Nov 27, 2024

FUP protocola comunicado de greve na Petrobrás e na Transpetro a partir do dia 07

Nesta sexta-feira, 04, a FUP protocolou na sede da Petrobrás no Rio de Janeiro, o comunicado de greve por tempo indeterminado, que será deflagrada a partir do dia 07 de setembro, em todas as unidades administrativas e operacionais da empresa, assim como nas instalações da Transpetro.

Os indicativos de "estado de greve" e "assembleia permanente", deliberados pela FUP e seus sindicatos durante a 5ª Plenafup, foram aprovados em assembleias pelos trabalhadores do Sistema Petrobrás, realizadas entre os dias 07 e 23 de julho, período que antecedeu a greve de advertência realizada durante 24h, em todo o Sistema Petrobrás, no dia 24/07. Os Sindicatos filiados à FUP farão novas assembleias para ratificar os indicativos. 

A nova greve dos petroleiros ocorrerá em protesto ao novo Plano de Negócios da Petrobrás, que representa um verdadeiro desmonte da empresa, cujos impactos já estão ocorrendo em várias unidades do país, com milhares de demissões de trabalhadores terceirizados e cortes em despesas, que colocam em risco conquistas históricas da categoria. Além disso, os gestores da Petrobrás já deram início à venda de ativos estratégicos, como parte da BR Distribuidora e a reestruturação da malha de gasodutos. Para reverter esses ataques, os trabalhadores que não fogem à luta e já estão acostumados a enfrentar este tipo de batalha, responderão com greve.

Clique aqui para acessar o comunicado de greve.

Fonte: FUP

Petroleiros se preparam para greve por tempo indeterminado

Os trabalhadores da Petrobras podem paralisar as atividades a qualquer momento. Como a legislação determina que a atividade da companhia é essencial e uma greve tem de ser comunicada com 72 horas de antecedência, a estratégia da categoria é a cada dia que passa notificar a empresa da possível decretação do movimento dentro de três dias. Segundo essa estratégia, hoje (3) a Federação Única dos Petroleiros (FUP) protocolou na Petrobras e na Transpetro novo aviso a partir da zero hora de domingo (6).

A Lei 7.783/ 1989 enquadra, no inciso I do artigo 10, a produção e distribuição de gás e combustíveis como serviço essencial. No artigo 11, a legislação determina que “sindicatos, empregadores e trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”. A FUPsolicitou à empresa a negociação de efetivos mínimos e de cotas de produção para assegurar as necessidades essenciais da população, de acordo com a lei.

O movimento, segundo a FUP, é motivado por cortes de cerca de 40% nos investimentos da companhia e planos de venda de aproximadamente US$ 15 bilhões em ativos. A categoria considera reais os riscos de desmonte da Petrobras.

Na atual conjuntura, em que a estatal sofre ataques de interesses internacionais, a FUP avalia que o governo precisa assumir seu papel no processo. “Em primeiro lugar, é preciso chamar a atenção da sociedade para o que representa a Petrobras para o país. Em segundo, é preciso saber o que a nova gestão quer fazer com a Petrobras. E, em terceiro, o governo tem que assumir a responsabilidade, porque é acionista majoritário, e investir na Petrobras”, diz José Maria Rangel, coordenador da FUP.

Amanhã (4), a FUP e seus sindicatos reúnem-se em um conselho deliberativo para discutir a organização e construção da greve, segundo a entidade, por tempo indeterminado.

De acordo com Rangel, o governo assumir responsabilidades significa atitudes concretas. Ele usa um exemplo do governo dos Estados Unidos, que, no contexto da crise financeira internacional, interveio para salvar algumas das maiores empresas do país, no caso companhias privadas.

 

Em 2009, o governo Barack Obama injetou US$ 60 bilhões na Chrysler e na General Motors e, segundo se estimou na época, salvou cerca de 1 milhão de empregos.

"Se nada tivéssemos feito, não apenas teriam desaparecido os empregos (das montadoras), mas também (os indiretos) das concessionárias”, explicou o presidente americano um ano depois. “Na nossa visão, o governo brasileiro tem que trabalhar dessa forma”, diz o dirigente da FUP.

Sobre a greve, ele acrescenta que, embora a lei determine que a direção da empresa tem de se sentar com os sindicatos e negociar detalhes como cota de produção e efetivo para manter a produção, a companhia não assume seu papel. “A lei, na visão da Petrobras, só produz obrigações para nós.”

Ranking

A Petrobras lidera o ranking das mil maiores empresas do país divulgado pelo jornal Valor Econômico em agosto passado. Embora tenha tido prejuízo de cerca de R$ 22 bilhões em 2014, a estatal apresentou, segundo o levantamento, receita líquida de R$ R$ 337 bilhões.

Fonte: Rede Brasil Atual

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