Produção no pré-sal bate novo recorde e ultrapassa 400 mil barris de petróleo por dia
A produção de petróleo nos campos operados pela Petrobras na chamada província do pré-sal nas bacias de Santos e Campos atingiu, no dia 20 de fevereiro, a marca de 407 mil barris de petróleo por dia (bpd), configurando novo recorde de produção diária.
Essa produção foi alcançada oito anos após a primeira descoberta, ocorrida em 2006, tempo inferior ao que foi necessário para se chegar ao mesmo patamar em outras importantes áreas de produção marítima no mundo. Na porção americana do Golfo do México, por exemplo, foram necessários 19 anos, depois da primeira descoberta, para se alcançar a produção de 400 mil barris de petróleo por dia. Na Bacia de Campos, foram 16 anos. E no Mar do Norte, nove. Diferentemente dessas áreas, na camada pré-sal toda a produção de petróleo ocorre em águas profundas, o que torna o resultado obtido ainda mais expressivo.
O presente recorde de produção está associado à entrada em operação do poço 9-SPS-77, ocorrida em 18/fev, o primeiro poço produtor a entrar em operação por meio da primeira Bóia de Sustentação de Risers (BSR), instalada no FPSO Cidade de São Paulo, no campo de Sapinhoá. A produção inicial do poço SPS-77 alcançou o patamar de 36 mil barris de petróleo por dia. No dia 07 de fevereiro, foi concluída a instalação da segunda BSR, sendo esta no FPSO Cidade de Paraty.
A marca de 407 mil bpd foi obtida com a contribuição de somente 21 poços produtores. Isso evidencia a elevada produtividade dos campos já descobertos na camada pré-sal. Desses poços, dez estão localizados na Bacia de Santos, que responde por 59% da produção (240 mil barris por dia). Os demais 11 poços estão localizados na Bacia de Campos e respondem por 41% da produção (167 mil barris por dia). Atualmente, a produção do pré-sal ocorre em 10 diferentes plataformas.
Ainda em 2014, entrarão em operação mais três novas plataformas no pré-sal, a P-58, campo de Norte Parque das Baleias (1o trimestre), o FPSO Cidade de Ilhabela (3o trimestre), no campo de Sapinhoá e o FPSO Cidade de Mangaratiba (4o trimestre), no campo de Lula/área de Iracema Sul.
Entre 2015 e 2016, outras oito novas plataformas entrarão em operação para a produção do pré-sal da Bacia de Santos. Isso permitirá que a produção de petróleo operada pela Petrobras na camada pré-sal supere, já em 2017, um milhão de barris de petróleo por dia.
Além do recorde na produção de petróleo, foi obtido novo recorde no tempo de construção de poços na camada pré-sal. O poço produtor SPH-5, localizado no campo de Sapinhoá, a uma profundidade d'água de 2.126 metros e com profundidade final de 5.334 metros, foi concluído em 26/jan com duração total de 109 dias.
Produção na Bacia de Campos - eficiência operacional crescente
Os sucessivos recordes alcançados na produção do pré-sal não tiraram a atenção da Petrobras da produção de outras províncias do pós-sal, seja no mar ou em terra. Nos últimos 5 anos, os investimentos na Bacia de Campos totalizaram R$ 76,4 bilhões.
Desde o Plano de Negócios e Gestão 2012-2016, a empresa vem conduzindo o Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef) para as duas unidades operacionais que atuam na Bacia de Campos, responsável por cerca de 75% da produção total da Petrobras no Brasil.
O bem-sucedido trabalho de recuperação da eficiência teve como resultado um aumento de 63 mil barris de petróleo por dia em 2013, quando comparado com a produção que teríamos caso não tivéssemos tido tais ações de melhoria de eficiência operacional. A eficiência da Unidade Operacional da Bacia de Campos (UO-BC) alcançou 75% em 2013 contra os 66% verificados no início do Programa em abr/12.
Já a Unidade Operacional do Rio de Janeiro (UO-RIO) alcançou, em dezembro de 2013, o valor expressivo de 92% de eficiência contra 82% verificados em set/12.
A gestão dos Reservatórios da Bacia de Campos
Os campos da Bacia de Campos têm características que demandam a aplicação do método de injeção de água com o objetivo de se obter o maior volume possível de recuperação do volume de petróleo contido nos reservatórios. Esta água injetada é produzida junto com o petróleo, inicialmente em pequenos volumes e crescentes com o tempo. A aplicação deste método, consagrado na indústria, nos permite projetar em 70% a recuperação do volume de petróleo existente no reservatório do campo de Namorado, por exemplo. Esta mesma projeção indica uma recuperação futura de 52% para o campo de Marlim, e mais de 40% para o campo de Marlim Sul, todos da Bacia de Campos. Os fatores de recuperação mencionados são superiores à média mundial de 35%, segundo dados da IHS - Information Handling Services -, para campos análogos aos da Bacia de Campos.
Atualmente, os campos da Bacia de Campos produzem 1 barril por dia de água para cada barril de petróleo produzido. Esta relação é inferior à média mundial obtida na literatura de referência (Instituto Francês de Petróleo e Society of Petroleum Engineers), que aponta para valores entre 3 e 5 barris de produção de água para cada barril de petróleo produzido.
O declínio natural da produção da Bacia de Campos vem se mantendo abaixo de 10% nos últimos 2 anos, percentual inferior ao padrão mundial de referência, que indica valores de declínio entre 10 e 14% para campos marítimos (CERA - Cambridge Energy e Research Association - e IHS - Information Handling Services).
A gestão da integridade e da conformidade legal
As unidades da Bacia de Campos constituem um complexo sistema de produção composto por 55 plataformas e mais de 700 poços, produtores e injetores, a maioria via interligações submarinas, nas quais a Petrobras tem aportado significativo esforço de gestão e investimentos para maximizar a contribuição destas áreas para as metas de crescimento da Companhia.
Para tanto, foram previstos, no âmbito do PROEF, dispêndios de US$ 6,3 bilhões entre 2013 e 2017, aplicados na recuperação de poços, sistemas submarinos e plataformas.
Todas as demandas de órgãos fiscalizadores e reguladores estão sendo atendidas conforme prazos estabelecidos. Destaca-se o uso intensivo de Unidades de Manutenção e Segurança (UMS), embarcações que passam temporadas (3 a 6 meses) conectadas por pontes às plataformas, com capacidade entre 300 e 500 profissionais a bordo, realizando reparos e manutenção de todos os sistemas da plataforma. Paralelamente ao uso deste tipo de embarcação, estão sendo realizadas, de forma disciplinada, as paradas de produção necessárias para manutenção da integridade dos diversos sistemas.
Investimentos em Novos Sistemas
Duas novas plataformas já entraram em produção na Bacia de Campos em 2013: a P-63, no campo de Papa-Terra, e a P-55, no campo de Roncador. Outros três sistemas iniciarão produção em 2014: a P-58, no Parque das Baleias, a P-62, no campo de Roncador, e a P-61, em Papa-Terra, com investimento total de US$ 18 bilhões.
Estas plataformas, como todas as demais, receberam todas as autorizações e licenças necessárias, junto às autoridades competentes, para permitir o seu deslocamento para os campos nos quais irão produzir. Tais autorizações são emitidas pela Marinha, IBAMA, Certificadoras de Classe, Receita Federal e Anvisa.
Petrobrás