Polícia agride petroleiros em manifestação no Rio contra entrega dos campos terrestres
A violência da Polícia Militar do Rio de Janeiro contra os movimentos sociais e sindicais teve mais um capítulo nesta terça-feira, 08. Petroleiros foram covardemente agredidos pela PM, convocada pela Petrobrás, numa tentativa de criminalização de um ato pacífico, organizado pela FUP, sindicatos filiados, FNP e pelo Sindipetro RJ, contra a entrega dos campos de produção terrestre.
O ato acontecia pacificamente, em frente ao escritório da diretoria da Petrobrás, no Edifício Senado, no Centro da capital carioca, quando a Polícia chegou ao local causando tumulto e agredindo os sindicalistas, que denunciavam a privatização do Sistema Petrobrás.
O representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da empresa, Deyvid Bacelar, sofreu agressões físicas e só não foi levado preso devido à intervenção dos dirigentes sindicais e do coordenador da FUP, José Maria Rangel, que exigiram respeito com o conselheiro da empresa, ressaltando que “ali não tinha bandidos, só trabalhadores da Petrobrás”.
Os petroleiros acusaram os gestores da empresa de financiarem a truculência da Polícia Militar contra atos e greves da categoria, em diversos estados, fornecendo comida e combustível para os policiais, que vêm atuando como segurança privada junto com a segurança patrimonial da Petrobrás, num claro desvio de seu papel de segurança pública.
Privatização
A manifestação desta terça-feira, 08, teve início por volta das 08h, em protesto contra a privatização da Petrobrás e o enxugamento do quadro de trabalhadores, pautas principais da reunião da diretoria executiva, que acontecia no prédio onde os petrleiros protestavam.
As lideranças sindicais denunciaram a atual gestão da Petrobrás, capitaneada pelo presidente Aldemir Bendine e pela diretora de E&P, Solange Guedes, pelo desmonte da empresa. Eles cobraram explicações sobre o destino que terão os empregados que estão perdendo seus postos de trabalho, questionando os rumores de um novo PIDV que pode vir a ser apresentado à categoria, nos mesmos moldes da década de 1990, no governo de FHC.
Para Deyvid Bacelar, os trabalhadores do Sistema Petrobrás precisam ficar atentos às ameaças que rondam seus empregos e "reagirem a tempo antes que o pior aconteça".
Ele ressaltou que as mobilizações em defesa dos trabalhadore e contra a entrega da Petrobrás e do Pré-Sal serão intensificadas.
"Vamos denunciar, realizar inúmeras atividades diariamente em todos os estados em que a Petrobrás está presente", afirmou o conselheiro eleito. "Não iremos parar até reverter essa situação que só traz prejuízos à sociedade brasileira. Essa grande empresa não pode ser privatizada", frisou Deyvid.
Participaram do ato os diretores da FUP, dos Sindipetros Bahia, Caxias, NF, RJ, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, do Ceará/Piauí e Sergipe/Alagoas.
Fonte: FUP, com informações do Sindipetro-BA