Nov 25, 2024

Justiça suspende destinação de superávit às patrocinadoras da SISTEL

Anapar

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) suspendeu a destinação de superávit do Plano de Benefícios da SISTEL Assistidos (PBS-A) às suas patrocinadoras, as empresas de telefonia privatizadas no final da década de 1990. A ação foi ajuizada por dois assistidos em face da SISTEL e da PREVIC (Superintendência Nacional de Previdência Complementar). Contesta a apropriação de  excedentes do plano pelas empresas, questiona a legalidade desta medida e alega que o superávit deveria ser utilizado somente para revisão dos benefícios dos assistidos. A tese dos participantes não foi acatada pelo Juiz de Primeira Instância e, em grau de recurso, foi aceita pelo TRF4.

A sentença proferida pelo Juiz Federal Loraci Flores de Lima, em caráter liminar, determina que “enquanto não realizada uma avaliação aprofundada do plano de benefícios, talvez mesmo por uma perícia atuarial, parece precipitado permitir o levantamento da metade do valor correspondente à reserva especial, cerca de 1,1 bilhões de reais, em favor das patrocinadoras do plano, porque se trata de quantia vultosa, cujo ressarcimento (...) será de difícil garantia”. Conclui que os milhares de trabalhadores contribuíram para o plano e “não podem ficar a mercê de contingências outras para, de uma situação de extremo conforto - plano superavitário - passar à angústia de que alguma turbulência ('em face de eventos futuros e incertos') represente risco à estabilidade do plano a médio e longo prazo” e comprometa o pagamento dos benefícios.

Ainda não foi julgado o mérito da ação e a proibição definitiva de devolução de parte da reserva especial às patrocinadoras, mas o Juiz Loraci manifestou entendimento de que “os valores correspondentes à reserva especial sejam aplicados em favor do próprio plano de benefícios, a dizer, em favor daqueles que contribuíram para a formação de tal superávit e que dependem da 'saúde' desse plano para gozar dos benefícios dele decorrentes” e que “parece bastante plausível a tese de que o Presidente do Conselho de Gestão da Previdência Complementar tenha exorbitado das suas funções ao estabelecer, na parte final do inciso III do artigo 20 da Resolução MPS/CGPC nº 26/08, uma destinação para a reserva especial que não está contemplada na LC nº 109/01”. Esta é a tese defendida pela ANAPAR e pelos proponentes da ação. Os recursos excedentes, contabilizados na reserva especial, devem ser utilizados para revisão do plano e sua devolução aos patrocinadores não está prevista na Lei Complementar 109, caracterizando a ilegalidade da Resolução CGPC 26.

A sentença manda “suspender qualquer ato de transferência de valores do Plano PBS-A para as patrocinadoras do Plano de Benefícios da Fundação Sistel”, abrangendo o plano de benefícios e todos os seus participantes, não se restringindo aos dois assistidos proponentes da ação, Nazira dos Santos e Roberto Schlichting Filho. “A sentença toca no ponto central. Esperamos que a proibição de devolver valores aos patrocinadores seja acatada em outras sentenças, determinando a ilegalidade da Resolução CGPC 26 e da apropriação de superávit pelas empresas patrocinadoras”, comemora Cláudia Ricaldoni, presidente da ANAPAR.

Patrocinadoras querem se beneficiar sem nunca ter contribuído – O plano PBS-A resultou da cisão do plano de previdência das empresas de telefonia, ocorrido após a privatização. Ao final da década de 1990, empresas privadas adquiriram as telefônicas estatais a preço de banana e tiveram que se comprometer com a continuidade do patrocínio dos planos de previdência complementar. As empresas sucessoras (Vivo, Oi e Brasil Telecom, dentre outras) cindiram o plano original, multipatrocinado, criaram planos de previdência específicos para seus próprios empregados e conservaram os participantes então aposentados em um plano multipatrocinado (PBS-A) pelas mesmas empresas, com todas as reservas já constituídas quando da privatização. Agora, querem se apropriar do superávit gerado no plano, mesmo sem terem contribuído com um centavo após a privatização. É mais um exemplo do capitalismo à moda brasileira: os prejuízos são públicos e os lucros, privados.

Trabalhadores terceirizados do DF arrancam um dos maiores reajustes do Brasil

CUT - Sindiserviços - DF

Assembleia em dezembro conquistou 20% de aumento para a maior parte da categoria

Os terceirizados do Distrito Federal (DF) fecharam 2012 com uma grande notícia: em 27 de dezembro de 2012, a 4ª Assembléia Geral da Data-Base da categoria acatou a proposta dos patrões para que, a partir de janeiro de 2013, os salários de até R$ 1.275,58 sejam reajustados em 20%.

Com isso, o salário-base dos auxiliares de serviços gerais passam para R$ 780.

O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviço e Serviços Terceirizáveis do Distrito Federal (Sindiserviços-DF), que representa mais de 70 mil trabalhadores de 70 categorias arrancou ainda um reajuste de 10% para quem ganha acima desse valor, índice superior à inflação acumulado no período.

O piso salarial dos porteiros, função que teve maior aumento, passará para R$ 850,00, o que corresponde a 28% de reajuste.

O tíquete alimentação da categoria vai para R$ 18,00.Já quem trabalha na escala de 12 por 36 horas, passarão a receber horas extras nos feriados trabalhados. O adicional noturno passará a ser pago das 22 horas até o final do expediente.

E estão asseguradas todas as demais clausulas da Convenção Coletiva de Trabalho, conquistas que só foram possíveis com o empenho e a união da categoria que esteve mobilizada e participou ativamente de todo o processo.

Sem acordo, operários organizam greve nas obras do estádio Beira-Rio a partir desta terça (15)

CUT

Descontentes com a proposta de reajuste salarial apresentada pela Andrade Gutierrez, uma das construtoras responsáveis pelas obras de reforma e modernização do Estádio Beira-Rio, que sediará os jogos da Copa do Mundo 2014, os operários poderão deflagrar uma greve por tempo indeterminado a partir desta terça (15) caso a reivindicação de 15% de aumento não seja atendida.

Uma nova reunião entre a construtora e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada do Rio Grande do Sul (Siticepot-RS) será realizada na manhã desta segunda-feira (14). Conforme informou Isabelino Garcia, presidente do Sindicato, se houver uma proposta que atenda as reivindicações dos operários, ela será encaminhada para avaliação  dos trabalhadores ainda hoje. Mas caso não ocorra avanços, uma assembleia será convocada para a manhã desta terça (15) onde será deflagrada uma greve por tempo indeterminado.

 

“É difícil ocorrer um acordo nesta reunião se levarmos em consideração a maneira com a construtora tem se portado, totalmente intransigente. Até tínhamos uma relação de confiança que foi quebrada por uma série de fatores, como o desvio de função, o desrespeito de alguns encarregados com os trabalhadores, o departamento médico da empresa que não respeita os operários”, relatou Isabelino.

Duas reuniões com representantes da construtora foram realizadas na semana passada. A primeira, que ocorreu na quarta após paralisação parcial das obras, construiu alguns avanços, como o vale-alimentação que foi reajustado de R$ 160 para R$ 200 por mês, além da ampliação da baixada de cinco para nove dias, que corresponde ao período de folgas concedidas a cada três meses para que os trabalhadores visitem seus familiares, mas alguns pontos ainda ficaram pendentes.

Além da questão salarial, outra reivindicação negada pela construtora foi o adicional de 100% sobre todas as horas-extras. Em assembleia realizada na quinta, outras duas reivindicações foram acrescidas: retirada dos encarregados do canteiro de obras e a modificação do quadro médico, inserindo profissionais qualificados que respeitem os operários.

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