Nov 24, 2024

A ordem é privatizar. Petrobrás na linha do tiro

Participação da União soma R$ 1,3 tri em empresas abertas

Se a União conseguisse vender sua participação em todas as empresas de capital aberto de que participa, considerando o valor de mercado delas, conseguiria arrecadar ao menos R$ 1,33 trilhão, exatos 46,18% do total dos R$ 2,88 trilhões que a dívida pública alcançou em março. A privatização, ou desestatização, tem sido apresentada como uma das prioridades do governo do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB).

Levantamento feito pela consultoria Economatica, com exclusividade para O TEMPO, com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mostra que, hoje, 77 empresas de Sociedade Anônima (S/A) contam com capital do governo federal ou de instituições ligadas a ele. Porém, o total de R$ 1,33 trilhão envolve apenas as 56 empresa que informam seus valores de mercado à CVM. A participação da União nessas companhias varia de 100% até 0,6%, e entre os setores estão bancos, elétricas, indústrias, empresas de tecnologia e até abatedouros.

Uma fonte do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) confirma que a participação do banco em empresas deve ser vendida. “Mas é uma conversa que está no nível ministerial, ainda não chegou nenhuma resolução ao BNDES”, afirma. O BNDESPar tem, por exemplo, 10,4% de participação na mineradora Vale e 23,9% da JBS. No total, está em 29 empresas de capital aberto citadas, com R$ 43,68 bilhões em ações.

“A grande maioria dessas empresas poderia, sim, ser privatizada. É desnecessária a participação do Estado, até porque já está provada sua ineficiência para gerir, quase sempre feita de forma politizada”, diz o professor de finanças do Ibmec Ricardo Couto. Ele pondera, porém, que as áreas estratégicas devem ser poupadas. “Desse montante nem tudo é ‘privatizável’. Se a Petrobras fosse privatizada, o governo embolsaria um bom valor, mas toda a matriz energética do país teria que ser repensada”, diz. 

Os bancos públicos não podem ser privatizados. “A lei que trata do Programa Nacional de Desestatização foi expressa ao excluir de sua regência o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal”, conta o advogado Bruno Borges, do escritório Moisés Freire. Ele salienta, porém, que não é o caso das “demais empresas do grupo BB e Caixa”.

Além de capitalizar-se, a venda de ativos pela União pode fazer com que o governo se livre de empresas que estão no prejuízo. Segundo outro estudo da Economatica, três estatais de capital aberto – Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobras – acumularam perdas de R$ 273,5 bilhões durante o período do governo de Dilma Rousseff.

Lançar ações. Abrir o capital das estatais de capital fechado é outra alternativa do governo. É o caso dos Correios, que amargou prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015. Mudanças neste, porém, podem depender de negociações no Congresso. “A privatização, mais do que gerar caixa, visa aumentar a eficiência e reduzir custos”, diz Sério Rosi, advogado do escritório Rosi Rajão.

Mercado espera investidores

Os problemas políticos do país não devem afastar os investidores internacionais, na avaliação do professor de finanças do Ibmec Ricardo Couto. “A partir do momento em que o investidor internacional perceber que as empresas têm mercado e rentabilidade, ele não vai deixar de investir”, avalia.

No mercado de energia elétrica, a notícia também foi recebida positivamente. “Os investidores internacionais, principalmente os asiáticos, virão investir, porque eles estão acostumados com a instabilidade política. E, depois que a situação política se estabilizar, os outros investidores, europeus e norte-americanos, vão voltar também”, aposta Luis Gameiro, diretor da Tradener, comercializadora de energia.

O governo estuda vender sua participação em cerca de 230 empresas do setor elétrico, sendo 179 sociedades de propósito específico que estão hoje sob o guarda-chuva da Eletrobras. “A Eletrobras, assim como a Petrobras, só não quebrou ainda porque é uma estatal”, avalia Luis Gameiro. 

O Tempo

Frente parlamentar contra ataques no Congresso

A CUT, outras centrais, movimentos sociais e mais de 200 deputados e senadores protagonizaram a criação de um importante instrumento para combater o retrocesso nos direitos dos trabalhadores no Congresso Nacional: a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora, instalada na manhã desta quarta-feira (18).

Numa concorrida sessão da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, que lotou três salas do Senado, a secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, afirmou que a Frente Parlamentar terá “papel fundamental neste momento de risco à classe trabalhadora”, já que os ataques estão travestidos em quase uma centena projetos de lei e outras propostas em tramitação no Congresso Nacional.

O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, louvou a criação da Frente, mas alertou para a necessidade do trabalho do grupo misto ser associado às ações nas ruas do movimento sindical e social. “A maior vítima desse golpe de Estado (promovido no Congresso para afastamento da presidente Dilma) é a classe trabalhadora. Esse golpe só foi praticado para retirar direitos. Só com a classe trabalhadora organizada e fazendo greves que vamos garantir nossos direitos”, disse.

Desta forma, o presidente da CUT chamou a classe trabalhadora para “cruzar os braços”, colocando como meta a “construção de uma greve geral” em repúdio à agenda de retrocessos que o governo interino golpista Temer vem trabalhando para implementar.

A Frente Parlamentar visa ampliar e fortalecer o diálogo social entre os parlamentares e a população. Além de trabalhar contrária a projetos que ataquem os direitos, o grupo pode apresentar proposições para, ao contrário, avançar nas conquistas, explicou Graça Costa, responsável pela apresentação da Frente.

De acordo com o assessor do Departamento Intersindical de Assuntos Parlamentares (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, a Frente é ferramenta essencial durante o governo interino e ilegítimo de Temer, que “reuniu em torno de si tudo que havia de conservador e mais atrasado no Congresso Nacional”.

Para Toninho, “Michel Temer não fugirá de pautas impopulares”. “Ele próprio foi relator da Previdência no governo Fernando Henrique, quando retirou vários direitos. Ainda na era Fernando Henrique, um dos seus principais assessores, Moreira Franco, foi relator da Reforma Administrativa. Como vice-presidente da República, foi Temer que coordenou junto ao Congresso a aprovação das MPs 664 e 665, que retiraram vários direitos dos trabalhadores como as mudanças no critério do seguro desemprego, do seguro defeso e outras questões”, lembra.

O assessor parlamentar do Diap ainda afirma que Michel Temer e demais conservadores têm pressa em aprovar projetos que afetam direitos sociais, trabalhistas, previdenciários e etc, em tramitação no Congresso. “O elenco é grande e, curiosamente, os autores de todos esses projetos fazem parte da base do governo interino Michel Temer”, diz Toninho.

Como uma das principais ameaças diretas ao trabalhador, ele destaca o PLC 30 (PL 4330 na Câmara), que permite a subcontratação ilimitada e “precariza as relações de trabalho de todos os trabalhadores, inclusive os que não são terceirizados”. “Esse projeto permite a terceirização, quarteirização e pejotização, ou seja, ao invés de se contratar um trabalhador, se contrata um serviço que será prestado por um trabalhador que não terá mais férias, 13º salário e outros benefícios sociais”. Outra famigerada proposta é a que trata da prevalência do negociado sobre o legislado. Em outras palavras, significa dizer que a lei só vale se acordo ou convenção não dispuser em sentido inverso. “A gente sabe que, quando o empregador quer, ele força os trabalhadores sob ameaça a pressionarem o sindicato a conceder direitos para preservar o emprego, em detrimento de eventuais ganhos”, alerta Toninho.

“Em meus 30 anos de vida legislativa nunca vi um momento tão sombrio para a classe trabalhadora quanto o atual”, disse o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos, que conduziu os trabalhos. Mais de 20 parlamentares concorreram à fala durante o lançamento da Frente. Nos pronunciamentos, a repetição da análise de que a classe trabalhadora passa por um momento crítico, gerado pelo golpe articulado por Michel Temer e apoiadores da direita no Congresso, no Judiciário, na Polícia e na mídia.

Fonte: CUT

 

Encontro Nacional de Mulheres Petroleira começa nesta sexta-feira, 20

O Sindipetro-NF irá sediar de 20 a 22 de maio, o 4º Encontro Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP - Federação Única dos Petroleiros, que reunirá petroleiras de diversas bases do país . Durante três dias estão reunidas em Macaé para debater a agenda nacional das trabalhadoras do setor petróleo e as condições das mulheres em nossa sociedade.

O tema do Encontro será a Mulher como protagonista na vida, nos espaços de poder, no sindicalismo e na da sociedade. O Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras, responsável pela organização, foi criado em 2012, desde quando vem atuando em defesa da pauta das trabalhadoras e para incentivar e garantir maior participação feminina nas lutas sindicais.

"As últimas décadas do século XX foram marcadas por várias transformações na sociedade – nenhuma delas tão fortemente quanto os movimentos feministas que se acentuaram a partir da década de 1960. Iniciamos o século XXI lutando por melhores condições de vida e de trabalho. As diferenças tornaram-se mais acirradas e a nossa luta por uma sociedade equânime, um desafio a ser enfrentado por todas nós diariamente.

A alcunha de "bela, recatada e do lar" evidencia a política de aprisionamento do corpo feminino fortalecido por uma cultura difícil, não impossível, de ser transformada. Amparada pela frase "não se nasce mulher, torna-se mulher" é que entendemos essa construção social que precisa ser transformada na sociedade, no seio de cada família, no ambiente do trabalho, na política, na arte, na nossa relação com os outros. Empoderar a mulher significa assumir o seu lugar de direito histórico, afinal sempre estivemos presentes em todos os momentos de transformações civilizatórios contribuindo para a superação das desigualdades, e isso é protagonismo!" - afirmam as organizadoras.

O 4º Encontro Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP discutirá reivindicações, planos de luta e formas de organização. A abertura do evento contará com a participação de mulheres dirigentes da CUT - Central Única dos Trabalhadores, CTB - Central de Trabalhadores Brasileiros, CNQ - Confederação Nacional do Ramo Químico, do Coletivo de Mulheres da FUP, além das líderes e militantes do movimento sindical petroleiro ligado à FUP. O Encontro ainda contará com a participação de mulheres que lideram movimentos sociais e organizações populares.

No sábado, o evento é aberto às mulheres que quiserem participar. Basta comparecer ao Sindipetro-NF e se inscrever na hora. 

PROGRAMAÇÃO:

20/05/2015

7h - Ato na base do Parque de Tubos

11h30 - Ato na Base de Imbetiba

18h - Recepção e credenciamento das delegadas - No Sindipetro NF

19h - Mesa de abertura :

José Maria Rangel – Coordenador da FUP
Marcos Frederico Breda – Coordenador do Sindipetro NF
Lucineide Varjão – Presidente de CNRQ
Fatima Maria Oliveira - Diretora CTB 
Rosangela Maria - Coordenadora do Coletivo de Mulheres Petroleiras
Juneia Martins Batista - CUT Nacional
Elisangela Carvalho - MST 
Elaine Bezerra – Marcha Mundial de Mulheres
Bruna Gabriela - União Nacional dos Estudantes
Julia Garcia de Souza da Silva. - Levante da Juventude


21/05/2015

8h30- Mistica - Rosangela/ Claudete

9h - Análise de Conjuntura – Cibele Vieira /Fatima Maria Oliveira

10h - Palestra - Protagonistas no Avanço da Historia 

Palestrante - Guiomar do Rosário Barros Valdez

11h30 - Informes gerais

Luta Poética

12h - Almoço

14h - Palestra - Protagonistas do Processo de inclusão social 
Anhamona Silva de Brito /Vania Jesus de Sant Anna

15h - Esquete de combate à violência 
16h - Mesa - Mulheres Negras no Avanço da Historia
Conceição de Maria /Clátia Regina Vieira

17h - Palestra - Protagonismo da Mulher na Politica e no Sindicalismo
Virgínia Berriel / CUT Nacional e Elaine Bezerra/MMM

19h - Jantar e atividade cultural
Filme / AS SUFRAGISTAS

22/5/2016
8h30 - Mistica/ Claudete
8h45 – Escolha da logo para os Encontros

9h - Acordo Coletivo de Trabalho e Subcomissão de Diversidade
Anacelie/Carla/Conceição/Cibele/Conceição/Fafa/Mi

10h - Estatutária/ Planos de ação para o PLENAFUP

14h - Encaminhamentos e encerramento

Sindipetro-NF

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