Nov 26, 2024

CUT fortalece vigília no Congresso nessa terça (13) contra PL 4330

Por mais de cinco horas, a CUT e as demais centrais sindicais reuniram-se com representantes dos empresários, do governo federal e do Congresso para mais uma rodada de negociações sobre o Projeto de Lei (PL) 4330, que regulamenta a terceirização.

A Central conseguiu convencer o governo e o relator do PL, deputado federal Arthur Maia (PMDB-BA), sobre a necessidade de dar continuidade à discussão. Porém, os empresários foram intransigentes e não abriram mão de colocar o texto em votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) já nesta quarta-feira (14).

De autoria do também deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), o projeto já recebeu o aval de Maia na CCJC e depende apenas da aprovação na comissão para seguir ao Senado.

Truculência – A CUT propôs mais uma rodada de negociação para fazer um balanço dos pontos divergentes e outros 30 dias para discutir com os trabalhadores as alterações necessárias. A resposta dos emrpesários foi de que, agora, o debate deve continuar no Congresso.

Para o secretário-geral da Central, Sérgio Nobre, a bancada dos trabalhadores cumpriu o compromisso de manter a negociação até o fim e julga um erro os empregadores pressionarem pela continuidade à tramitação sem que exista um consenso.

“Os empresários não deveriam pensar somente neles. Se realmente estivessem preocupados com o país, teriam continuado na mesa de negociação que é o caminho para o acordo. Remeter esse projeto ao Congresso, onde muita gente vai opinar sem ter o conhecimento de causa e sem ter acompanhado o debate, pode fazer com que se torne algo bem pior do que já é e pode não servir nem a empregadores, nem aos trabalhadores”, afirmou.

A missão da CUT, destacou o dirigente, é ocupar a CCJC para não deixar que o PL seja votado, já que o texto ainda está muito distante do que defendem as centrais.

“Vamos iniciar uma vigília com milhares de trabalhadores de todo o país já na tarde desta terça-feira (13) e continuaremos a mobilização na quarta. Porque ainda há três pontos importantes sobre os quais não temos acordo: a representação sindical, sem a qual não tem como assegurar os direitos dos trabalhadores, os limites para a terceirização e a responsabilidade solidária, para que a empresa contratante assuma a responsabilidade quando a terceirizada não cumprir os direitos trabalhistas”, pontuou.

Postura atrasada – Não há dados oficiais no país, mas estima-se que existam 12 milhões de terceirizados no país, o equivalente a 25% dos trabalhadores com carteira assinada.

Homens e mulheres que permanecem 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de três horas a mais e ganham 27% a menos do que o contratado de forma direta, segundo um estudo de 2011 da CUT e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além disso, a cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados.

Para mudar essa realidade, a CUT defende a regulamentação da terceirização, mas com a garantia de igualdade e condições dignas.

Secretária de Relações do Trabalho da Central, Maria das Graças Costa, ressaltou que os empregadores desrespeitaram o processo de negociação ao pressionarem por encaminhar o projeto como está.

“A postura do empresário no Brasil é muito atrasada. Num processo tão complexo como esse, que muda a legislação brasileira, não querer dar continuidade à negociação demonstra que a visão é a mesma de 2009, quando começamos a construir um projeto de lei unitário e eles se retiraram da negociação. Estamos muito distantes de um acordo, mas acreditamos que nossa pressão será capaz de prorrogar essa discussão”, apontou.

Diálogo ainda é possível – Segundo Arthur Maia, ele e o governo entendem que o PL está pronto, mas há necessidade de amadurecer ainda o debae antes de votar.

“Eu e o governo temos um projeto fechado que contempla o que relatoria e governo compreendem ser justo para trabalhadores e empresários. Agora, a negociação não acontece só na mesa e eu tenho esperança de que possamos obter uma conciliação para esticar o prazo, dar tranquilidade a todos e construir um texto que contemple trabalhadores, empresários e, sobretudo, o Brasil e a economia. Ao mesmo tempo em que não podemos deixar 12,5 milhões de trabalhadores terceirizados sem proteção da lei e não podemos fazer um fracionamento da representação sindical, também não podemos deixar os empresários numa situação de insegurança jurídica”, afirmou.

Berzoini vota contra – O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), membro da CCJC, participou de parte das discussões da mesa de negociação e, ao contrário de Maia, não acredita que o texto esteja adequado. Mantida a redação atual, ele disse votar contra.

“O objetivo é buscar entendimento, porque uma negociação como essa, se deixarmos apenas para o Congresso, haverá um grau de conflito muito grande. Precisamos discutir com profundidade, mas mantido o texto do artigo 4º, tendo a votar contra o PL”, disse, referindo-se ao item que trata do limite para a empresa terceirizar.

Oliveira é favorável – Do outro lado, o deputado federal e empresário que atua em defesa da bancada patronal Laércio Oliveira (PR-SE) aponta que o objetivo dos empregadores é obter a já citada segurança jurídica. Até aceita dialogar sim, mas desde que isso não atrapalhe o andamento do PL.

“Nós combinamos que no dia 14 colocaríamos o projeto em pauta e fizemos uma reunião aqui hoje com essa certeza. Acredito que o projeto já está pronto para ser votado, mas o diálogo continuará aberto para construirmos o melhor caminho. É aquela questão, a ênfase é sempre a mesma, a segurança jurídica, e eu acho isso indispensável neste momento.”

CUT

Desinvestimentos: Petrobrás já deixou seis países nos últimos 12 meses

Programa de desinvestimentos lançado em outubro do ano passado reduziu a atuação internacional da companhia de 23 para 17 países.

São Paulo – Nos últimos 12 meses, a Petrobrás já saiu de seis países. Somente no segundo trimestre deste ano, a companhia concluiu a venda de cinco ativos no exterior, dentro do programa de desinvestimentos lançado em outubro do ano passado. O resultado é que a atuação internacional da petroleira, que se estendia por 23 países, foi reduzida para 17.

Em carta que acompanhou ontem o relatório dos resultados operacionais e financeiros da companhia, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, não chegou a detalhar todos os projetos negociados, mas reafirmou o foco no pré-sal brasileiro e na maior eficiência na gestão de ativos internacionais. “Encerramos 15 empresas e outras 38 estão programadas para serem encerradas até dezembro de 2015″, informou.

A estratégia da Petrobrás é diminuir as operações externas e concentrar esforços na exploração e produção nas áreas do pré-sal. Graça declarou que as vendas, além de reforçar o caixa da empresa, produziram um efeito financeiro paralelo de redução da necessidade de investimentos.

Os ativos vendidos pela companhia, informou a executiva, demandariam investimentos de US$ 5,2 bilhões no período 2013-2017. Graça destacou, nas transações firmadas no trimestre, a venda de metade dos ativos da Petrobrás Oil & Gas B.V. na África, que injetou US$ 1,5 bilhão na estatal.

“As ações de desinvestimento realizadas no segundo trimestre de 2013 contribuíram não apenas com geração de caixa para nossos projetos prioritários de produção de petróleo no Brasil, mas também nos trouxeram o benefício em Capex (despesas de capital).”

Pré-sal. O sucesso das perfurações feitas até agora no pré-sal foi destaque no relatório da companhia. Das nove descobertas da Petrobrás no primeiro semestre, cinco foram em áreas do pré-sal, que obteve índice de sucesso de 100%. O resultado elevou a média nacional da taxa de sucesso para 70% nos trabalhos exploratórios.

A empresa contabilizou no segundo trimestre despesas de R$ 1,2 bilhão com perfuração de poços que se revelaram secos, mas nenhum deles no pré-sal, como fez questão de frisar Graça Foster. O resultado, afirmou, reflete a política adotada desde o ano passado, “que privilegia as locações de menor risco e destina mais recursos para as atividades de desenvolvimento da produção”.

O tom utilizado por Graça na avaliação dos resultados da empresa foi bastante otimista. “Já superamos inúmeros dos desafios previstos para este ano de 2013 e estamos convictos de que atingiremos nossas metas e objetivos traçados no plano de negócios 2013-2017″, declarou.

 Agência Estado

Lucro da Petrobrás ficou acima das expectativas do mercado e de analistas

Empresa teve ganhos de R$ 6,2 bilhões no segundo trimestre

O resultado obtido no segundo trimestre de 2013 pela Petrobras, divulgado na última sexta-feira (9/8), surpreendeu o mercado e analistas. Os ganhos da empresa foram de R$ 6,2 bilhões no período, a Petrobras conseguiu reverter o prejuízo de R$ 1,3 bilhão, registrado no mesmo período de 2012.

Analistas estimavam que o lucro liquido ficaria 24,1% abaixo do que foi divulgado. Segundo casas consultadas pela Agência Estado como Bank of America Merrill Lynch, HSBC, Itaú Corretora, Morgan Stanley e Votorantim Corretora o lucro trimestral seria de R$ 4,9 bilhões.

Entre abril e junho de 2012, a Petrobras teve resultado negativo em R$ 6,4 bilhões. A receita liquida cresceu 8,2% no período e totalizou R$ 73,627 bilhões. Resultado que foi impulsionado por reajustes de combustíveis adotados pela estatal desde o ano passado.

 Istoé Dinheiro

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