Nov 28, 2024

Vestiário da Manutenção - Uma novela interminável

Nesta terça-feira, 07 de maio, tivemos mais um capítulo da novela o “Novo Vestiário da Manutenção”. Pois bem, o aquecedor de água que já funcionava precariamente, agora estragou de vez. A PSV do mesmo trancou aberta, obrigando a sua substituição. Seria fácil de fazer o conserto caso houvesse peças de reposição, mas essas peças não foram compradas porque existia a promessa de troca dos aquecedores.

Recapitulando os fatos: há alguns anos foi prometido um novo vestiário para os companheiros e companheiras da manutenção. Mudança necessária, pois o atual se encontrava em petição de miséria. Esse foi o primeiro capítulo da novela. A grande promessa de um novo vestiário virou uma simples “ajeitada” no velho, entrando em ação o famoso vilão da história: o PROCOP!

 No desenrolar da história, pelo menos a troca dos velhos “boilers” ficou garantida. Só que, faltou priorizar essa tarefa, e aí chegamos na situação atual dos trabalhadores, de não terem água quente para seu banho às vésperas do inverno.

Como essa história está muito longe um final, a companheirada prendeu o grito e avisou o Sindicato. A diretoria da Entidade conversou com os responsáveis pelas tarefas relacionadas às reformas, alertando-os sobre a necessidade imediata da troca dos aquecedores. Todos se comprometeram a agilizar o processo. A boa notícia é que os novos aquecedores já estão na Refap. Aguardamos que as cenas dos próximos capítulos seja a rápida instalação desses equipamentos. O Sindipetro-RS continuará cobrando rapidez e prioridade nessa troca! Estamos de olho!

A política está chata? Vamos mudá-la

Dia nacional de luta evoca Plebiscito por uma Constituinte Exclusiva para a Reforma Política

 

Está com o saco cheio da política? É possível mudar isso. Desde já, os movimentos populares estão convocando as pessoas para participar de um plebiscito – abaixo-assinado, no bom português – para aprovar a convocação de uma assembleia constituinte exclusiva para mudar o sistema político.

Essa assembleia vai realizar a reforma política. Um dos principais pontos dessa reforma será a proibição de que banqueiros e empresários deem dinheiro para a eleição de presidentes, senadores, deputados, prefeitos, vereadores.

Só essa mudança já faria uma grande diferença. Mas não basta. O sistema político precisa de mais. É preciso maior participação popular, transparência, controle do povo sobre o poder político, melhor uso do dinheiro público, entre outras coisas.

Para discutir o que precisa ser transformado, os movimentos populares estão chamando um plebiscito que vai acontecer entre os dias 1º e 7 de setembro, a Semana da Pátria.

A pergunta que será feita às pessoas será: “Você é favorável a uma Assembleia Constituinte e Soberana do Sistema Político?”. Se a maior parte das pessoas disser sim, abre-se o processo. Os organizadores estimam que de 10 milhões a 15 milhões vão participar. Haverá postos de votação em várias cidades.

Com essas assinaturas, a reivindicação chegará ao Congresso. E não serão deputados e senadores comuns que vão compor a Assembleia – por isso é chamada de exclusiva. O povo vai escolher parlamentares que terão a responsabilidade única de elaborar a reforma.

Assim que aprovada, a Assembleia vai debater as mudanças, com o povo acompanhando e pressionando.

A CUT é uma das entidades envolvidas na tarefa. Na sede da Central está funcionando a Secretaria Nacional Operativa do Plebiscito. Por todo o Brasil, já existem 300 comitês dedicados a essa bandeira, realizando cursos para formação de lideranças e divulgando a ideia.

Haverá uma plenária nacional nos dias 16 e 17 de maio, na Praça da República, capital paulista. Já existem mais de 160 entidades dos movimentos sociais envolvidas.

Nosso maior desafio é envolver as bases. Os sindicatos terão uma importância grande nesse trabalho que pode mudar o Brasil”, diz Lucas Pelissari, do Levante Popular da Juventude e um dos coordenadores da Secretaria Nacional Operativa. Para entrar em contato, use Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou www.facebook.com/plebiscitoconstituinte

7 de maio: Dia de Mobilização Nacional da CUT

A Central Única dos Trabalhadores convoca toda a militância CUTista para um Dia Nacional de Mobilização, neste 7 de maio.

Orientamos nossas Estaduais e Ramos que organizem atos nas capitais do País, em conjunto com os movimentos sociais, para darmos grande visibilidade a essa pauta unitária, em um momento decisivo de nossa história política.

Orientamos que nossas entidades divulguem amplamente a Campanha pelo Plebiscito junto às nossas bases, tanto pela imprensa sindical como em seus eventos políticos.

As informações dos Comitês nos Estados encontram-se disponíveis na internet pelo site www.plebiscitoconstituinte.org.br e www.facebook.com/plebiscitoconstituinte

 

CUT

 

 

Trabalho excessivo e precário é herança neoliberal de FHC, diz estudo da Unicamp

Apesar de a Constituição de 1988 trazer dispositivos para regulação do tempo de trabalho, na prática isso não acontece. Os brasileiros estão cada vez mais atrelados ao trabalho, fazem muitas horas extras e ainda levam tarefas para fazer em casa. Para complicar, a tendência é que essa prática se estenda a um número cada vez maior de profissionais, de diversas categorias, uma vez que o empresariado, em suas relações com os sindicatos, dão sinais claros de se esforçarem para criar mecanismos que transformem em hora de trabalho até mesmo momentos em que o trabalhador está em casa com a família.

De acordo com uma pesquisa do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas divulgada esta semana, as longas jornadas e o trabalho precário têm origem na política neoliberal adotada nos anos 1990, marcados pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A estabilidade do período de Luis Inácio Lula da Silva, que reduziu o desemprego e permitiu aos sindicatos lutarem pela redução da jornada, porém, foi insuficiente para atenuar as condições de trabalho dos brasileiros.

Para chegar a tais conclusões, o economista Eduardo Martins Ráo, autor da pesquisa, analisou microdados do período entre 1992 e 2009 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Segundo ele, entre 1992 a 1998, houve no Brasil o alongamento da jornada em todos os setores, ramos de atividade e ocupações. Enquanto a Alemanha, Austrália, Bélgica e Canadá tinham jornada abaixo de 1.800 horas por ano – aqui já superava  2.000 horas. Nos anos 1990, além de ampliada, começou a se flexibilizar. Era o surgimento de uma nova jornada.

De 1995 em diante, época de desemprego alto, a jornada continuou ampliada por mecanismos como ojust in time, a polivalência, os trabalhos em grupo, as metas de produção atreladas a PLR, o banco de horas, o trabalho a tempo parcial e aos domingos e feriados, a terceirização, a recomposição das escalas e turnos de revezamento, os sistemas de controle de qualidade e outros mecanismos mais sofisticados de controle do ritmo de trabalho.

Frente a altas taxas de desemprego, as centrais sindicais não conseguiam colocar em pauta a questão da redução da jornada na mesa de negociação  porque era preciso manter os postos de trabalho.

De 1999 a 2003, quando o desempenho da economia era baixo, 39,6% da população economicamente ativa declarou cumprir horas excepcionais. Com maior ajuste fiscal, o governo passou a fiscalizar mais e com isso houve aumento da formalização. A jornada se mantinha então dentro das normas legais.

A jornada começou a ser reduzida entre 2004 a 2009, com redução das horas extras de 38% para 31,8%, tornando-se mais padronizada, permanecendo assim dentro das normas constitucionais [44 horas semanais]. Para o pesquisador, a retomada do crescimento econômico criou mais empregos formais e aumentou da formalização das relações de trabalho. Ele constatou que alguns setores passaram a trabalhar menos, como os autônomos.

Apesar da redução, as empresas não perderam tempo e logo ampliaram mecanismos de flexibilização para manter seus empregados cada vez mais conectados ao trabalho, como metas a serem cumpridas ou de tarefas a serem feitas em casa. Os empresários trabalham agora para legalizar essas práticas para controlar o tempo do trabalhador.

Mesmo assim, a conjuntura atual levou à retomada da discussão, pelos trabalhadores, da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, com a consequente manutenção dos salários.

Em 2003, as centrais sindicais fizeram uma campanha nesse sentido, que chegou a ser transformada em projeto de lei, mas que não foi votado pelo Congresso. Ainda segundo o pesquisador, contribuem para uma discussão mais qualificada em torno da redução tanto da jornada quanto do tempo de trabalho.

Além disso, com boa parte da população economicamente ativa está estudando mais, é possível pensar em um mecanismo que estenda o período de formação dos jovens, que passariam a ingressar no mercado de trabalho um pouco mais tarde, entre 25 e 27 anos.

É possível também, conforme o economista, é possível pensar num modelo que retire as pessoas mais cedo do mercado de trabalho, embora essa medida seja um pouco mais complicada, em razão do impacto que causaria na Previdência Social. Entretanto, de acordo com o pesquisador, não se pode deixar de considerar que, em 20 anos, o país terá um número elevado de idosos. A questão é: melhor um grande número de idosos pobres trabalhando ou uma população idosa em uma posição mais confortável em termos de rendimento, que não trabalhe?

O economista reconhece que tal pensamento vai na contramão de um movimento em curso para ampliar o tempo de trabalho com vistas à aposentadoria. Há propostas, inclusive, de igualar o tempo de serviço das mulheres ao dos homens.  No Brasil, o indivíduo tem que trabalhar até os 65 anos de idade ou contribuir por 35 anos para poder se aposentar, o que é inviável num mercado de trabalho marcado pela alta rotatividade.

Ele defende que a questão da jornada e do tempo de trabalho seja atrelada à qualidade de vida, já que inúmeras pesquisas vêm demonstrando o crescimento das chamadas doenças ocupacionais. Ou seja, as condições e o ritmo do trabalho têm influenciado cada vez mais na saúde do trabalhador. Tais preocupações, presentes dentro dos sindicatos, devem ser expandidas para o conjunto da sociedade – o que não é fácil.

Rede Brasil Atual

Facebook