Nov 23, 2024

País dos vendilhões

A ONU aponta que, aproximadamente, R$ 200 bilhões por ano são desviados no Brasil pelas vias da corrupção. O SindiReceita informa que o País perde R$ 100 bi com o contrabando, por ano; em 2014 foram R$ 500 bi de sonegação; em 2015, somente no primeiro semestre, a sonegação foi de R$ 258 bi. Cerca de 1300 contribuintes devem R$ 41 bi.

Todo esse dinheiro que é roubado e sonegado poderia ser multiplicado por duas, três, quatro, cinco vezes o montante que é investido hoje no País em saúde, educação, segurança pública, nas estradas para o escoamento da produção, em projetos sociais, na ciência e tecnologia, no aumento do salário-mínimo e dos proventos dos aposentados e pensionistas.

O ministério Público Federal assina a campanha “10 medidas de combate a corrupção e à impunidade”.  Entre elas estão a criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos; responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2; aumento das penas de crime hediondo para corrupção de altos valores e prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro desviado.

Há uma iniciativa dos Analistas-Tributários da Receita Federal também merecedora de atenção. O estudo “Alternativas para enfrentar a Crise Fiscal” propõe várias ações de combate à sonegação, a fraude e o fortalecimento da fiscalização. Elas podem ser implementadas sem a necessidade de mudanças legislativas ou qualquer custo extraordinário.

A corrupção e a sonegação não são de agora. Elas vêm de décadas de descaso com a coisa pública. Mas, temos que entender, que elas são mantidas com a conivência do status quo vigente. Não há interesse político individual e nem atitude coletiva dos poderes constituídos e partidários para resolver o problema. O País precisa colocar o dedo nessa moleira.

Interessante é que a cada crise econômica que o País atravessa, independentemente de grei política que está no governo, a teoria e a prática estabelecida é que a corda deve arrebentar no lado mais fraco.

Não se buscam saídas para o crescimento econômico com verdadeiras reformas de base, como, a realização de uma ampla reforma tributária, a revisão do pacto federativo, o estabelecimento de taxa de juros que estimule o mercado sem empobrecer a população, a própria valorização do salário-mínimo, e, obviamente o combate a corrupção e a sonegação.

O que há é uma espécie de “cortina de fumaça” que ao invés de colocar o País nos eixos e mudar o rumo da situação, pelo contrário, é intensificado o deixar tudo como está. Isso é típico de grupos oligárquicos que chegam ao governo, sejam eles de centro, direita ou esquerda. Não há um projeto de Nação para o Brasil. Perde-se a constância e a possiblidade de se construir uma cultura de governabilidade e de crescimento. Mata-se o sonho e as esperanças dos nossos jovens.

Avizinha-se, agora – o que outros fizeram a conta gotas e o que o interino faz a passos largos – algumas medidas que vão de encontro às conquistas sociais alcançadas a dura penas. As reformas previdenciária e trabalhista vêm com essa função de cortina, ou seja, a de não atacar de frente os problemas reais do País.

Quando se fala em flexibilizar a CLT, o objetivo é aprovar o negociado acima do legislado, a terceirização da atividade-fim, a regulamentação do trabalho escravo, que, deveria é ser proibido. No caso da Previdência é aumentar a idade mínima de mulheres e homens para que se aposentem o mais tarde possível, sem desfrutar um pouquinho dessa conquista.

Infelizmente o que vale não é a vida… Mas o sabor de contas e números. Cada vez mais o Brasil é sufocado pela política dos vendilhões do templo.

Fonte: Paulo Paim por Sul 21

Brasil é peça fundamental na resistência ao neoliberalismo

A sexta edição do Fórum Social Mundial das Migrações, que segue até este sábado (9), em São Paulo, apontou para dois problemas que unificam os movimentos sindical e sociais do mundo, em especial, na América Latina: a contraofensiva do neoliberalismo e a xenofobia.

Como nas etapas anteriores, o desafio segue costurar e manter a unidade, única saída para construir uma resistência contra a retirada de direitos. Natural, portanto, que neste momento, em que o Brasil passa por um golpe, o país seja palco do lançamento da Jornada Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo, nesta sexta (8), durante o Fórum.

De acordo com o dirigente da CSA (Confederação Sindical das Américas), Rafael Freire, o objetivo é realizar ao menos 500 atividades em diversos países até o dia 4 de novembro deste ano, quando organizações de todos os continentes farão atos regionais em defesa da democracia.

“O que precisamos para enfrentar e derrotar direita? Unidade. Para nós, a agenda fundamental passa por  identificar instrumentos e mecanismos que o capitalismo usa contra a humanidade, concentrando renda e riqueza em 1% da população, como as cadeias de valores que desorganizam e exploram, para podermos nos organizar contra políticas transnacionais e tratados de livre comércio. A CSA quer estar junto com todos que queiram estar com a bandeira da democracia”, falou.

Xenofobia como solução

Representante da CUT, o secretário-adjunto de Relações Internacionais, Ariovaldo de Camargo, defendeu que é preciso frear o crescimento do conservadorismo no país, mas também observar os estragos que devem causar em outras nações vizinhas.

“Os golpes em Honduras e Paraguai também foram de combate a forças progressistas que poderiam impulsionar a construção de nova ordem social e econômica em nosso continente. E certamente teremos impacto na Bolívia e Venezuela que ainda vivem a resistência ao neoliberalismo”, avaliou.

O dirigente apontou que a xenofobia encontra apoio na ideia da população de que os migrantes ocupam postos de trabalho que não lhe caberiam, uma estratégia imperialista para promover uma limpeza étnica.

“Basta ver o resultado do plebiscito Reino Unido, uma visão xenofóbica, contraditória em que os mais atingidos é que deram a vitória, os mais pobres. Vitimas, muitas vezes, de ideia de soluções simples, a ideia de que todos migrantes irão para e que reforça ideia o princípio de não haver espaço para quem não nasce na terra. É nosso dever rechaçar isso e continuar denunciando o ataque aos direitos da classe trabalhadora”, afirmou.

Democracia manipulável 

Para Jorge Muñoz, do Comitê Internacional do Fórum Social Mundial de Migrações, fortalecer a democracia é um desafio maior do que parece.

“Especialmente aqui, mas também na África e Europa, ficou claro que é um instrumento muito fácil de manejar pelo conservadorismo econômico e neoliberalismo político. Cada vez com instrumentos mais apurados. Nunca havia usado o Judiciário, por exemplo, e estão usando em absolutamente todos os países. Esse golpe parlamentar mostra como a democracia no Brasil ainda é frágil”, definiu.

Manipulação que conta, invariavelmente com o papel dos grandes meios de comunicação, observou a coordenadora-geral do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), Renata Mielli.

Ela observou que a investida na América Latina se dá por representar uma possibilidade de nova visão de mundo a partir do surgimento de governos com agenda de inclusão social e de novas pautas econômicas, substituindo o livre comércio entre as Américas – Alca – pelo Brics (bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Diante de novas possibilidades à geopolítica mundial e da ousadia da integração entre países, a reação é o golpismo, que encontra apoio da velha mídia em todos os países onde investe no continente e que só será detido se houver a integração também da resistência.

“Nesse sentido, a luta pela democratização da comunicação não pode ser bandeira apenas brasileira. Tivemos avanços em países como Argentina, Bolívia e Venezuela, mas não são suficientes para barrar o papel que a mídia privada cumpre. Sem comunicação integrada e enfrentamento a monopólios do meio de comunicação não vamos democratizar o continente”, disse Renata.

Fonte: CUT

Petroleiros aprovam plano de luta em Defesa do Pré-Sal e da Petrobrás

Após três dias de intenso debate, os trabalhadores do Sistema Petrobrás eleitos em suas bases para a 6ª Plenária Nacional da FUP aprovaram um amplo calendário de lutas para barrar o desmonte da empresa e a entrega do Pré-Sal.

Os petroleiros também deliberaram sobre a pauta salarial que será discutida com a Petrobrás esse ano e aprovaram moções contra o golpe, contra a criminalização dos movimentos sociais e sindicais, em repúdio à violência contra as mulheres e ao assassinato de trabalhadores da educação no México, entre outras.

A 6ª Plenafup foi realizada na cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e teve como eixos a defesa intransigente da democracia, da soberania nacional, das conquistas sociais, dos direitos dos trabalhadores e da democratização da comunicação.

As propostas e o calendário de lutas aprovados na Plenária serão divulgadas nos próximos dias pela direção da FUP.

Fonte: FUP

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