Nov 26, 2024

Petrobrás pagará R$ 610 mi por vazamento no Paraná

A Justiça do Paraná condenou a Petrobrás a pagar R$ 610 milhões em indenização por danos ambientais causados por um vazamento de óleo ocorrido em 2000 no município de Araucária (PR). O montante estabelecido em decisão da juíza federal Sílvia Regina Salau Brollo não considera juros e correção. A Petrobrás também foi condenada a pagar aproximadamente US$ 775 mil (R$ 1,8 milhão) por contaminação do solo e do ar, conforme decisão judicial publicada nesta semana pelo Ministério Público do Paraná. Procurada, a estatal afirmou que ainda não foi comunicada oficialmente da decisão.

A resolução da juíza da Vara Ambiental Federal de Curitiba envolve três ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e pela Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar), todas relacionadas a um incidente ocorrido no dia 16 de julho de 2000. Naquela data, aproximadamente 4 milhões de litros de óleo vazaram durante uma operação de transferência de petróleo (óleo cru) do terminal marítimo de São Francisco do Sul (SC) para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). O rompimento de uma junta de expansão do oleoduto permitiu que o óleo alcançasse os rios Barigui e Iguaçu. 

Diante da análise dos fatos, a juíza condenou a Petrobras a pagar indenização de R$ 100 milhões pelos danos "irreversíveis" ocorridos nas águas subterrâneas. O valor deve ser atualizado pelo INPC e juros moratórios de 1% ao mês contado desde o incidente.

A estatal também deverá pagar R$ 400 milhões por danos morais à população local, principalmente aos ribeirinhos. "É possível ir além e afirmar que o derramamento de óleo afetou toda a população do Paraná, tendo em vista a poluição de rio tão relevante para o Estado (Iguaçu)", destacou a juíza na decisão. O valor deve ser corrigido pelo INPC desde a data da sentença, no final de junho, acrescido de juros moratórios de 1% ao mês contados a partir da data do incidente.

Além disso, a Petrobrás também foi condenada a pagar R$ 100 milhões pelos efeitos do vazamento na flora local e R$ 10 milhões pelo impacto causado na vida marinha. Ambos os valores devem ser atualizados com a variação do INPC a partir da data da sentença, além de juros moratórios de 1% ao mês desde o incidente. 

A decisão da juíza federal também prevê que a Petrobras adote ações para recuperar totalmente os danos causados à flora, inclusive com a retirada do óleo existente em pontos específicos na água e no solo, além de monitorar a qualidade do ar na região, entre outras medidas. A Petrobrás informou que, desde a época do vazamento, "já vem adotando as medidas para a recuperação ambiental das áreas afetadas". A Petrobrás ainda pode recorrer da decisão. 

Maior distribuidor de combustíveis do RS está proibido de operar por tempo indeterminado

O pólo de distribuição de combustíveis de Passo Fundo, formado pelas empresas Petrobrás, Raizen e Ipiranga, que também é a administradora, foi interditado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e voltará a abastecer postos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina assim que as exigências forem atendidas, o que ainda não tem prazo para ocorrer.

A principal delas é a contratação e capacitação de técnicos para operarem as bombas e abastecer os caminhões-tanque. O grupo de auditores constatou que este trabalho vinha sendo feito pelos motoristas dos caminhões que buscavam combustível no local, porém sem segurança, conhecimento ou proteção. Cerca de 300 caminhoneiros por dia estavam tendo contato com produtos químicos como o benzeno, que causa sonolência, pouco antes de partir em viagem.

A distribuidora também deverá colocar um sistema de recuperação de vapores, alterar o modelo de carregamento dos caminhões para que seja feito pela lateral do veículo, adequar o programa de gestão, oferecer o controle médico dos profissionais que têm contato com produtos químicos, além de adequar as plataformas de bombeamento e o sistema de segurança contra queda. Segundo o auditor Luiz Scienza, a interdição será revertida somente quando o risco imediato for solucionado e os operadores contratados.

A distribuidora, a maior do Estado, abastece postos do RS e SC, foi denunciada pelo Sindilíquida, o sindicato dos trabalhadores do setor de transportes. A interdição pode impactar no fornecimento e no preço do combustível. O levantamento está sendo feito pelo Sulpetro, que representa os postos de combustíveis.

Rádio Gaúcha 

Primeira rodada de negociação aconteceu nessa quinta-feira

A FUP iniciou nesta quinta-feira, 15, a primeira rodada de negociação com a Petrobrás e suas subsidiárias para defesa e esclarecimento das principais reivindicações da pauta dos trabalhadores, que foi protocolada no último dia 06. A reunião tratou de capítulos da pauta de reivindicações referentes a Anistia, Petros, AMS, auxílios educacionais e demais benefícios.

A primeira rodada de negociação da campanha reivindicatória contou com a participação de todas as subsidiárias do Sistema e a FUP cobrou também a presença na mesa de representantes da Petros nas reuniões em que forem tratadas questões referentes ao fundo de pensão.

A FUP cobrou uma resposta da empresa em relação à antecipação da inflação na folha de setembro, pelo índice reivindicado na pauta, que é o ICV-Dieese, cuja estimativa é de 6,6%. A Petrobrás informou que até o final do mês se pronunciará sobre essa reivindicação.

A próxima reunião com a Petrobrás e subsidiárias será no dia 19, quando serão tratadas as reivindicações dos trabalhadores referentes a relações sindicais, efetivos e movimentação de pessoal, terceirização e segurança no emprego.

Auxílios educacionais

A FUP tornou a cobrar a unificação das tabelas dos auxílios educacionais, bem como o reembolso integral das despesas com ensino universitário e a cobertura de todos os cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação. A FUP também cobrou a ampliação do auxílio creche e acompanhante e extensão de todos os benefícios educacionais para os empregados próprios , dependentes de aposentados e pensionistas, além de enteados e os que estejam sob guarda.

AMS

A FUP cobrou que a Petrobrás garanta no âmbito do Acordo Coletivo de Trabalho o compromisso de resolver dentro de prazos estabelecidos as pendências da AMS, que se arrastam desde o acordo passado (cláusula 59 da pauta de reivindicações). 

Outras reivindicações da pauta dos trabalhadores ressaltadas na mesa pela FUP: implementação do comitê gestor da AMS (cláusula 60), custeio, qualidade, reembolso, aperfeiçoamento e melhoria do Programa de Assistência Multidisciplinar de Saúde (cláusulas 61, 62 e 64).

A FUP também tornou a destacar na mesa a necessidade da Petrobrás e suas subsidiárias voltarem a incluir na AMS pai, mãe, padrasto e madrasta, nos mesmos moldes praticados até 1997. A Federação cobrou ainda a extensão imediata da Assistência Médica para os futuros aposentados e pensionistas da Transpetro, Petrobrás Biocombustível e TBG. A FUP ressaltou a urgência da TBG concluir o processo de implementação da AMS para os seus trabalhadores, registrando que a subsidiária é  a única empresa do sistema com plano de saúde diferenciado. Tanto a Transpetro, quanto a TBG esclareceram que estão finalizando os estudos para implementar a AMS para todos os seus trabalhadores e futuros aposentados. (cláusula 66).

Outras reivindicações da AMS ressaltadas pela FUP na mesa de negociação: relação de custeio 90 x 10 (cláusula 74), contribuição do grande risco (cláusula 76), cobertura de implantes ósseo-dentário (cláusula 81), melhorias do Plano 28-33, inclusive com a extensão do plano nos casos que fujam às regras praticadas pela empresa até 97  (cláusula 84), ampliação do Programa de Assistência Especial-PAE (cláusula 86), custeio integral de medicamentos de uso contínuo e de vacinas que não são cobertas pela rede pública de saúde (cláusula 91), aperfeiçoamento dos Programas de Atendimento e Prevenção à Saúde do Aposentado - PASA - e de Atendimento Domiciliar – PAD (cláusula 94), garantia de saúde e bem estar na velhice (cláusula 95), pagamento de auxílio funeral (cláusula 97).

Benefício afastamento

Outra cláusula da pauta de reivindicações referente ao capítulo de Benefícios que foi destacado na mesa pela FUP é a cobrança de um benefício afastamento para o empregado aposentado que se afastar por mais de 15 dias em decorrência de acidentes de trabalho e doenças profissionais (cláusula 56).

PETROS

No capítulo da pauta de reivindicações referentes a Petros, a FUP cobrou na reunião com a Petrobrás e subsidiárias o cumprimento dos compromissos assumidos pela empresa no Acordo de Obrigações Recíprocas mas que ainda estão pendentes (clausula 236). A FUP também tornou a cobrar a extensão para os aposentados e pensionistas dos níveis concedidos pela Petrobrás aos trabalhadores da ativa nos Acordos Coletivos de 2004/2005, 2005/2007 e 2006/2007, bem como a devolução do imposto de renda descontado sobre o valor recebido a título de incentivo a repactuação, a extinção total do limite de idade para o grupo 78-79, mudança do cálculo da aposentadoria antecipada para os participantes do Plano Petros pós 79, a revogação da Resolução 49, o ingresso no Plano Petros do grupo pré-70 e a reabertura da inscrição tardia (cláusula 238). Outra reivindicação ressaltada pela FUP foi o pagamento do serviço passado para os trabalhadores da Petrobrás Biocombustível que ingressaram no Plano Petros-2 (cláusula 248).

Convênio Petrobrás-INSS – Os representantes da FUP cobraram através da pauta de reivindicações o restabelecimento do convênio da Petrobrás com o INSS para garantir todos os direitos e conquistas dos aposentados e pensionistas (inclusive os anistiados), conforme ocorria até o início do ano, antes da extinção do convênio. Uma das reivindicações nesse sentido é a garantia do parcelamento de todas as dívidas acumuladas pelos aposentados e pensionistas, em função da extinção do convênio (cláusula 241).

Pendências da anistia

Em relação aos anistiados, a FUP cobrou a garantia da manutenção da AMS para aqueles que retornaram ao Sistema Petrobrás aposentados até o restabelecimento do convênio da Petrobrás com o INSS (cláusula 71). A FUP também cobrou para esses anistiados o pagamento do serviço passado do Plano Petros 2, pois quando foram readmitidos pela empresa já estavam aposentados pelo INSS (cláusula 72). Outra reivindicação destacada pelos trabalhadores na mesa é a revisão do cálculo dos benefícios da Petros para os anistiados que foram demitidos nas greves de 94 e 95 (cláusula 238).

Ainda em relação à anistia, a FUP ressaltou as seguintes reivindicações: ampla informação e gestões políticas junto ao Ministério do Planejamento para agilização dos processos de anistia que continuam pendentes (cláusulas 246 e 247), integralização do ATS (cláusula 9), extensão da VP-DL para todos os anistiados (cláusula 11), revisão do enquadramento e progressão salarial (cláusula 247).

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