Nov 24, 2024

Litoral de Imbé: tragédia anunciada

No início desse ano, o Sindipetro-RS, em reunião, já havia alertado os responsáveis locais para uma possível tragédia ambiental no litoral norte do nosso estado. No momento em que o aconteceu o incidente nessa semana, que provocou o vazamento de óleo no litoral de Imbé, a Petrobrás estava operando com a metade do efetivo necessário. Essa foi mais uma das tragédias anunciadas do Sistema Petrobrás. Nos resta cobrar: até quando?

O Sindipetro estará presente nas reuniões de análise do acidente, as informações serão passadas posteriormente.

Óleo vaza de navio da Petrobrás e deixa mancha no mar do RS

As autoridades estão investigando o vazamento de óleo responsável por uma imensa mancha no litoral norte do Rio Grande do Sul. O incidente ocorreu entre a noite de ontem e a madrugada desta quinta-feira (7) e está sendo tratado como uma emergência.

Conforme a Petrobrás Transporte (Transpetro), o vento forte na região provocou a desconexão entre um navio que desembarcava o produto e uma monoboia no litoral do balneário de Imbé (119 km de Porto Alegre), ocasionando o vazamento. Na região existe uma plataforma da estatal.

A delegada da Polícia Ambiental Marina Goltz sobrevoou a área e afirmou que a mancha tem cerca de dez quilômetros de extensão e está próxima, a cerca de três minutos de voo da costa.

Segundo ela, será aberto um inquérito policial para apurar responsabilidades por crime ambiental. Até o meio desta manhã, não havia sido detectado qualquer sinal de óleo na praia.

Pelas redes sociais, o prefeito Imbé, Pierre Emerim (PT), alertou a população e classificou o vazamento como de "grandes proporções".

De acordo com a Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental), dois de seus técnicos estão no local para determinar as dimensões do vazamento para, a partir daí, estudar a melhor maneira de contornar o problema.

Em janeiro de 2012, um vazamento na mesma região afetou uma área na de cerca de 3,5 quilômetros de extensão, desde a plataforma da praia de Tramandaí até a barra do Imbé, na divisa com a cidade vizinha.  Naquela ocasião, peixes, tartarugas e aves acabaram mortos.

Fonte: UOL

Entenda o que é a investigação jornalística Panamá Papers

A Panamá Papers é uma investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) sobre a indústria de empresas offshore. Esse tipo de empresa pode ser usada para esconder dinheiro e dificultar o rastreamento de seus verdadeiros donos.

O ICIJ, com apoio do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, teve acesso a 11,5 milhões de documentos ligados ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. Os milhões de documentos vazados foram esmiuçados por mais de 370 jornalistas de 76 países. No Brasil, fazem parte da ICIJ profissionais do portal UOL, do jornal O Estado de S. Paulo e da emissora Rede TV!.

Os documentos mostraram que a Mossack Fonseca, que tem escritórios em outros países, é uma das maiores criadoras de empresas de fachada do mundo. A documentação analisada apontou a criação de 214 mil empresas offshore ligadas a pessoas em mais de 200 países e territórios.

As descobertas das investigações trazidas a público envolvem 140 políticos de mais de 50 países, ligados a empresas offshore em 21 paraísos fiscais. Nomes de chefes de Estado, ministros e parlamentares de vários países aparecem no Panamá Papers.  As planilhas, e-mails, faturas e registros corporativos apontam que as fraudes foram cometidas nos últimos 40 anos.

A Receita Federal do Brasil informou que a criação de offshores não é ilegal e representa uma forma de investimento no exterior, desde que as informações sejam declaradas. No entanto, caso o Fisco constate tentativa de evasão fiscal ou de ocultação do verdadeiro dono dos bens, o contribuinte pode ser autuado e multado.

O blog de Fernando Rodrigues, do UOL, revelou que funcionários da Mossack Fonseca disseram, em trocas reservadas de e-mails, que a política da companhia é “não atender pessoas que têm ou tiveram cargos políticos”. Mas os jornalistas do ICIJ constataram que algumas das offshores foram utilizadas pelos políticos e seus parentes para comprar bens e imóveis no exterior. Outras serviram para movimentar contas bancárias em países como a Suíça.

No Brasil, foram checados pelo UOL, no banco de dados do escritório de advocacia no Brasil, os nomes de pessoas classificadas no mercado financeiro como “PEPs” (do inglês politically exposed person ou “pessoa politicamente exposta”). De acordo com o blog de Fernando Rodrigues, a Mossack atendeu a pelo menos seis grandes empresas citadas na Lava Jato.

O cruzamento de dados incluiu os 513 deputados federais, os 81 senadores e seus suplentes, os 1.061 deputados estaduais eleitos em 2014 e os 424 vereadores das 10 maiores cidades brasileiras.

Foram checados os nomes da presidenta Dilma Rousseff e de todos os seus antecessores vivos, além dos parentes mais próximos. Os ministros atuais e ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de todos os tribunais superiores também foram checados, além de candidatos a governador e à Presidência da República em 2014. Na reportagem especial do UOL, apareceram os nomes de alguns políticos brasileiros, mas nenhum ligado ao governo.

Empresas offshores

Offshores são empresas abertas no exterior e não são obrigatoriamente ilegais. Quando declaradas legalmente no Imposto de Renda, são uma forma de investimento em bens e ativos no exterior. Esse tipo de empresa, no entanto, é ilegal quando não é devidamente declarada e serve para burlar a fiscalização, evadir impostos e esconder o real dono do dinheiro. Offshores ilegais geralmente são abertas em paraísos fiscais, países com pouco ou nenhum imposto.

Uma offshore pode servir para esconder o dinheiro para evitar pagamento de impostos, bem como uma suposta origem ilegal – de propina ou até mesmo de tráfico de drogas. É possível ainda criar uma fundação privada, que atua como acionista da empresa e despista a identidade do dono da offshore. Os diretores dessa fundação assinam por ela, escondendo o nome de proprietário do dinheiro nos documentos vinculados à fundação e à offshore.

Fonte: Agência Brasil

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