Nov 26, 2024

Itaú lucra R$ 7,1 bilhões, mas corta 2.264 postos de trabalho no 1º semestre

O lucro líquido do Itaú Unibanco cresceu 4,83% no primeiro semestre de 2013 em relação a igual período de 2012, atingindo R$ 7,055 bilhões. Trata-se do segundo maior lucro da história dos bancos brasileiros, só ficando atrás de outro recorde do próprio banco no ano de 2011 (R$ 7,133 bilhões). O balanço foi divulgado nesta terça-feira (30).


Apesar de todo esse resultado gigantesco, o Itaú continuou reduzindo postos de trabalho. Apenas no primeiro semestre, foram cortados 2.264 empregos no Brasil, dos quais 1.556 no segundo trimestre. Já nos últimos 12 meses o enxugamento foi de 4.458 funcionários. Assim, em junho de 2013, o quadro caiu para 88.059 empregados.

 

Celio Romeu dos Santos, dirigente sindical e funcionário do Itaú, considera inaceitável o Itaú ter batido seu próprio recorde de lucro da história dos bancos brasileiros e, ao mesmo tempo, manter a redução dos postos de trabalho. “É inadmissível a postura de aumento do número de demissões anualmente. Com a rentabilidade que tem, o Itaú deveria estar oferecendo melhor plano de carreira aos seus funcionários, aumento real de salários e melhores condições de trabalho. Mas não, a direção segue atrás de mais lucros.”

 

Não é à toa que o banco liderou no primeiro semestre deste ano as reclamações de consumidores do setor financeiro na Fundação Procon. “Metas abusivas aos funcionários sem melhor distribuição da PLR geram um faturamento cada vez maior, obviamente", criticou Celio referindo-se à falta de uma divisão mais justa da lucratividade.


Aumento das tarifas


Conforme análise do Dieese, o resultado anual foi influenciado pela queda de 3,5% do Produto Bancário, que representa as rendas das operações bancárias e de seguros, mas compensada pelo aumento significativo de 21,6% das Receitas de Prestação de Serviços e Tarifas.


Houve também redução de 20,6% nas despesas em Provisões para Devedores Diversos (PDD). A taxa de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) do banco caiu 1 ponto percentual, de 5,2% para 4,2% no primeiro semestre de 2013.


Já o retorno anualizado (rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio) alcançou 19,3% no primeiro semestre, uma queda de 0,4 ponto percentual nos últimos 12 meses.


Em junho de 2013, o patrimônio líquido do banco manteve-se praticamente estável em 0,19%, totalizando R$ 75,781 bilhões. Em relação ao total de ativos, o crescimento foi de 19%, somando ao final do período R$ 1,059 trilhão.


Expansão do crédito


A carteira de crédito total alcançou o saldo de R$ 467,514 bilhões, com crescimento de 7,7% em relação ao 1º semestre de 2012, e de 2,5% em relação ao 1º trimestre.


No segmento de pessoas físicas, com variação de 5%, os destaques foram os crescimentos nas carteiras de crédito consignado e imobiliário, com evoluções de 58,6% e 32,4% no período de 12 meses, respectivamente.


O destaque negativo foi a carteira de veículos, que teve queda de 19,9% em relação a junho de 2012. Já para a carteira de pessoas jurídicas o crescimento foi de 7,3%, com destaque para a carteira para as grandes empresas que aumentou 15,8%.


Receita de tarifas x despesas de pessoal


As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias apresentaram crescimento significativo de 13,5%, atingindo R$ 11,446 bilhões no primeiro semestre. Somente com esta receita, o Itaú Unibanco cobre 155% do total das despesas de pessoal. Há um ano, essa cobertura era menor (147,6%). Isso ocorre porque o Itaú continua reduzindo, sistematicamente, seu quadro de trabalhadores.


Milhões para altos executivos


Enquanto reduz empregos, o Itaú lidera a remuneração milionária dos altos executivos, superando o Santander e o Bradesco, que também pagam milhões de reais por ano para o alto escalão.


Segundo levantamento do Dieese, com base em dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cada diretor do Itaú ganhou, em média, R$ 9,05 milhões em 2012, mais do que o do Santander, que recebeu R$ 5,63 milhões e o do Bradesco, que embolsou R$ 5,01 bilhões. Já o bancário do piso salarial recebeu apenas R$ 38,64 mil no ano passado.


Isso significa que um diretor do Itaú ganhou, em média, 234,27 vezes mais que um funcionário recebe com o piso. No Santander, o executivo ganhou 145,67 vezes o piso.

SindBancários

Direção da FUP debate estratégias para campanha reivindicatória

Nesta quinta-feira, 01, a direção colegiada da FUP, suas assessorias e o Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras se reuniram em Araras, região serrana do Rio de Janeiro, para o Seminário de Planejamento de Campanha do Acordo Coletivo de Trabalho 2013. O seminário prossegue até a tarde de sábado, com debates sobre as estratégias para a campanha reivindicatória dos petroleiros, que tem sua data base no próximo mês (setembro).

O primeiro dia do seminário teve a participação do economista e técnico do DIEESE, Clemente Ganz, que fez uma completa análise de conjuntura política e econômica do país. 

 

Nesta sexta-feira, o seminário contou com a participação do ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, atualmente assessor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Instituto Lula, que fez uma ampla análise de conjuntura política. 

Na parte da tarde, as atividades continuam, com a avaliação do contexto da campanha salarial e trabalhos de grupos que estão analisando os pontos positivos e negativos da campanha anterior. Os sindicalistas também irão discutir os resultados esperados para a campanha deste ano e o plano de lutas para buscar as principais reivindicações.

FUP

Centrais sindicais preparam novas mobilizações conjuntas para os dias 06 e 30/08

A entrada da classe trabalhadora de forma organizada nas manifestações que têm sacudido o país impulsionou a luta por melhores condições de vida e deu ao movimento sindical mais condições de pressionar o Congresso e o governo para as principais reivindicações das centrais. Na pauta unificada da classe trabalhadora estão pontos fundamentais como redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, fim do fator previdenciário, política salarial para aposentados, investimentos em saúde, educação e transporte, reforma agrária, combate à terceirização (com retirada do PL 4330) e suspensão dos leilões do petróleo.

Para fazer avançar essas reivindicações, novas manifestações conjuntas foram agendadas pelas centrais sindicais. Se não houver avanços por parte do governo e do Congresso Nacional rumo ao atendimento da pauta dos trabalhadores, uma nova paralisação nacional será convocada por todas as centrais sindicais para o dia 30 de agosto.

Antes disso, no dia 6 de agosto, serão realizados atos contra a terceirização nas portas das federações patronais em todas as capitais do Brasil e também nas confederações de empresários (CNI, CNC, CNC), em Brasília. O objetivo é pressionar os empresários a retirar da pauta da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização da mão de obra, precarizando ainda mais as relações e as condições de trabalho.

“Ficou claro para o Congresso Nacional e para o governo que é preciso atender à nossa pauta. Continuaremos mobilizados até que isso aconteça", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, ressaltando a importância da unidade de todas as centrais sindicais nessa luta. "Conseguimos deixar de lado algumas divergências, sabendo que é a unidade que nos dá mais força para enfrentar o governo e o empresariado", concordou Wagner Gomes, presidente da CTB.

Em reunião ampliada nos dias 23 e 24 de julho, a Direção Executiva deliberou sobre a realização de ações contra o Projeto de Lei 4330 no dia 6 de agosto e no 13 de agosto - dia provável da votação do PL, quando será realizada uma manifestação em frente ao Congresso Nacional.

Para o  30 de agosto, Dia Nacional de Paralisação, a CUT reforçará a visibilidade da pauta comum do sindicalismo brasileiro:

- Redução da Jornada de Trabalho para 40h semanais, sem redução de salários;

- Fim do fator previdenciário;

- 10% do PIB para a Educação;

- 10% do Orçamento da União para a Saúde;

- Transporte público e de qualidade/mobilidade urbana;

- Valorização das Aposentadorias;

- Reforma Agrária;

- Suspensão  dos Leilões de Petróleo;

- Contra o PL 4330, sobre Terceirização.

FUP

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