseguiram derrubar a urgência e, desde então, seguem resistindo às manobras que tentam apressar a tramitação do projeto. A Direção da FUP permanece em Brasília até sexta-feira, 14, pressionando os parlamentares e construindo lutas unitárias com outras categorias e os movimentos sociais em defesa da Petrobrás, do pré-sal e do Brasil.

 

Fonte: FUP

 

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