Nov 24, 2024

Relação entre mínimo e cesta básica é a maior desde 1979

Diap

O novo salário mínimo de R$ 678, que entrou em vigor na última terça-feira (1º), terá o poder de compra equivalente a 2,26 cestas básicas, de acordo com os cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese).

O valor da cesta em janeiro é estimado R$ 300,00. Essa relação entre as médias do salário mínimo anual e da cesta básica anual é a maior da série histórica registrada desde 1979, o que deve beneficiar cerca de 45,5 milhões de pessoas, que têm rendimentos referenciados no valor do salário mínimo.

“Considerando a série histórica do salário mínimo e trazendo os valores médios anuais para reais de 1º de janeiro de 2013 (deflacionados por projeção do ICV- estrato inferior), o valor de R$ 678,00, em 1º de janeiro de 2013, será o maior valor real da série das médias anuais desde 1984”, acrescenta a entidade, por meio de nota técnica.

Aumento deve injetar R$ 32,7 bi na economia
Para o Dieese, o aumento do salário mínimo de R$ 622 para R$ 678, deve injetar R$ 32,7 bilhões na economia em 2013. O reajuste de 9% foi definido com base na Lei 12.382.

Pela regra, o valor foi definido com base no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011, de 2,73%, mais a inflação anual medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimada em 6,10%.

A entidade sindical destacou também a importância da luta pela política de valorização do salário mínimo, que vem sendo conduzida pelo governo federal.

“Em 2004, as centrais sindicais, por meio de movimento unitário, lançaram a campanha de valorização do salário mínimo. Nesta campanha, foram realizadas três marchas conjuntas em Brasília com o objetivo de fortalecer a opinião dos poderes Executivo e Legislativo acerca da importância social e econômica da proposta de valorização do salário mínimo”, acrescenta a nota.

Em maio de 2005, o salário passou de R$ 260,00 para R$ 300. Em abril de 2006, foi elevado para R$ 350, e, em abril de 2007, corrigido para R$ 380. Em março de 2008, o salário mínimo foi alterado para R$ 415 e, em fevereiro de 2009, o valor ficou em R$ 465. Em janeiro de 2010, o valor do piso salarial do país passou a R$ 510, resultando em aumento real de 6,02%. Em 2007, foi acordada a política permanente de valorização do salário mínimo até 2023.

Previdência e arrecadação
O aumento de R$ 56 no salário mínimo deve gerar um impacto estimado nas contas da Previdência Social de mais de R$ 12,3 bilhões, em 12 meses. O departamento informou ainda que o novo valor aumentará a arrecadação tributária em R$ 15,9 bilhões sobre o consumo, na mesma comparação, já que atualmente 45,5 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo.

Com o novo valor do salário mínimo fixado em R$ 678, segurados do INSS que recebem até o piso previdenciário terão os benefícios corrigidos na folha de janeiro, que começa a ser paga no dia 25 deste mês e vai até 7 de fevereiro. Ao todo, mais de 20 milhões de pessoas terão os benefícios reajustados.

Trabalhadores terceirizados da Regap levam calote de empreiteira

FUP com informações do Sindipetro MG

Em Minas Gerais, o ano de 2013 começou com antigos problemas denunciados pela FUP e seus sindicatos. Mais uma vez, trabalhadores terceirizados tomaram um verdadeiro calote de “gatas” prestadoras de serviços, que depois de declararem falência, deixam os trabalhadores sem salários, indenizações, e demais direitos garantidos pela CLT.

Desta vez, os vigilantes da empresa Plano, romperam o ano sem os seus respectivos salários e sem qualquer tipo de acertos de contas da prestadora de serviços que declarou falência. De acordo com denúncias do Sindipetro MG, feitas há quatro meses atrás, esta empresa já não cumpria suas obrigações com trabalhadores de outros contratos fora da Regap. Apesar da intervenção do sindicato, a gerência da refinaria não tomou nenhum tipo de providência que comprovasse as irregularidades da empresa com os trabalhadores.

A FUP e seus sindicatos continuam na luta contra a terceirização, que além de causar a precarização da força de trabalho, deixa os trabalhadores à mercê de injustiças como estas. Este é mais um fato que será levado à Petrobrás nas próximas reuniões das comissões de acompanhamento de ACT e terceirização, para que a empresa provisione  o fundo garantidor que proteja os direitos dos trabalhadores terceirizados.

CPMI vai sugerir orçamento para políticas voltadas a mulheres

Agência Câmara de Notícias

O relatório final da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) sobre a violência contra a mulher no Brasil deve ser apresentado em março, mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher. De acordo com a presidente da CPMI, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), o documento deverá sugerir a criação de um Orçamento Mulher para os próximos anos, como já existe no México e na Austrália. O objetivo será destinar mais recursos à Secretaria de Políticas para as Mulheres e verbas em cada ministério para essa área.

Além disso, o texto vai mostrar o que foi constatado de ruim e as boas práticas na rede de atendimento à mulher. O relatório terá sugestões de políticas públicas e recomendações aos órgãos competentes para que façam valer a legislação, principalmente a Lei Maria da Penha  (Lei 11.340/06), sobre a violência doméstica.

Jô Moraes destaca os maiores desafios no enfrentamento à violência contra a mulher: "As estatísticas das delegacias e das varas especializadas são diferentes, então não há informações padronizadas para embasar políticas públicas. Todos os órgãos de enfrentamento à violência contra a mulher são precários, com pequena estrutura, pouco pessoal e sem recursos próprios. E alguns juízes têm dificuldade de entender que a violência contra a mulher deve ser enfrentada com a lei, com punição. Não dá para conciliar."

Ela ressalta a necessidade de construir uma rede articulada para ligar as instituições que lidam com a violência contra a mulher, como as delegacias, o Poder Judiciário, a Defensoria Pública e o Ministério Público. De acordo com Jô Moraes, existem casos em que a mulher é agredida e não há um juiz de plantão para decidir sobre a medida de proteção, como o afastamento do agressor de casa.

Realidades locais
Integrantes da CPMI foram conhecer as situações do Distrito Federal e dos estados de Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Paraná, São Paulo, Bahia, Paraíba, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará, Roraima, Ceará e Goiás.

Jô Moraes afirma que nesses locais será preciso apresentar novas propostas para enfrentar a violência contra a mulher. "Todas as estruturas são insuficientes e frágeis, e a mulher precisa ser defendida efetivamente", alerta a deputada.

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