O Brasil vai às ruas contra o golpe nesta quarta-feira (16). Haverá manifestações dos trabalhadores em todo o país para defender a democracia, pedir a cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e cobrar mudanças na política econômica. Em Porto Alegre, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, integradas pela CUT-RS, além de outros movimentos sociais, irão realizar uma vigília em frente à Prefeitura, a partir das 17h.
A mobilização foi batizada de Dia Nacional de Luta contra o Impeachment, pela Cassação de Cunha e por Mudanças na Política Econômica. O movimento exige também o fim da política do caos e dos ataques do governo Sartori aos servidores e aos serviços públicos.
“Depois da 20ª Marcha dos Sem, que realizamos na última sexta-feira (11), levando mais de 10 mil pessoas para as ruas da capital gaúcha, faremos aqui uma grande vigília em sintonia com os demais estados do país, protestando contra os golpistas que na realidade querem tirar a presidenta Dilma para retomar a agenda neoliberal”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
“O impeachment é golpe porque não tem base jurídica e, portanto, não há legalidade no processo, sendo motivado tão somente por razões oportunistas e revanchistas de Cunha e por aqueles que ainda não aceitaram o resultado das urnas”, ressalta Claudir. “O presidente da Câmara tenta assim encobrir as contas na Suíça e os crimes que ele cometeu e escapar da cassação do mandato”.
“A agenda dos golpistas prevê a retirada de direitos dos trabalhadores”, reitera o presidente da CUT-RS, o que representa enorme retrocesso para o país. “Eles são os mesmos que querem aprovar o projeto da terceirização sem limites, os que questionam a política de valorização do salário mínimo, os que consideram “gastança” os programas sociais do governo e os que apoiam pautas conservadoras como a redução da maioridade penal, dentre outras medidas que, se implementadas, levarão o país ao atraso e não para um futuro com mais distribuição de renda, redução das desigualdades e democracia”, salienta Claudir.
Para ele, “a luta agora é no Congresso, no judiciário e com os trabalhadores nas ruas para derrotar os golpistas e mudar a política econômica”.
Os protestos ocorrerão no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne para decidir sobre os recursos de deputados da base do governo que questionam as regras do impeachment estabelecidas em sessão secreta pelo presidente da Câmara.
Fonte: CUT-RS