Nov 26, 2024

Lojas Americanas é condenada em R$ 3 milhões por jornada de trabalho irregular

A rede varejista Lojas Americanas foi condenada em R$ 3 milhões por submeter seus empregados à jornada móvel variável. A decisão é da 9ª Vara do Trabalho de Natal em ação civil pública do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte (MPT-RN). A empresa terá que adotar em todas suas lojas no país a jornada fixa de trabalho e a elaborar novo padrão de contrato, com descrição das funções de cada cargo. Também foi obrigada a regularizar o registro de ponto e conceder repouso semanal remunerado sob pena de multa de R$ 5 mil por empregado encontrado em situação irregular.

A empresa é acusada de desvio de função, marcações nas folhas de ponto que não correspondem à realidade, não concessão de folga após o 6º dia consecutivo de trabalho e compensação ilícita de horários nos contratos de empregado aprendiz. “A decisão deve ser cumprida em todos os estabelecimentos das Lojas Americanas espalhados pelo país, uma vez que as cláusulas abusivas foram declaradas nulas e os contratos de trabalho devem conter novas cláusulas, ajustadas à lei”, afirmou a procuradora do Trabalho Ileana Neiva, responsável pela ação.

Na ação, há registros de empregados que trabalharam em oito horários distintos no período de 30 dias e de trabalhador que passou 24 dias sem repouso semanal remunerado. Foi apurado que há aprendiz sendo submetido à jornada variável e tendo que realizar compensação de horários, prática proibida por lei, pois prejudica a frequência às aulas. Além disso, foram constatadas cláusulas abusivas nos contratos de trabalho, como a que determina que o horário do funcionário possa ser alterado, pela empresa, quantas vezes existir necessidade de serviço.

A rede Lojas Americanas é uma das maiores varejistas do país com 729 unidades em 25 estados e 17 mil funcionários. Em 2012, a receita líquida foi de R$ 11,334 bilhões.

 Jornada

A contratação por jornada móvel variável é uma prática adotada pelas empresas para burlar as leis trabalhistas. Nesse tipo de contratação o trabalhador não tem jornada fixa para entrar ou sair da empresa ficando à disposição do empregador. Com isso, fica impossibilitado de ter outra atividade fora do trabalho como fazer cursos, por exemplo. Outra constatação são os salários baixos, muitas vezes até menor que o mínimo.

No entanto, o MPT está atento a essa fraude trabalhista e tem conseguido resultados favoráveis aos trabalhadores. O mais recente foi o acordo com a Arcos Dourados, maior franquia do McDonald´s no Brasil. Depois de perder ações na Justiça por adotar jornada móvel variável em suas 640 lojas, a empresa assinou acordo, em março deste ano, com o MPT assumindo o compromisso de acabar com essa prática para os seus 42 mil funcionários. Além disso, vai pagar R$ 7,5 milhões por dano moral coletivo.

Por: MPT/RN

Plenária final define calendário de lutas e principais reivindicações da categoria

Terminou por volta das 22h de sábado, 08, a plenária final da IV Plenafup - Plenária Nacional da FUP - realizada no assentamento Normandia do MST em Caruaru, Pernambuco. Há três dias os delegados e delegadas de várias bases do país, representando trabalhadores próprios e terceirizados do Sistema Petrobrás, aprovaram importantes deliberações políticas, reivindicações e agendas de luta.

Todos os resultados dos grupos foram levados à Plenária Final para votação e aprovados pelo plenário após debates.

Uma deliberação importante desta IV Plenafup foi a intensificação da luta conjunta com o MST em defesa da energia como um bem natural e contra os leilões de petróleo. Outra definição foi a luta pela ampliação de direitos e condições de trabalho, salários e segurança dos trabalhadores terceirizados, assim como o fortalecimento da organização sindical na representatividade destes trabalhadores, que são hoje maioria no Sistema Petrobrás.

Todas as resoluções da IV Plenafup serão divulgadas logo após serem sistematizadas pela comissão organizadora da plenária. As pautas de reivindicações aprovadas serão submetidas aos trabalhadores para serem referendadas nas assembleias de base.

Sindipetro-NF

ANAPAR defende aprovação do PLP 161

No último dia 28 de maio aconteceu, na Câmara dos Deputados, audiência pública para debater o Projeto de Lei Complementar PLP 161/2012, de autoria do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). A audiência, convocada a pedido do relator do projeto na Comissão de Seguridade Social e Família, deputado Rogério de Carvalho (PT-SE), contou com a presença de sindicalistas de várias categorias profissionais, dirigentes de associações de aposentados e de trabalhadores.

A presidente da ANAPAR, Cláudia Ricaldoni, foi uma das expositoras e reforçou a necessidade de se aprovar o projeto para eliminar o voto de minerva e estabelecer de fato a paridade de representação entre participantes e patrocinadores em todos os órgãos estatutários das entidades de previdência, com eleição direta dos representantes dos trabalhadores: “se recolhemos a metade das contribuições ao plano de previdência, é justo que nós possamos eleger a metade dos dirigentes da entidade”, argumenta Cláudia.

Ressaltou a importância de aprovar artigo que impeça a devolução de superávit aos patrocinadores, de modo que as reservas dos planos sejam utilizadas exclusivamente para cumprir a sua finalidade – a concessão e pagamento de benefícios.

Marcel Barros, diretor de Seguridade eleito da Previ, fundo que tem paridade de representação até na diretoria executiva, mostrou que a Previ é um exemplo de como o voto de minerva deve ser substituído por negociação entre as partes, evitando a imposição da vontade de uma parte, o patrocinador, sobre a outra, os participantes.

Pendências da Previ vem sendo resolvidas por negociação entre o patrocinador Banco do Brasil e representantes dos participantes – sindicatos, associações e dirigentes eleitos.

O diretor de Benefícios da Petros, Maurício Rubem, mostrou que na Petros, fundo multipatrocinado, estão sendo criados comitês gestores para que os participantes de cada um dos planos possam acompanhar a gestão de suas reservas.

O autor do projeto, deputado Berzoini, salientou que a legislação atual, de 2001, foi votada em determinada conjuntura no Congresso Nacional e que, decorridos doze anos, já merece revisões. Salientou que as leis complementares 108 e 109 foram um marco para incorporar a representação dos participantes na gestão dos planos, mas que precisa ser revista para se adequar à nova realidade e às novas exigências dos participantes. Ressaltou que será preciso uma grande mobilização dos participantes para que o PLP 161 seja analisado com celeridade e os avanços democráticos sejam de fato aprovados.

A ANAPAR está organizando abaixo-assinado em apoio ao projeto e pretende coletar centenas de milhares de assinaturas. Acompanhe e participe para democratizar as entidades de previdência.

ANAPAR

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