Nov 28, 2024

Bancários vão acompanhar venda do HSBC em reuniões quinzenais com direção do banco

A direção do HSBC garantiu hoje (10) aos representantes dos trabalhadores que a venda do banco no Brasil não vai causar demissões. Em reunião realizada no fim da tarde de hoje (10) com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a direção confirmou que os postos de trabalho serão mantidos pela instituição até a venda. O HSBC tem 21 mil funcionários no país.

“O banco mais uma vez reafirmou que não vai fechar as atividades aqui no Brasil, demitindo todo mundo como saiu na imprensa ontem, pois na verdade o processo de venda continua, e o banco vai manter a operação normalmente”, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ela também diz que os trabalhadores saíram da reunião com o compromisso de ter reuniões quinzenais com a diretoria para terem acesso às informações verdadeiras. “Vamos trazer para o banco as preocupações dos empregados e esclarecer qualquer dúvida que tenha no processo e tomar conhecimento daquilo que possa ser divulgado desse processo todo", afirmou.

A dirigente disse que a direção do banco também esclareceu que a declaração da direção mundial sobre 50 mil demissões foi feita em reunião com analistas para esclarecer dúvidas e que o banco terá essas demissões em três anos, mas fora do Brasil e Turquia, país no qual o banco também está vendendo suas operações de varejo. “Não é que vão fazer demissões no Brasil; os funcionários farão parte de outra instituição que não será mais o HSBC, quando for vendido. Essa foi a informação do banco. O enxugamento de postos de trabalho, em até três anos, seria fora do Brasil.”

Estão na disputa pela compra do HSBC o Bradesco, Itaú Unibanco e Santander. As informações até aqui divulgadas dão conta também de que não haverá prejuízo aos clientes do banco. Juvandia diz que não foi registrado nesta semana nenhum movimento de corrida de clientes às agências do banco para saques ou encerramento de contas. Mas o simples fato de retirar suas operações de varejo do mercado e vendê-las a outro banco significa mais um lance de concentração do setor financeiro no país, o que é prejudicial para a população.

“O sistema bancário no Brasil ganha uma barbaridade, basta ver o Santander, basta ver todos esses bancos estrangeiros”, afirma o economista Amir Khair. “Quando eles fazem a consolidação de todas as filiais no mundo, você vê que o Brasil tem uma participação muito importante porque, ao contrário de outros países, eles têm ganhos de tesouraria aplicando na Selic, que é uma taxa de juros muito mais alta do que no resto do mundo, os ganhos são muito elevados e eles cobram tarifas bancárias exorbitantes, nas barbas do Banco Central sem nenhuma restrição”, disse.

Para Khair, falta regulação no sistema financeiro no Brasil. “Falta muita regulação, falta botar limites, falta estabelecer regras para a movimentação do capital internacional para vir e sair daqui, especialmente para vir, e com relação a essas questões o Banco Central é totalmente omisso. Eu não vejo nada mais danoso às finanças do país do que a atuação histórica do Banco Central, praticando taxas de juros extremamente elevadas, beneficiando o rentismo no país e as grandes empresas que têm saldos de caixa fortes para aplicar em títulos e gerando uma distribuição de renda às avessas”, afirmou.

Para o economista, dois números apenas dão a dimensão do desafio que existe no país para promover mais justiça social: “Este ano, R$ 28 bilhões serão para o Bolsa Família e de juros nós vamos pagar R$ 440 bilhões. Isso mostra que você não tem um comando da economia minimamente racional. Há um deslocamento de dinheiro de todos os setores que trabalham, com exceção dos que lucram com a taxa de juros, para o sistema financeiro, tanto o sistema financeiro da parte bancária quanto o sistema financeiro comercial – ai você pega a Casas Bahia, Magazine Luiza, essa turma toda vive dos juros, e os grandes conglomerados têm sobras de caixa fantásticas, que permitem viver aplicando no mercado financeiro, ganhando dinheiro às custas de todos nós”.

Fonte: Rede Brasil Atual

Greve por participação nos resultados continua na Eletrobras

 greve no sistema Eletrobrás entrou nesta segunda-feira, 8, em seu oitavo dia. Os trabalhadores e trabalhadoras querem a definição do pagamento da PLR (participação nos lucros e resultados) relativa a 2014.

As empresas que compõem o grupo, que somam 22 mil trabalhadores, tiveram resultados operacionais positivos no ano passado. Resultados operacionais referem-se ao aumento da produção, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Porém, o conjunto dos resultados financeiros (lucros e dividendos) foi negativo, em grande parte, segundo a FNU-CUT (Federação Nacional dos Urbanitários), que representa a categoria, por causa da redução das tarifas decidida em 2012 e a posterior diminuição da quantidade de águas nas represas.

 “A diminuição dos resultados financeiros não é responsabilidade dos trabalhadores. A produtividade cresceu, então precisamos discutir uma forma de remuneração extra pelo nosso trabalho”, explica Fernando Pereira, coordenador de Energia na FNU.

Outro ponto destacado pelo dirigente é que os resultados operacionais aumentaram apesar de o número de trabalhadores do sistema ter diminuído. Entre 2013 e 2014, 5 mil funcionários foram desligados através de um programa de demissão voluntária.

Reunião de 10 horas

No último dia 2, representantes da FNU e do sistema Eletrobrás realizaram reunião de negociação que durou 10 horas, em Brasília. Além da PLR deste ano, os trabalhadores querem que seja firmado termo para uma regra de transição que defina como ela será paga entre 2015 e 2017. Tal regra deve considerar cenários diferentes: quando houver aumento das três variáveis – lucros, dividendos e resultados operacionais – ou quando houver aumento em apenas duas ou uma das variáveis.

O pior cenário, que seria a queda das três variáveis, representaria o “apagão”, explica Pereira. “Se não houver aumento dos resultados operacionais, a produção de energia teria caído, o que produziria o caos”, explica o dirigente da FNU.  “Então, esse cenário nem consideramos”, completa ele.

Em 2018, haveria uma regra definitiva. Atualmente, a PLR precisa ser discutida ano a ano, e sempre em cima da hora.

Repasse de R$ 18 bilhões

Além disso, o governo federal tem R$ 18 bilhões, em recursos do Tesouro Nacional, a repassar para as empresas do sistema Eletrobrás como forma de cobrir perdas causadas por contratos deficitários ou pela redução das tarifas.

“Reivindicamos que esses R$ 18 bilhões, mesmo que não possam ser repassados de uma única vez, sejam injetados nas empresas aos poucos. Enquanto isso, é importante que as empresas tenham novos planos de operação para melhorar os resultados financeiros”, diz Pereira.

Esse mecanismo de repasse já estava previsto no momento em que foi decidida a redução das tarifas. É também utilizado quando certos leilões, que não interessam à iniciativa privada por não serem lucrativos, são assumidos pelas companhias energéticas do sistema para que certas regiões do País não fiquem desassistidas. Neste caso, trata-se da aplicação do conceito do Estado como cumpridor de função social.

A FNU aguarda uma proposta da Eletrobrás e do Ministério das Minas e Energia até o final desta semana, como ficou acertado ao final da reunião do último dia 2.

Como é a greve na Eletrobrás

A greve no sistema Eletrobrás funciona com a ampliação dos turnos de trabalho de quem atua nas áreas operacionais. Normalmente, os turnos são trocados de seis em seis horas. No início desta greve, dia 1º de junho, o turno foi elevado para 24 horas. Desde o dia 8, o turno passou a ser de 12 horas.

“A ampliação dos turnos coloca a empresa em alerta, pois o pessoal operacional, permanecendo mais tempo no local de trabalho, fica cansado. Então, no caso de necessitar de um reparo numa linha, por exemplo, o serviço pode ser mais lento e então a reposição do sistema demoraria mais tempo que o normal em determinada localidade”, explica Pereira.

Portanto, é uma greve em que os trabalhadores acabam trabalhando mais que o cotidiano. Isso porque, explica a FNU, o serviço não pode simplesmente ser abandonado, uma vez que não pode haver falta total de energia elétrica para o setor produtivo nem para as residências. “Isso demonstra a responsabilidade que os dirigentes e os trabalhadores têm para com o País”, encerra Pereira.

Fonte: CUT

Petroleiros e estudantes contra o desmonte da Petrobras

A 54ª edição do Congresso da UNE, que se realiza na capital de Goiás tem em sua programação mais de 50 atividades. Os debates do congresso se intensificam a partir da quinta (4), dia que prioriza temas de conjuntura, como ajuste fiscal, terceirização do trabalho, reforma política e fim do financiamento privado de campanhas, defesa da Petrobras, democratização dos meios de comunicação e inserção do Brasil no cenário internacional.


Uma destas mesas debateu a defesa da Petrobras, com o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, engenheiro Haroldo Lima, ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Joilson Cardoso, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Desde antes da criação da Petrobras, a maior empresa estatal brasileira e uma das gigantes do petróleo no mundo, interesses externos – econômicos e políticos – já se articulavam para desmontar o acesso do país a esse recurso natural. Hoje, mais de 50 anos depois, quando a empresa está no centro das atenções por denúncias de corrupção, o cenário não mudou muito.

“Basta qualquer notícia negativa sobre a Petrobras para retornarem com o plano antigo de entregá-la aos conglomerados financeiros internacionais”, afirmou José Maria Rangel, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

“Imaginem só: um país em desenvolvimento que produz mais petróleo do que os países ricos, isso sempre será um incômodo para eles”, reforçou.

O tema tem ganhado ainda mais relevância dentro do movimento estudantil após a aprovação da destinação dos royalties do petróleo e dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a área da educação. Serão recursos necessários para garantir a aplicação de 10% do PIB no setor educacional, como prevê o Plano Nacional de Educação. O ex-presidente da ANP lembrou que essa é, exatamente, a movimentação da Petrobras:

“Essa é uma empresa que é responsável por mais de 10% do nosso PIB, esse é o tamanho dela. É por isso que precisamos defendê-la e tenho certeza que precisamos de muita unidade para isso”, disse Haroldo Lima.

O vice-presidente da CTB lembrou que, além disso, a empresa reúne expertise mundial na prospecção em águas profundas e tecnologias que não existem em nenhum outro local do planeta. “Nessa conjuntura mundial, podemos dizer que a Petrobras é a possibilidade de termos uma pátria soberana”, declarou Joilson Cardoso.

Os estudantes foram um dos principais envolvidos na criação da empresa durante a década de 1950, quando foi realizada a campanha “O Petróleo é Nosso”. No último mês de março, a UNE esteve ao lado de outros movimentos como a CUT e o MST, nas ruas de todo o país, em defesa da Petrobras e contra as ofensivas do poder econômico contra a estatal.   

Na sexta-feira (5), os debates se concentram em temas de educação. A situação dos professores no Brasil, assistência estudantil a alunos carentes, regulação do ensino privado, implantação do Plano Nacional da Educação e dos 10% do PIB para o setor, reforma dos currículos universitários e ampliação da democracia nas instituições de ensino superior serão assuntos em pauta.

Fonte: Portal Vernelho

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