Nov 25, 2024

Presidente da Petros admite déficit de mais de R$ 16 bilhões no fundo de pensão

Em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, o presidente da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), Henrique Jäger, admitiu nesta quarta-feira (9) que o fundo que garante as aposentadorias e pensões dos funcionários da Petrobras terminou 2015 com um déficit de R$ 16,12 bilhões, o dobro do registrado em março do ano passado, quando assumiu o cargo.

Em dezembro de 2014, o déficit era de R$ 6,19 bilhões. Segundo ele, o déficit de R$ 16 bilhões é decorrente da queda no valor das ações da carteira de investimentos do fundo e de outros fatores, como a correção do passivo do fundo pela inflação e a perspectiva de aumento real dos salários.

Ele negou, porém, que a situação financeira da Petros esteja comprometida. “Isso significa que a Petros está quebrada? Não. Eu vou vender os títulos quando eles valorizarem. E eu tenho dinheiro para pagar as aposentadorias”, garantiu.

Prejuízos
Durante três horas de depoimento, os deputados da CPI interrogaram o executivo a respeito dos investimentos que causaram prejuízos ao fundo e as medidas que adotou para evitar novas perdas.

Uma das fontes de prejuízo foi o investimento de mais de R$ 1 bilhão feito na empresa Sete Brasil, contratada pela Petrobras para construir 28 sondas de perfuração, um valor total de US$ 22 bilhões – US$ 18 bilhões dos quais deveriam sair do BNDES, financiamento negado pelo banco depois de deflagrada a Operação Lava Jato. A Petros detém 17% de participação no Fundo Sondas, criado para controlar a Sete Brasil.

Segundo delação premiada do ex-diretor de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, houve pagamento de propina a diretores da estatal e partidos políticos por estaleiros contratados pela Sete Brasil.

Jäger admitiu que é “delicada” a situação financeira atual da Sete Brasil. “Não tenho como esconder, mas há uma tentativa de reestruturação, com a participação da Petrobras, e seis sondas já estão quase prontas”, disse, ao responder pergunta do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). “Mas eu ainda acredito da viabilidade do projeto”, disse.

Jäger negou ter sofrido qualquer pressão política no sentido de direcionar investimentos. “Sou filiado ao PT, mas nunca fui procurado por ninguém”, disse, ao responder pergunta do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).

“Claro, quando ele chegou lá, o Vaccari já estava preso”, comentou o presidente da CPI, Efraim Filho (DEM-PB), se referindo a João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro do PT preso pela Operação Lava Jato, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No depoimento à CPI, o presidente da Petros listou as mudanças na gestão do plano adotadas desde que assumiu o cargo. A Petros passou a investir apenas em empresas classificadas como duplo A pelas agências de classificação de risco. E trocou alguns investimentos em ações por investimentos em títulos públicos, o que, segundo ele, evitou prejuízos com a queda nas bolsas de valores.

Outra medida adotada quando assumiu a presidência da Petros foi vetar novos investimentos em Fundos de Investimentos em Participações (FIPs). Segundo ele, esse tipo de investimento pode demorar até cinco anos para gerar lucro.

Quebra de sigilos
O segundo depoente do dia foi o empresário Adir Assad, que se recusou a responder as perguntas dos deputados da CPI. Diante do silêncio, Efraim Filho anunciou que vai colocar em votação na próxima reunião ordinária da comissão requerimento de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do empresário.

Assad, assistido por seu advogado, Miguel Pereira Neto, se limitou a dizer que não tem qualquer envolvimento com fundos de pensão. Ele foi convocado a pedido do relator da CPI, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), a partir da suspeita de que suas empresas foram usadas para lavar dinheiro aplicado por fundos de pensão no Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) denominado FIDC Trendbank Banco de Fomento Multissetorial.

O fundo recebeu dinheiro do Petros e do Postalis (dos Correios). Segundo o relator da CPI, houve perda quase que total do investimento. As duas entidades, somadas, investiram no FIDC cerca de R$ 73 milhões em 2010, e em 2014 a desvalorização de suas cotas já ultrapassava os 95%, causada por uma inadimplência quase total da carteira de recebíveis do fundo.

“Mais de R$ 140 milhões foram sacados do fundo do Trendbank e foram dados como garantia papéis de empresas de Assad, como a Rock Sstar e outras empresas. Essas empresas foram usadas para lavagem de dinheiro”, disse Sérgio Souza.

Assad foi condenado, em setembro do ano passado, por lavagem de dinheiro e associação criminosa por envolvimento nos crimes apurados pela Operação Lava Jato.

“Temos informação de que a Rockstar, do senhor, emitia notas frias”, disse o presidente da CPI, Efraim Filho.

“Não é minha. Eu saí em 2008”, respondeu Assad.

“E quem assumiu no seu lugar?”, questionou Efraim.

“Não vou responder”, retrucou o depoente.

Assad cumpre pena em prisão domiciliar.

Fonte: Agência Câmara

Diap aponta 55 ameaças aos direitos dos trabalhadores

Diante desse quadro preocupante e de quantitativo simbólico, já que o número de ameaças pode ser maior, a assessoria do DIAP fez um levantamento das principais matérias tramitando no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) que tiveram movimentação nos últimos anos e/ou foram identificadas pelo órgão em razão da relevância e grau de polêmica dos temas envolvidos.

O objetivo desse levantamento é lançar luz sobre as atividades do Parlamento, chamar atenção do movimento sindical, em particular, e da sociedade, em geral, para a possibilidade iminente de retirada, flexibilização ou até mesmo eliminação de direitos duramente conquistados ao longo da história no Brasil.

A elaboração desse levantamento contou com a parceria e colaboração de entidades da sociedade civil como o Inesc, Cfemea, Anamatra, Contag, Conectas, entre outras, que tal como o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) acompanham as atividades do Parlamento e buscam transformar em políticas públicas as demandas legítimas e éticas da sociedade.

RELAÇÃO DAS 55 AMEAÇAS AOS DIREITOS TRAMITANDO NO PARLAMENTO

  1. Regulamentação da terceirização sem limite permitindo a precarização das relações de trabalho (PL 4302/1998 – Câmara, PLC 30/2015 – Senado, PLS 87/2010 – Senado);
  2. Redução da idade para início da atividade laboral de 16 para 14 anos (PEC 18/2011 – Câmara);
  3. Instituição do Acordo extrajudicial de trabalho permitindo a negociação direta entre empregado e empregador (PL 427/2015 – Câmara);
  4. Impedimento do  empregado demitido de reclamar na Justiça do Trabalho (PL 948/2011 – Câmara e PL 7549/2014 – Câmara);
  5. Suspensão de contrato de trabalho (PL 1875/2015 – Câmara);
  6. Prevalência do negociado sobre o legislado (PL 4193/2012 – Câmara);
  7. Prevalência das Convenções Coletivas do Trabalho sobre as Instruções Normativas do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (PL 7341/2014 – Câmara);
  8. Livre estimulação das relações trabalhistas entre trabalhador e empregador sem a participação do sindicato (PL 8294/2014 – Câmara);
  9. Regulamentação do trabalho intermitente por dia ou hora (PL 3785/2012 – Câmara);
  10. Estabelecimento do Código de Trabalho (PL 1463/2011 – Câmara);
  11. Redução da jornada com redução de salários (PL 5019/2009 – Câmara);
  12. Vedação da ultratividade das convenções ou acordos coletivos (PL 6411/2013 – Câmara);
  13. Criação de consórcio de empregadores urbanos para contratação de trabalhadores (PL 6906/2013 – Câmara);
  14. Regulamentação da EC 81/2014, do trabalho escravo, com supressão da jornada exaustiva e trabalho degradante das penalidades previstas no Código Penal (PL 3842/2012 – Câmara, PL 5016/2005 – Câmara e PLS 432/2013 – Senado);
  15. Estabelecimento do Simples Trabalhista criando outra categoria de trabalhador com menos direitos (PL 450/2015 – Câmara);
  16. Extinção da multa de 10% por demissão sem justa causa (PLP 51/2007 – Câmara e PLS 550/2015 – Senado);
  17. Susta a Norma Regulamenta (NR) 12 sobre Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos (PDC 1408/2013 – Câmara e PDS 43/2015 – Senado);
  18. Execução trabalhista e aplicação do princípio da desconsideração da personalidade jurídica (PL 5140/2005 – Câmara);
  19. Deslocamento do empregado até o local de trabalho e o seu retorno não integra a jornada de trabalho (PL 2409/2011 – Câmara);
  20. Susta Norma Regulamentadora 15, do Ministério do Trabalho Emprego, que regula as atividades de trabalhadores sob céu aberto (PDC 1358/2013 – Câmara);
  21. Susta as Instruções Normativas 114/2014 e 18/2014, do Ministério do Trabalho, que disciplinam a fiscalização do trabalho temporário (PDC 1615/2014 – Câmara);
  22. Estabelecimento da jornada flexível de trabalho (PL 2820/2015 – Câmara e PL 726/2015 – Câmara);
  23. Estabelecimento do trabalho de curta duração (PL 3342/2015 – Câmara);
  24. Transferência da competência para julgar acidente de trabalho nas autarquias e empresas públicas para a Justiça Federal (PEC 127/2015 – Senado);
  25. Aplicação do Processo do Trabalho, de forma subsidiária, as regras do Código de Processo Civil (PL 3871/2015 – Câmara);
  26. Reforma da execução trabalhista (PL 3146/2015 – Câmara);
  27. Substitutivo apresentado na CAPADR estabelece a inexigibilidade do cumprimento simulta?neo dos requisitos de “utilizac?a?o da terra” e de “eficie?ncia na explorac?a?o” para comprovac?a?o da produtividade da propriedade rural (PL 5288/2009 – Câmara);
  28. Alteração da Lei 5.889/1973, que estatui normas reguladoras do trabalho rural, e a Lei 10.101/2000, que dispo?e sobre a participac?a?o dos trabalhadores no lucro ou resultados da empresa, visando a sua adequac?a?o e modernizac?a?o (PLS 208/2012 – Senado);
  29. Alteração da Lei no 1.079/1950, para definir como crime de responsabilidade de governador de Estado a recusa ao cumprimento de decisa?o judicial de reintegrac?a?o de posse (PLS 251/2010 – Senado);
  30. Alteração da Lei 8.629/1993, para dispor sobre a fixac?a?o e o ajuste dos para?metros, i?ndices e indicadores de produtividade (PLS 107/2011 – Senado);
  31. Regulamentação da compra de terra por estrangeiros (PL 4059/2012 – Câmara e PL 2269/2007 – Câmara);
  32. Alteração da Lei de Biossegurança para liberar os produtores de alimentos de informar ao consumidor sobre a presença de componentes transgênicos quando esta se der em porcentagem inferior a 1% da composição total do produto alimentício (PLC 34/2015 – Senado).
  33. Dispensa do servidor público por insuficiência de desempenho (PLP 248/1998 – Câmara);
  34. Instituição de limite de despesa com pessoal (PLP 1/2007 – Câmara);
  35. Criação do Estatuto das Fundações Estatais (PLP 92/2007 – Câmara);
  36. Regulamentação e retirada do direito de greve dos servidores (PLS 710/2011 – Senado; PLS 327/2014 – Senado; e PL 4497/2001 – Câmara); e
  37. Extinção do abono de permanência para o servidor público (PEC 139/2015 – Câmara);
  38. Fim da exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal (PL 6726/2013 – Câmara);
  39. Estabelecimento de que a exploração do pré-sal seja feita sob o regime de concessão (PL 6726/2013);
  40. Estabelecimento de independência do Banco Central (PEC 43/2015 – Senado);
  41. Privatização de todas as empresas públicas (PLS 555/2015 – Senado);
  42. 42.Proibição de indicar dirigente sindical para conselheiros dos fundos de pensão públicos (PLS 388/2015 – Senado);
  43. Estabelecimento do Código de Mineração (PL 37/2011 – Câmara);
  44. Demarcação de terras indígenas (PEC 215/2000);
  45. Cancelamento da política de Participação Social (PDS 147/2014 – Senado);
  46. Alteração do  Código Penal sobre a questão do aborto, criminalizando ainda mais as mulheres e profissionais de saúde (PL 5069/2013 – Câmara);
  47. Retirada do texto das políticas públicas do termo “gênero” e instituição do Tratado de San José como balizador das políticas públicas para as mulheres. É um total retrocesso para todo ciclo das políticas (MPV 696/2015 – Senado);
  48. Instituição do Estatuto do Nascituro – provavelmente maior ameaça aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Seria concretizada a criminalização generalizada das mulheres, inviabilizando, inclusive, o aborto previsto no Código Penal (PL 478/2007 – Câmara);
  49. Instituição do Estatuto da Família – retrocesso para grupos LGTBs e mulheres: não reconhecimento como família – ficam fora do alcance de políticas do Estado (PL 6583/2013 – Câmara);
  50. Redução da maioridade penal (PEC 115/2015 – Senado);
  51. Instituição do Estatuto do desarmamento (PL 3722/2012 – Câmara);
  52. Estabelecimento de normas gerais para a contratação de parceria público-privada para a construção e administração de estabelecimentos penais (PLS 513/2011 –Senado);
  53. Aumento do tempo de internação de adolescentes no sistema socioeducativo (PLS 2517/2015 – Senado);
  54. Atribuição à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do exame do mérito das Propostas de Emenda à Constituição (PEC), acabando com as comissões especiais (PRC 191/2009 – Câmara); e
  55. Alteração da Constituição para que entidades de cunho religioso possam propor Ações de Constitucionalidade perante o STF (PEC 99/2001 – Câmara).

Assembleia aprova a recomposição da diretoria executiva

A plenária aprovou em assembleia, nessa sexta-feira 11 de março, a recomposição da Diretoria Executiva e Substituição do Diretor de Finanças, Administração e Patrimônio. Foi decidido que o companheiro Dary Beck Filho assume a Diretoria de Finanças, Administração e Patrimônio e a Companheira Elida Gonçalves Maich, assume a Diretoria de Comunicação e Imprensa.

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