Nov 25, 2024

Sem consulta à categoria, Transpetro entrega contas dos trabalhadores a banco privado

A gestão da Transpetro realizou mais uma mudança sem dialogar com as entidades sindicais e à revelia dos trabalhadores. A partir do dia 15 de março, o Banco Santander estará nas unidades da empresa realizando a abertura de contas dos trabalhadores, que serão obrigados a aderir, mesmo que seja a conta salário com portabilidade para outro banco.

 

“A Transpetro vai forçar que todos os empregados tenham relacionamento com o Santander, um banco privado espanhol”, critica o diretor do Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo, Felipe Grubba, que completa. “Além de não transmitir confiança aos trabalhadores, essa atitude demonstra a total falta de compromisso com a soberania nacional por parte da empresa, pois vai privilegiar o capital financeiro internacional em detrimento de um banco público eficiente, como o Banco do Brasil”.

 

Zelotes
O Banco Santander é uma das instituições investigadas na Operação Zelotes, da Polícia Federal. A operação investiga um esquema de pagamento de propinas para que débitos tributários desaparecessem, causando desfalque bilionários aos cofres públicos. 

 

O Santander é suspeito de ter sonegado R$ 3,3 bilhões, mesmo assim a gestão da Transpetro – que alardeia um novo modelo de “complice”,  com foco na transparência e eficiência – realiza tal operação de forma velada e favorecendo uma empresa que não tem compromisso com o Brasil e está sob investigação.

 

A Transpetro devera seguir o modelo da Petrobrás, que permite que o trabalhador possa escolher em qual banco quer abrir sua conta e não obriga que tenha suas contas vinculadas a um banco internacional privado.

 

Fonte: Sindipetro Unificado-SP

 

Os derrotados nas urnas querem ganhar pelo poder e não pelo direito

No emaranhado das discussões atuais relativas à corrupção importa desocultar o que está oculto e que passa desapercebido aos olhos pouco críticos. O que está oculto? É a vontade persistente dos grupos dominantes que não aceitam a ascensão das massas populares aos bens mínimos da cidadania e que querem mantê-las onde sempre foram mantidas: na margem, como exército de reserva para seu serviço barato.

A investigação jurídico-policial dos crimes na Petrobras, que envolve grandes empreiteiras e o PT, envolve também muitos outros partidos, como o PPS, o PMDB e o PSDB, beneficiados com subsídios e propinas para suas campanhas. Por que ela é conduzida de forma a se centrar unicamente nos membros do PT? O objetivo principal parece não ser a condenação dos malfeitos, que obviamente devem ser investigados, julgados e punidos. Mas o PT não está sozinho nesse imbróglio. A maioria dos grandes partidos estão metidos nele. Quem deles não recebeu milhões da Petrobrás e das empreiteiras para suas campanhas? Por que o Ministério Público, a Polícia Federal e o juiz Sergio Moro não os investiga já que pretende limpar o pais? Alguém desses candidatos vendeu sua casa de campo, seu sítio ou algum bem para financiar sua campanha milionária? Financiaram-se pelo caixa 2 ilegal mas tido como prática corrente na nossa democracia de baixíssima intensidade.

É ingênuo e enganador pensar que estas instâncias, inclusive os vários níveis da justiça nos seus mais altos escalões não venham imbuídos de intenções e de ideologia. Que nos digam os clássicos da ideologia como Jürgen Habermas e Michel Foucault que demonstraram não haver nenhum espaço social imune à interesses e por isso à presença da ideologia e que não seja movido por algum propósito. É próprio do discurso ocultador dos golpistas enfatizarem a completa independências destas instâncias e seu caráter de imparcialidade.  A realidade do passado e do presente revela bem outra coisa, especialmente quanto ao juiz Sergio Moro.

Um determinado propósito ideológico dos vários órgãos de poder vinculados ao poder policial, jurídico e de alguns das supremas cortes articulados com meios de comunicação privados de âmbito nacional, de reconhecido caráter conservador, quando não reacionário e antipopular, serviria de laço de ligação entre todos com a intenção de garantirem certo tipo de ordem que sempre os beneficiou e que agora com o PT e aliados foi posta em xeque.

Por que a tentativa sistemática de desmontar a figura de Lula, levado sob vara para depor na PF, depois de tê-lo feito antes por três vezes? É a vontade perversa de destruí-lo como referência para todos aqueles que veem nele o político vindo dos fundões de nosso país, sobrevivente da fome e que, finalmente, com seu carisma, galgou o centro do poder. Ele conferiu a coisa mais importante para uma pessoa: sua dignidade. O povo sempre era tido pelos donos do poder como Jeca-Tatu, plebe ignara e rebotalho. Sofrido, cansou de ver frustrada sua esperança de melhorias mínimas. A conciliação entre as classes, tônica de nossa sociedade política, sempre foi para aplainar o caminho dos grupos poderosos e negar benefícios ao povo. Com o PT houve uma inflexão neste lógica excludente.

Agora vem à tona o mesmo propósito das classes que não aceitaram que, um dia, foram apeadas do poder. Querem voltar a qualquer custo. Dão-se conta de que, pela via eleitoral não o conseguirão, por causa da mediocridade de seus líderes e por falta de qualquer projeto que devolva esperança ao povo, súcubos que são do poder imperial globalizado. Querem consegui-lo manipulando as leis, suscitando ódio e intolerância como nunca houve nesta proporção na nossa história. É a luta de classes, sim. Esse tema não é passado. Não é invenção. É um dado de realidade. Basta ver como se manifesta nas mídias sociais. Parece que a boca do inferno se abriu para o palavrão, para a falta de respeito, pela vontade de satanizar o outro.

A política não é feita de confronto de ideias, de projetos políticos e de leituras diferentes de nossa situação de crise que nã é só nossa mas do mundo. É algo mais perverso: é a vontade de destruir Lula, de liquidar o PT e colocá-lo contra o povo. Temem que Lula volte para completar as políticas que foram boas para as grandes maiorias e que lhe deram consciência e dignidade. O que os donos do poder mais temem é um povo que pensa. Querem-no ignorante para poder dominá-lo ideológica e politicamente e assim se garantir no privilégio.

Mas não o conseguirão. São tão obtusos e faltos de criatividade em sua fome de poder que usam as mesmas táticas de 1954 contra Vargas ou de 1964 contra Jango. Tratava-se sempre de deter os reclamos do povo por mais direitos, o que implicava a redução dos privilégios e uma melhora da democracia. Mas os tempos são outros. Não vão prosperar pois já há um acúmulo de consciência e de pressão popular que os levará à irrisão, não obstante seus porta-vozes mediáticos, verdadeiros “rola-bosta” que recolhem o que acham de ruim para continuarem a mentir, a distorcer, a inventar cenários dramáticos para desfalcar a esperança popular e assim alcançar seu retorno com a força e não com direito democrático. Porém “no, no pasaran”…

Fonte:Leonardo Boff - Brasil de Fato

Marcha das Mulheres defende mais direitos, igualdade de gênero, democracia e contra o golpe

As mulheres pintaram o centro de Porto Alegre de lilás nesta terça-feira, 8 de março, para celebrar o Dia Internacional da Mulher. A CUT-RS, na defesa dos direitos das mulheres, participou do ato unificado que começou com uma concentração na Praça da Alfândega, seguiu com uma caminhada pela Rua dos Andradas, continuou com uma manifestação na Esquina Democrática, onde centenas de mulheres levantaram a voz na defesa de suas reivindicações, e terminou com uma marcha até o Largo Zumbi dos Palmares. O ato também reuniu representantes de sindicatos e federações, coletivos de mulheres, PT, PCdoB e outras entidades.

Para a secretária de Igualdade Racial da CUT-RS, Angélica Nascimento, “as mulheres são mais da metade da população mundial, realizam múltiplas jornadas, mas ainda ganham menos que os homens, sofrem inúmeras agressões e violência”.

A defesa da democracia e contra o golpe do impeachment da presidenta Dilma marcou a mobilização deste ano. Uma grande faixa com os dizeres “unidos contra o golpe” chamou a atenção das pessoas. As mulheres presentes destacaram a necessidade de defender a presidenta Dilma contra os ataques que vem sofrendo da imprensa e da direita desde que assumiu o segundo mandato. “Estamos nas ruas hoje pela democracia, contra todo o tipo de violência e contra o golpe, por uma sociedade justa, fraterna e igualitária”, frisou Angélica.

Para a dirigente da CUT-RS, “o capitalismo só nos maltrata e, por isso, temos que tomar as ruas para defender os nossos direitos e aqui vamos continuar”.

Sobraram muitas críticas ao Congresso Nacional e ao presidente Eduardo Curnha (PMDB-RS). “Ai,ai,ai, ai, ai, ai, empurra o Cunha que ele cai”, cantaram as manifestantes. Elas reclamaram da baixa representação das mulheres. E condenaram as posições conservadoras e fundamentalistas, além do machismo, racismo e preconceito contra lésbicas e transexuais.

Com a presença de vereadoras e deputadas do PT e PCdoB, elas entoavam músicas como “a nossa luta é todo dia, contra o machismo, o racismo e a homofobia”.

“Nós, mulheres negras, entendemos que o retrocesso no processo democrático seria um retrocesso na qualidade de vida das mulheres e pessoas negras. Queremos que a democracia se concretize com a participação das mulheres negras nos espaços de poder”, afirmou a ativista Reginete Bispo.

O ato também criticou a violência contra a mulher, a proibição do aborto e o Congresso conservador, o qual estaria diretamente ligado à tentativa de impeachment da presidenta.  “Não aceitaremos o golpe! Continuaremos lutando por um sistema de representação proporcional à nossa representação na sociedade brasileira”, afirmaram várias representantes de movimentos.

Este ponto foi abordado também por Télia Negrão, do Coletivo Feminino Plural. “Queremos a paridade na política, queremos a metade dos cargos na política, porque somos a metade da população e só assim nós podemos nos sentir representadas. Temos um Congresso Nacional que é branco, rico, masculino, proprietário, latifundiário, velho, homofóbico, conservador. E apenas 10% daquele Congresso composto por mulheres”, apontou.

Por volta das 18h30, as mulheres saíram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros e chegaram no Largo Zumbi dos Palmares. O ato foi encerrado ao som de “não vai ter golpe, vai ter luta” e com um chamamento para o evento em defesa de Dilma e Lula que acontece no próximo domingo (13), às 14h, no Parque da Redenção.

Fonte: CUT-RS

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