Nov 27, 2024

Renan manda prender petroleiros que defendiam a Petrobrás no Senado

Nesta terça-feira, 16, à noite, durante manifestação no plenário do Senado, dirigentes do Sindipetro Unificado de São Paulo foram violentamente atacados pela polícia legislativa a mando do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os petroleiros chegaram a ser arrastados e presos pelos policiais, quando protestavam contra a votação do pedido de urgência para votação do projeto 131 do senador José Serra (PSDB-SP), que visa tirar da Petrobrás o papel de operadora única do pré-sal, bem como a obrigatoriedade de participação mínima de 30% nos campos licitados.

Entre os sindicalistas que foram violentamente atacados pela polícia do Senado estão a coordenadora do sindicato, Cibele Vieira,  e os diretores Gustavo Marsaiolli e Willian Formigari.

O senador Renan Calheiros chegou a suspender a sessão, enquanto ordenava que os policiais evacuassem as galerias. 

Apesar das manifestações contrárias dos trabalhadores e de parlamentares das bancadas do PT e do PCdoB,  os senadores aprovaram o requerimento de urgência para o PLS 131, que passa a tramitar agora na Casa em regime de prioridade, podendo ser votado ainda esta semana diretamente no plenário, sem passar pelas comissões de avaliação.

Os mesmos entreguistas de sempre

Por lei, a Petrobrás tem a exclusividade na exploração do pré-sal e  participação mínima de 30% em cada bloco licitado. O PSDB, no entanto, quer alterar essas regras e acabar com o regime de partilha de produção, onde o Estado brasileiro fica com parte do petróleo do pré-sal, gerando um Fundo Social Soberano para investimentos em saúde e educação.

Nos anos 90, os tucanos criaram o regime de concessão, que acabou com o monopólio estatal da Petrobrás e abriu o setor para as empresas privadas, transferindo a propriedade do petróleo e gás brasileiros para as multinacionais. Agora, querem fazer o mesmo com o pré-sal. Além do PLS 131, outros dois Projetos de Lei do PSDB correm em paralelo na Câmara dos Deputados, propondo o fim do regime de partilha de produção, que permite ao Estado brasileiro ficar com parte do petróleo do pré-sal, gerando, assim, um Fundo Social Soberano para investimentos em saúde e educação.

Fonte: FUP

Senado pode votar projeto de Serra que visa enfraquecer Petrobrás

O PLS 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que revoga a participação da Petrobrás na exploração da camada do pré-sal, pode ser votado ainda nesta semana no Plenário do Senado.

De acordo com a lei nº 12.351, de 2010, a Petrobrás deve atuar como operadora única de pelo 30% do consórcio vencedor de cada bloco licitado. Além disso, a empresa brasileira tem garantida pela legislação o direito de protagonismo na condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades, desde a exploração da área até a produção do petróleo.

José Serra, em seu projeto, alega que a Petrobrás não pode dar conta desta obrigação. Em entrevistas, o tucano afirma que a “condição financeira” da empresa não a permitira tal investimento.

 José Maria Rangel, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), discorda do tucano. “A empresa tem demonstrado enorme poder de recuperação, os números do primeiro trimestre de 2015 mostram isso. Pelo tamanho de sua força, temos certeza de que a Petrobrás daria conta dos 30% que lhe cabe”, afirma.

Ainda de acordo com o coordenador da FUP, o “projeto é oportunista”. “O Serra, que deveria dizer publicamente que odeia a Petrobrás, está aproveitando o momento de fragilidade da empresa.”

Se aprovado, o projeto será encaminhado à Câmara dos Deputados, onde passará pelas comissões da Casa. Após analisado, retorna ao Senado, de onde é encaminhado para a sanção presidencial.

Fonte: CUT

"É essencial a presidenta sancionar o 85/95", diz presidente da CUT

O presidente da CUT, Vagner Freitas, considerou ruim a reunião que o governo marcou para esta segunda-feira (15) com as centrais sindicais para, pelo que foi combinado, apresentar uma alternativa à fórmula 85/95, que substitui o fator previdenciário, criado em 1998 por FHC.

“O governo não apresentou nenhuma proposta. Os ministros disseram apenas que a presidenta Dilma (Rousseff) está ponderando sobre a decisão que vai tomar e que queria ouvir os sindicalistas”.

Dilma tem até quarta-feira (17) para vetar ou sancionar as alterações aprovadas pelos deputados e senadores sobre o novo cálculo da previdência que diminui as perdas das aposentadorias.  

Segundo Vagner, os ministros fizeram uma apresentação que concluiU, basicamente, que o 85/95 não é uma boa saída porque, em 2060, a Previdência Social estaria totalmente falida se a regra for aplicada.

Para Vagner "é essencial que a presidenta sancione aquilo que foi aprovado no  Congresso. A regra 85/95 repara parcela dos danos provocados pelo fator previdenciário”.

Ele disse aos ministros, no entrando, que a CUT está disposta a dialogar para achar uma solução para a Previdência, mas que isso está condicionado a entrada em vigor da regra aprovada no Congresso.

“O debate sobre as adaptações que precisam ser feitas para garantir o equilíbrio das contas da Previdência Social no futuro deve ser feito a partir da sanção da fórmula 85/95”, pontuou Vagner.

Para o dirigente, o próprio governo provocou essa situação ao editar as Medidas Provisórias 664 e 665, que restringem o acesso a benefícios previdenciários, seguro-desemprego e abono salarial, sem conversar com o movimento sindical.

Agora, técnicos e ministros do governo dizem que não dá para acabar com o fator e aprovar a regra 85/95, mais justa para a classe trabalhadora, mas que o governo teria uma boa proposta. No entanto, chamou os sindicalistas para uma reunião, não apresentou nada e disse que a fórmula aprovada no Congresso é inviável, criticou Vagner.

“Se tem uma coisa melhor para os/as trabalhadores/as não precisa vetar, mantém o 85/95 e, depois, discute uma proposta melhor”, concluiu o presidente da CUT.

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