Nov 27, 2024

Atos contra juros e ajuste fiscal alertam sobre prejuízos para trabalhador

A CUT protestou hoje (28) de manhã contra a política econômica do governo, em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília. Segundo a organização do ato, mais de mil pessoas estiveram no local lembrando que os ajustes promovidos pelo atual ministro da pasta, Joaquim Levy, estão prejudicando a classe trabalhadora.

O protesto ocorreu hoje por ser a data do início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a nova taxa básica de juros (Selic) da economia. A reunião do Copom termina amanhã (29). Os manifestantes planejam, à tarde, sair da área em frente ao Ministério da Fazenda e seguir até o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal.

Segundo Quintino Severo, secretario de Administração e Finanças da CUT, a tendência é que a taxa sofra novo aumento. “Esse ato tem uma importância muito grande, mais uma vez virá um aumento da taxa de juros. Estamos aqui para demonstrar que somos contra o aumento da taxa de juros, estamos lutando contra isso, para que a classe trabalhadora não seja ainda mais prejudicada. Entendemos que dessa forma, o governo segue investindo na especulação financeira”, afirmou Quintino, que elencou os prejuízos à classe trabalhadora.

“Em primeiro lugar, o desemprego, que vem crescendo. Depois, as medidas de ajuste que retiraram direitos dos trabalhadores, restringindo o Seguro Desemprego, mexendo no abono salarial e outras sanções. Por último, a redução do consumo, que desacelera a produção e faz girar a roda do desemprego”, explicou o secretario de Administração e Finanças da CUT.

Para Rosane Silva, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, o foco da política econômica de Levy está equivocado. “Ele (ministro da Fazenda) coloca o mercado no centro da suas ações, nós entendemos que a classe trabalhadora deva estar no centro. Não vamos tolerar a retirada de nossos direitos.”

Junéia Martins Batista, secretária da Saúde do Trabalhador da CUT, lembrou da MP 656 para explicar o impacto que as medidas econômicas atingem o funcionalismo público. “Essa medida provisória autoriza a entrada do capital estrangeiro na saúde, no SUS (Sistema Único de Saúde). Isso vai contra tudo que temos lutado nos últimos 25 anos para garantir, por exemplo, um plano de carreira aos trabalhadores da Saúde. O que vai ocorrer é mais precarização e terceirização.”

A política econômica adotada pelo atual governo tem afastado a presidenta Dilma Rousseff (PT) das bases populares, afirma Julio Turra, diretor executivo da CUT. “Trocar o rumo da economia no País é uma questão de sobrevivência política. O Ministério da Fazenda quer provocar a recessão para retomar o crescimento, é uma roda sem fim, isso nunca vai acabar”, afirmou o dirigente, que pediu a “urgente baixa da taxa de juros e lembrou que impeachment e tentativas de golpe não serão toleradas pela CUT. “Seremos os primeiros a sair às ruas para defender a democracia e ir contra os golpistas.”

Em São Paulo, os protestos das centrais tiveram concentrados na avenida Paulista, em frente à sede do Banco Central. Participam do ato Força Sindical, CTB, Nova Central e UGT. De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, ainda não há estimativa de quantas pessoas participam do protesto, mas a expectativa é que 1,5 mil pessoas cheguem ao local.

“A crise atual tem muitos motivos, e um deles são os juros altos que acabam encarecendo os investimentos na produção, e aumentando também a demissão”, declarou Juruna.

O secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, também defende que o governo baixe os juros. “O país está paralisando e, quanto mais se eleva os juros, mais os investidores vão para a ciranda financeira, em vez de investir na produção. Aí, as empresas começam a fechar, e é desemprego na certa”, afirmou. As centrais planejam dar continuidade ao protesto amanhã (29), em frente ao Banco Central, em Brasília. 

Ontem (27), as entidades divulgaram nota na qual afirmam que “essa política derruba a atividade econômica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de consumo das famílias e, mais, reduz a confiança e os investimentos dos empresários, o que compromete a capacidade de crescimento econômico futuro”.

A nota também destacou que “a indústria encontra-se, em termos de produção física, abaixo da média do ano de 2008. O comércio apresenta uma inflexão negativa consolidada após anos de crescimento. Os serviços já se encontram em trajetória de desaceleração e os investimentos, não só permanecem em trajetória de queda, como a piora sobre a percepção futura limita qualquer expectativa de recuperação no curto prazo. Nesse contexto adverso somente os bancos estão ganhando. Depois de acumularem lucros muito maiores em 2014 (o do Itaú foi 30% maior e o do Bradesco, 25%) a despeito da estagnação econômica geral, os balanços do primeiro trimestre de 2015 atestaram novos aumentos dos respectivos lucros”.

Rede Brasil Atual

A quem serve a operação Lava Jato?

Desde que foi deflagrada, em março do ano passado, a operação Lava Jato vem cumprindo um papel que a cada dia fica mais claro para os brasileiros que não se deixam enganar pela mídia comercial. Ex-diretores e ex-gerentes da Petrobrás, assim como os executivos de empreiteiras envolvidos nas denúncias de corrupção, foram beneficiados por delações muito bem premiadas, que atendem a mil e um interesses de setores nem um pouco interessados em romper com a velha estrutura que alimenta corruptos e corruptores: o financiamento privado de campanhas eleitorais. 

A Petrobrás, que na última década havia sido fortalecida e transformada numa gigante do setor energético, alterando a correlação de forças na geopolítica internacional, se viu em meio a uma das mais graves crises de sua história, alvo de um massacre diário da mídia e da ação predatória daqueles que sempre estiveram de olho no petróleo brasileiro. Investimentos foram paralisados, ativos estão sendo postos à venda, trabalhadores demitidos e a indústria em frangalhos, em função do desmantelamento de setores da economia que giram em torno da estatal, principal indutora do desenvolvimento nacional.  

Por outro lado, corruptos e corruptores, premiados por suas delações, têm sido beneficiados pela Lava Jato, confirmando aquela velha máxima de que o crime compensa. "Paulo Roberto Costa, por exemplo, cara, alma e cofre de gatuno, porta-bandeira da corrupção na Petrobras, fica em prisão doméstica até outubro e, a partir de então, só aos sábados e domingos. Caso sobrevenham outras condenações, está assegurado que não levem à prisão. No lado corruptor, Dalton Avancini, ex-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, fica em casa por uns três anos. Paga por ambos a multa correspondente ao valor que atribuíram às ordinarices em comum, a dinheirama que lhes reste estará em condições perfeitas de legalidade e gozo para o resto da vida", alertou o jornalista Jânio Freitas, em recente artigo na Folha de São Paulo.

Já os trabalhadores, estes sim, são as maiores vítimas deste circo em que se transformou a Lava Jato, cujos prejuízos para a Nação poderão ser ainda maiores, se os tucanos, protegidos pelo juiz Sérgio Moro, conseguirem emplacar as mudanças no regime de partilha do Pré-Sal.  A FUP e seus sindicatos continuarão exigindo punição exemplar para corruptos e corruptores e intensificarão a luta em defesa da Petrobrás e do Brasil. Estão roubando nossos empregos, nossas riquezas e nossa dignidade. Os trabalhadores e a sociedade civil organizada não irão agir como o respeitável público que aplaude um espetáculo circense. É hora de ir à luta.

Fonte: FUP

 

A redução da Petrobrás está em curso

Os temas tratados na última reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, realizada dia 24 de julho de 2015, apontam para o prosseguimento da agenda de forte descontinuidade de várias atividades da empresa. Ou seja, a alta gestão da estatal continua com a estratégia de abrir mão de vários negócios da companhia, fato já evidenciado no Plano de Negócios e Gestão de 2015.



Um primeiro empreendimento discutido na reunião foi a BR Distribuidora, que conforme mencionado pela empresa no seu blog Fatos e Dados, a organização já está estudando a possibilidade de um sócio estratégico e a abertura de capital. Embora a sinalização atual seja que, caso esse processo ocorra, envolva um percentual minoritário das ações, fica evidente a estratégia da Petrobrás reduzir seu poder de atuação no segmento de distribuição de combustíveis. Mais do que a redução dos investimentos no setor, esse processo significa a transferência de um ativo da empresa para o mercado, ou seja, nada mais do que uma privatização!

Como se isso não bastasse, a tendência é que esse movimento ocorra no curto prazo, ou seja, sem que haja uma discussão com a sociedade e com a força de trabalho.
 Além da redução, a Petrobrás mais uma vez pode abrir mão de fomentar um projeto de desenvolvimento da indústria nacional para adquirir sondas do mercado internacional.
A alta oferta de sondas no mercado pode atrapalhar a manutenção de sondas próprias atuando, bem como a encomenda da mesma quantidade de sondas que deveriam ser fabricadas aqui no Brasil.


Esses pontos mostram que já está em curso a estratégia da empresa de reduzir sua participação direta na cadeia produtiva de energia, bem como na sua atuação como fomentadora da indústria nacional. Seja por meio de venda de ativos e/ou redução de investimentos, o fato é que a estatal deve deixar de atuar no desenvolvimento dos segmentos de gás, distribuição de combustíveis e da produção de navios diminuindo empregos e renda de centenas de trabalhadores.

Importantes Conquistas

Apesar do futuro incerto da Petrobrás e da equivocada estratégia adotada pela nova gestão da companhia, algumas deliberações da última reunião do Conselho de Administração (CA) significaram importantes avanços para ampliar a atuação da categoria petroleira. Além disso, algumas alternativas apresentadas pela empresa confirmaram como o envolvimento dos petroleiros tem sido fundamental para as decisões estratégicas da organização no longo prazo.

Em primeiro lugar, a Petrobrás tem considerado a possibilidade de buscar financiamentos estrangeiros para concluir parte das obras do Comperj. Essa alternativa, embora não fosse a ideal, já foi colocada como uma alternativa pela FUP – Federação Única dos Petroleiros, para garantir a realização dos investimentos da estatal no curto e médio prazo, a fim de evitar o processo de retração e descontinuidade de várias atividades da companhia. Como demandado pela FUP em um DNE encaminhado a Petrobrás, uma alternativa para manter os investimentos da empresa seria “continuar com acordos de fornecimento de petróleo em troca de financiamentos com outros países”. Ao que parece, esse instrumento poderia ser utilizado pela estatal para a conclusão das obras da refinaria.

Em segundo lugar, o Conselho de Administração aprovou a participação permanente do Representante dos Trabalhadores no Comitê Estratégico do CA, o que garantiu a atuação da força de trabalho em discussões de cunho estratégico da Petrobrás no longo prazo, além de possibilitar ter acesso a informações importantes para entender as alternativas e opções existentes para a companhia no futuro. Por fim, a proposta para a ampliação do mandato dos conselheiros de um para dois anos foi aceita pelo CA. O próximo passo é encaminhá-la para AGE a fim de aprovar a alteração no Estatuto.

Essas conquistas foram importantes para aumentar os espaços de atuação dos trabalhadores dentro do Conselho de Administração e buscar alternativas ao atual processo de retração da Petrobrás está para nova gestão da companhia.

Fonte: Blog do Deyvid Bacelar

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