Nov 26, 2024

Em resposta à FUP, Petrobrás concorda em discutir dias de greve

Em resposta ao documento que a FUP protocolou nesta terça-feira (17), cobrando que a Petrobrás reveja a sua posição sobre o desconto dos dias parados, a empresa concorda em discutir os dias de greve, logo após a assinatura do Acordo Coletivo 2015. A companhia também garante que o tratamento a ser dado aos dias de greve só será implementado a partir de janeiro de 2016.

 

Os trabalhadores, portanto, não devem assinar nada relativo à compensação e/ou desconto dos dias parados, enquanto esses pontos ainda estiverem sob discussão. Por orientação da direção da FUP, o tratamento que as empresas do Sistema Petrobrás aplicarem em relação aos dias de greve será extensivo a todos os dirigentes sindicais liberados nas bases da entidade.

 

A Federação reitera que não aceitará qualquer sanção disciplinar contra os trabalhadores grevistas.

 

Propostas da Pauta pelo Brasil  já estão sendo implementadas

 

Ao longo de todo este ano, a FUP desenvolveu uma série de mobilizações e ações políticas para garantir a retomada dos investimentos da Petrobrás e preservar os postos de trabalho fortemente impactados pela crise que afeta a empresa e toda a cadeia produtiva do setor. As propostas formuladas através da Pauta pelo Brasil, cujo debate com a gestão da empresa foi conquistado na greve, já garantiram mudanças no posicionamento da empresa, antes mesmo do início do Grupo de Trabalho.

 

Endividamento - a Pauta pelo Brasil propõe alongar e viabilizar operações financeiras que troquem dívida em dólares por reais. Neste sentido, a Petrobrás efetuou no dia 30 de setembro troca de dívida em dólar com o Banco do Brasil no valor de US$ 1 bilhão por R$ 4 bilhões e ampliou para dez anos o prazo de pagamento.

 

Novas fontes para investimentos - algumas das medidas propostas na Pauta pelo Brasil já começaram a ser implementadas pela Petrobrás, como negociações com agências de crédito asiáticas e de países que integram o BRICS. Nos últimos meses, a empresa realizou quatro negociações desta natureza, totalizando US$ 8,8 bilhões.

 

 

Geração de Caixa - uma das propostas da Pauta pelo Brasil é a implementação de uma nova política de preços para os derivados de petróleo, garantindo mecanismos de proteção para os produtos essenciais aos consumidores de baixa renda, como é o caso do gás de cozinha. Em 30 de setembro, já foi efetuado o realinhamento dos preços da gasolina e do diesel. É necessário agora garantir que o governo abra mão de parte da CIDE, o que irá gerar cerca de R$ 7 bilhões ao caixa da Petrobrás.

 

Nenhum direito a menos

 

Uma das maiores conquistas  da greve realizada pelos petroleiros foi o atendimento do item 13 da Pauta pelo Brasil, que preserva os direitos dos trabalhadores, vedando qualquer tipo de retrocesso. A renovação do  Acordo Coletivo de Trabalho consolida as principais conquistas dos petroleiros ao longo dos últimos 13 anos, na contramão dos cortes que têm sido amargados pelos trabalhadores da indústria petrolífera no mundo inteiro. A FUP, junto com suas assessorias, analisou cláusula, por cláusula, garantindo a preservação de todos os direitos, que fazem do nosso acordo coletivo um dos melhores do país.

 

As diferenças em relação ao ACT 2013 são relativas à numeração e à fusão de cláusulas, que não alteram os direitos adquiridos. Confira:

 

  • Cláusula 84, para dispensa de empregados: é a mesma redação desde 1996;

 

  • Adicional de confinamento: a cláusula 14 fundiu com a 34, sem prejuízo algum;

 

  • Participações de Dependentes (62 a 67): as redações estavam erradas; quem.paga a participação no custeio é o titular, e não o dependente; os dependentes continuam com os mesmos direitos;

 

  • Jornada Administrativa: a Cláusula 112 fundiu com a Cláusula 113;

 

  • Níveis de aposentados: a Cláusula 181 foi suprimida, pois já foi cumprida;

 

  • Cláusula 77, de assistência a portadores de HIV:  foi suprimida, mas o HIV consta da relação de doenças crônicas assistidas, na proposta;

 

  • Cláusula 172, que trata da gratificação de contingência (abono): foi suprimida, pois a Petrobrás não propôs abono.

 

Encaminhamentos

 

A orientação para os 10 sindicatos que aprovaram a proposta é que não assinem o Acordo Coletivo, aguardando para que a assinatura seja efetuada conjuntamente, de forma a fortalecer a unidade nacional e a correlação de forças das nossas entidades nos próximos embates em defesa da Petrobrás.

 

O encaminhamento para os três sindicatos que ainda não aprovaram os indicativos do Conselho Deliberativo é que, de acordo com suas orientações estatutárias, refaçam as assembleias.

Fonte: FUP

Regramento de Desconto e Compensação de dias parados

O sindicato orienta os trabalhadores a NÃO assinarem nada relativo à compensação e/ou desconto dos dias parados durante a greve.

Essa questão está ainda em negociação entre a FUP e a Petrobrás, e só deve ser concluída quando da assinatura do ACT. Até lá, todos devem aguardar as orientações.

Nesse sentido, não se intimidem com o assédio da gerentada. Caso haja alguma pressão por parte dos gerentes, exija que eles apresentem a orientação corporativa e entrem em contato com o Sindicato.

Diretoria Sindipetro-RS

FUP discute com MPT práticas antissindicais da Petrobrás durante a greve

A FUP realiza nesta terça-feira (17) à tarde audiência com a Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília, para cobrar apuração das práticas antissindicais da Petrobrás e subsidiárias durante a greve. Nas últimas semanas, as entidades sindicais denunciaram as medidas arbitrárias tomadas pela empresa na tentativa de criminalizar os trabalhadores e suas organizações, violando a Lei 7783/89, que garante o direito de greve.

É preciso uma apuração rigorosa e a devida responsabilização dos gestores pela utilização de aparatos policiais dentro das unidades operacionais, pelos interditos proibitórios que impuseram multas milionárias aos sindicatos, pelo bloqueio de contas bancárias das entidades, pela proibição dos dirigentes sindicais de acessar as unidades, pelas intimidações e ameaças aos trabalhadores através de telefonemas, e-mails, telegramas e mensagens eletrônicas, entre tantas outras ações ilegais cometidas pela empresa durante a greve.

Também será cobrado que o Ministério Público tome as devidas medidas para responsabilizar a Petrobrás pelo pagamento indevido de horas extras às equipes de contingência. Como orientado pela FUP, vários sindicatos ingressaram com ações judiciais, denunciando a ilegalidade dessa conduta e os riscos que os gestores submeteram  os trabalhadores, financiando equipes despreparadas de gerentes para assumirem a produção das unidades em greve.

Tratamento dos dias parados

Na manhã desta terça-feira (17), os dirigentes sindicais avaliaram o quadro nacional das assembleias, onde os trabalhadores, inclusive nas bases dos 10 sindicatos que aprovaram a proposta conquistada e suspenderam a greve,  apontaram a necessidade da Petrobrás rever a sua posição em relação aos dias parados e à possibilidade de sanções disciplinares. A FUP encaminhou à empresa no início da tarde documento cobrando um posicionamento em relação a esses dois temas.

Fonte: FUP

Facebook