Nov 26, 2024

Trabalhadores abraçam CEEE e reforçam unidade na luta em defesa do patrimônio do povo gaúcho

Os trabalhadores da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) realizaram um ato público e deram um abraço simbólico à sede da empresa, em Porto Alegre, reforçando a defesa do patrimônio público, durante ato público realizado ao meio-dia desta quinta-feira (19).

A atividade foi coordenada pela CUT Metropolitana e contou com a participação de todas as entidades que integram a Frente em Defesa do Patrimônio do Povo Gaúcho: CUT-RS, Senergisul, Sindiágua, SindBancários, Fetrafi-RS, Senge, Sintec, Uniproceee, Associação dos Engenheiros da CEEE, Associação dos Técnicos da CEEE e Aapergs.

Após concentração a partir das 11h30, os trabalhadores saíram de mãos dadas em caminhada da esquina da Rua Joaquim Porto Vilanova, esquina com a Avenida Ipiranga, até a entrada principal do prédio da CEEE, no bairro Jardim do Salso.

Houve manifestações de representantes das entidades presentes, bem como do deputado estadual Jeferson Fernandes (PT). Todos destacaram a importância da unidade na luta em defesa das empresas públicas, pois nenhuma está totalmente protegida. Somente a luta coletiva poderá enfrentar os ataques do governo Sartori (PMDB).

CUT-RS aponta quem é o inimigo dos trabalhadores

“Várias empresas estão na mira e não podemos gastar pólvora com chimango. O inimigo dos trabalhadores é o grupo RBS, que é o diário oficial e o porta-voz do governo do Estado. Não se trata dos repórteres, mas dos donos que se articulam com as federações patronais e que querem concluir o projeto iniciado pelo governo Britto”, alertou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Ao afirmar que “o governo Sartori representa os grandes interesses dos grupos econômicos”, ele chamou os trabalhadores a intensificar a mobilização. “Os deputados têm medo da pressão nas bases”, apontou o dirigente da CUT-RS.

“Temos que pressionar os deputados para que defendam as empresas públicas. O jogo não está definido. As peças ainda estão se ajustando. E os trabalhadores são sujeitos e não objetos que podem ser jogados”, frisou Claudir.

Ele chamou a atenção para a importância para preservar as empresas públicas e alertou para as conseqüências das políticas neoliberais para os trabalhadores. “A privatização, a parceria público privada e a concessão significam precarização do trabalho”, destacou.

Claudir pediu a solidariedade de todos os trabalhadores. “Temos que ser solidários, incluindo quem trabalha na iniciativa privada, para defender as empresas públicas”, ressaltou.

Avaliação

“Vencemos mais uma etapa na luta em defesa do patrimônio dos gaúchos, com o mesmo sucesso que tivemos quando abraçamos no dia 11 setembro o edifício-sede do Banrisul, onde fica também a administração da Corsan”, avalia o coordenador da CUT Metropolitana, Carlos Pauletto.

Para ele, “o sucesso do evento só foi possível graças à unidade das entidades e à presença dos trabalhadores, que mesmo na sua folga de almoço estiveram lá e participaram ativamente desta luta que é de toda a sociedade gaúcha”.

“Precisamos mais do que nunca proteger o patrimônio público e reafirmar que não podemos entregar as empresas públicas, como a CEEE, que foi construída ao longo de muitos e muitos anos, com esforço e investimentos do orçamento do Estado. Ela não pertence ao Sartori nem ao PMDB, mas sim ao povo gaúcho”, concluiu Pauletto.

A manifestação foi encerrada com o tradicional salchipão (salsichão com pão).

 

Fonte: CUT-RS

Intervalo de 35 horas entre as jornadas semanais deve ser respeitado em turnos de revezamento

Mesmo no regime de revezamento, deve ser garantido ao trabalhador um intervalo mínimo de 11 horas entre as jornadas, o que também deve ser observado logo em seguida ao repouso semanal de 24 horas. Assim, se houver prestação de serviços no intervalo de 35 horas entre as jornadas semanais, o tempo efetivamente trabalhado no período será tido como "trabalho extraordinário" e deverá ser remunerado como tal. Com esse entendimento, a juíza Claudia Rocha Welterlin, em sua atuação na Vara do Trabalho de Itajubá, deferiu a um reclamante, como extras, as horas trabalhadas durante o intervalo de 35 horas entre as jornadas semanais. A decisão teve respaldo na Súmula nº 110 e na Orientação Jurisprudencial nº 355 da SDI-1, ambas do TST.

A reclamada afirmou que sempre obedeceu aos intervalos de 11 horas entre as jornadas diárias de trabalho, mas caso fizesse o mesmo entre as jornadas semanais para gerar intervalo de 35 horas de descanso para o trabalhador, acabaria por "descompassar" todo o regime de revezamento.

Para a magistrada, apesar de não existir lei específica determinando o pagamento de horas extras pela não concessão do intervalo entre jornadas, não há razão jurídica para que o período de descanso previsto no artigo 66 da CLT seja tratado de forma distinta do intervalo intrajornada estabelecido no artigo 71 da CLT (para refeição), pois ambas as normas têm o propósito de proteger a saúde do trabalhador. Assim, nos dois casos, desrespeitado o intervalo, as horas trabalhadas no período deverão ser remuneradas como extras.

Além disso, a juíza afastou o argumento da empresa de que a obediência desse intervalo entre as jornadas semanais traria desorganização ao sistema de turnos de revezamento. Isso porque há entendimento expresso do TST sobre a questão, plasmado na Súmula 110/TST que dispõe que: "JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO - No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre as jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional".

Como, no caso, os cartões de ponto demonstraram que a reclamada, de fato, observava o intervalo de 11 horas entre as jornadas diárias, mas não o fazia entre as jornadas semanais, ou seja, após o trabalhador usufruir do descanso semanal de 24 horas, a magistrada deferiu ao trabalhador, como extras, as horas efetivamente trabalhadas por ele durante o período de 35 horas entre o fim de uma jornada semanal e o início da outra. Houve recurso, mas a decisão foi mantida no TRT/MG.

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

FUP reitera prejuízos do PLS 555 em reunião com ministro do Planejamento

A FUP participou na tarde desta quarta-feira (18) de reunião com o ministro do Planejamento, Nélson Barbosa, e com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério, José Lopes Feijó, onde diversas entidades sindicais que representam os trabalhadores do setor público e de empresas estatais se posicionaram duramente contra o Projeto de Lei 555/2015. A FUP foi representada pelo diretor Leonardo Urpia, que, junto com dirigentes da CUT, da Contraf, da FENAE, e dos sindicatos dos trabalhadores dos Correios, aeroportuários e urbanitarios, cobrou a int

erlocução do governo para que o projeto não seja votado em regime de urgência.

 

As entidades sindicais destacaram que o projeto é altamente questionável, a começar pelo vício de iniciativa, já que trata de questões que devem ser propostas pelo Executivo e não pelo legislativo. Além disso, altera a composição acionária das empresas públicas, acabando com sua função social e abrindo caminho para uma privatização em todo o setor, nas esferas federal, estadual e municipal.  

 

A FUP e as representações sindicais dos trabalhadores dos bancos públicos, Correios, Eletrobrás e outras estatais querem um amplo debate com a sociedade. Nas próximas semanas, as entidades sindicais terão novas reuniões com o Ministério do Planejamento e cobrarão audiências com o presidente do Senado, Renan Calheiros.

 

O PLS 555 é fruto de dois projetos de lei propostos este ano pelos senadores do PSDB, Tasso Jereissati (o PLS 167) e Aécio Neves (o PLS 343), que visam alterar os estatutos de empresas públicas e sociedades de economia mista para sociedade anônima (S.A.), obrigando o Estado a entregar ao mercado parte do capital acionário destas empresas. O PLS 555 também instituiu a “independência” dos Conselhos de Administração em relação ao poder Executivo, além de proibir a participação de conselheiros com filiação partidária e/ou sindical.

 

Sem destaque na mídia e tramitando quase na surdina, sem nenhum debate com os trabalhadores, o projeto representa uma grave ameaça às estatais brasileiras, pois coloca em risco o caráter público, a autonomia e o papel social dessas empresas.

 

Fonte: FUP

 

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