Nov 29, 2024

Petrobrás rescinde contrato com a Ecoglobal Ambiental e a Ecoglobal Overseas - empresas ligadas a ex-diretor

A Petrobras rescindiu contrato de R$ 443,8 milhões com a Ecoglobal Ambiental e a Ecoglobal Overseas, após a Polícia Federal (PF) levantar a suspeita de que as companhias têm ligações com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e com o doleiro Alberto Youssef. Ambos foram presos pela PF sob suspeita de integrarem um esquema de lavagem de dinheiro, desbaratado pela Operação Lava Jato, em 17 de março.
Em comunicado ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas decisões da operação, a companhia dá por cancelado, desde a quinta-feira passada, o vínculo com as duas empresas.

Oficialmente, a Ecoglobal é de propriedade do empresário Vladmir Magalhães da Silveira. Os investigadores, porém, dizem ter achado documentos que mostram a ligação da companhia da área ambiental com Costa e Youssef. A Polícia Federal sustenta que o ex-diretor da Petrobras era a ponte do doleiro com a estatal.

No documento em que anuncia a rescisão do contrato, a Petrobras justifica que a Ecoglobal feriu a "boa fé objetiva" e seu código de ética ao faltar "com os deveres de clareza, transparência e colaboração no que tange à sua composição societária". Além disso, alega que elas não terão meios de concluir o objeto do contrato, o que acarreta "transtornos operacionais" e, em consequência, "potenciais prejuízos financeiros".

Gaveta

O contrato foi firmado no ano passado para serviços como tratamento e descarte de água oleosa. Conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça, meses após a assinatura as empresas passaram às mãos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e do doleiro, o que evidencia fraude.

Durante as buscas da Lava Jato, a PF apreendeu um contrato segundo o qual 75% das cotas da Ecoglobal foram transferidas, em setembro de 2013, para três empresas, entre elas a Quality Holding Investimento, controlada por Youssef; e a Sunset Global, registrada em nome da filha e da mulher de Costa, segundo o inquérito.

— Uma das condições de aquisição das cotas da Ecoglobal era justamente a celebração de contrato com a Petrobras, no valor de R$ 443 milhões. Ou seja, a Ecoglobal tinha a receber esse valor, de um contrato com a Petrobras quando as empresas "investidoras" compraram 75% das cotas — afirma o MPF.

Conforme o inquérito, o negócio foi feito por valor bem mais baixo: R$ 18 milhões. A Polícia Federal abriu investigação específica para apurar as evidências de fraude na transação com a fornecedora da Petrobras. Procurados, os advogados de Costa e Youssef não responderam aos pedidos de entrevista. O representante oficial da Ecoglobal não foi localizado.

A operação

Costa e Youssef foram presos em março durante a Operação Lava Jato, da PF, suspeitos de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Costa chegou a ser liberado após 59 dias, mas voltou a ser preso na semana passada, quando a Justiça Federal foi avisada, pelo ministério público da Suíça, sobre bloqueios de contas bancárias ligadas ao ex-diretor no país europeu.

No dia anterior à sua segunda prisão, Costa prestou depoimento à CPI da Petrobras no Senado e negou as acusações que pesam contra ele.

Estadão Conteúdo

MP denuncia Odebrecht por trabalho escravo e tráfico internacional de pessoas

O Ministério Público do Trabalho (MPT) denunciou o grupo empresarial Odebrecht por, segundo o órgão, manter 500 trabalhadores brasileiros em condições análogas à escravidão na construção de uma usina em Angola.

De acordo com a ação, iniciada após uma reportagem da BBC Brasil revelar denúncias de maus tratos na obra, a construtora teria praticado ainda tráfico de pessoas no transporte de operários até a usina Biocom, na província de Malanje.

A denúncia, entregue na sexta-feira à Justiça do Trabalho de Araraquara (SP) pelo procurador Rafael de Araújo Gomes, pede que a Odebrecht pague uma indenização de R$ 500 milhões por danos coletivos aos trabalhadores. O procurador notificou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para que dirigentes da empresa e de suas subcontratadas respondam criminalmente.

A Odebrecht disse à BBC Brasil que só pronunciaria sobre o caso após ser notificada judicialmente. Normalmente, a notificação judicial ocorre alguns dias úteis após o Ministério Público protocolar a ação. Mas, com as interrupções de serviços públicos ocorridas por conta dos jogos da Copa do Mundo, esse prazo pode vir a ser ampliado.

Três empresas do grupo Odebrecht são rés na ação, que tem 178 páginas e envolveu extensa investigação: a Construtora Norberto Odebrecht (CNO), a Olex Importação e Exportação e a Odebrecht Agroindustrial (antiga ETH Bioenergia).

Passaportes retidos
Em dezembro de 2013, a BBC Brasil publicou uma reportagem em que operários diziam ter sido submetidos a maus tratos na construção da usina Biocom, entre 2011 e 2012. Dezenas de fotos e vídeos cedidos à reportagem mostravam o que seriam péssimas condições de higiene no alojamento e refeitório usados pelos trabalhadores.

Os trabalhadores afirmaram ainda que funcionários que trabalhavam na segurança da empresa impediam que eles deixassem o alojamento e que tinham seus passaportes retidos por superiores após o desembarque em Angola. De acordo com os operários, muitos adoeciam - alguns gravemente - em consequência das más condições, e pediam para voltar ao Brasil. Alguns dizem ter esperado semanas até conseguir embarcar.

Segundo a ação do Ministério Público do Trabalho, braço do Ministério Público da União, 'os trabalhadores, centenas deles, foram submetidos a condições degradantes de trabalho, incompatíveis com a dignidade humana, e tiveram sua liberdade cerceada, sendo podados em seu direito de ir e vir'.

Os funcionários, diz a denúncia, "foram tratados como escravos modernos, com o agravante de tal violência ter sido cometida enquanto se encontravam isolados em país estrangeiro distante, sem qualquer capacidade de resistência".

Após voltar ao Brasil, dezenas de operários entraram na Justiça contra a Odebrecht e suas subcontratadas na obra. A Justiça tem reconhecido que eles foram submetidos a condições degradantes e ordenado que sejam indenizados.

O MPT diz que, embora os trabalhadores não fossem empregados da Odebrecht, mas de empresas subcontratadas pela construtora – entre as quais a Planusi, a W Líder e a Pirâmide –, a responsabilidade pelas condições na obra era inteiramente da Odebrecht, conforme definido nos contratos entre as companhias.

Tráfico de pessoas
A denúncia lista uma série de ilegalidades que, segundo o MPT, teriam sido cometidas pela Odebrecht no envio dos trabalhadores a Angola. De acordo com o órgão, as empresas subordinadas à companhia recorreram a agenciadores ilegais ('gatos') para recrutar operários em diferentes regiões do país, especialmente no Nordeste. A prática, diz a denúncia, constitui crime de aliciamento.

Após o recrutamento, segundo a denúncia, ocorria outra irregularidade: em vez de solicitar à embaixada de Angola vistos de trabalho aos operários, a Odebrecht pedia vistos ordinários, que não dão o direito de trabalhar.

Para obter os vistos, segundo o MPT, a Odebrecht "desavergonhadamente mentiu à embaixada de Angola", dizendo que os operários viajariam ao país para "tratar de negócios" e permaneceriam ali menos de 30 dias (limite de estadia do visto ordinário). No entanto, diz a Procuradoria, as passagens aéreas compradas pela Odebrecht previam a volta dos trabalhadores em prazos bem superiores a 30 dias.

Segundo o MPT, a empresa recorreu ao esquema para "contar com trabalhadores precários e inteiramente submetidos a seu jugo, incapazes de reagir ou de reclamar das condições suportadas, impossibilitados de procurar outro emprego, e que sequer pudessem sair do canteiro de obras".

A prática, segundo o MPT, sujeitou os trabalhadores a graves riscos em Angola, inclusive o de prisão, e violou tratados internacionais contra o tráfico humano.

Ratificado pelo Brasil em 2004, o Protocolo de Palermo engloba, entre as definições para a atividade de tráfico, o recrutamento e transporte de pessoas mediante fraude ou engano para fins de exploração em "práticas similares à escravatura".

Dinheiro público
Segundo a investigação do MPT, contratos celebrados entre a Odebrecht e suas subordinadas na obra mencionam que haveria empréstimos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) à construção. O BNDES, porém, disse à BBC Brasil que jamais financiou a obra.

Em junho de 2012, o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior decretou sigilo sobre todas as operações de crédito do BNDES a Angola e Cuba.

Entre 2006 e 2012, quando os dados ainda eram públicos, o BNDES destinou US$ 3,2 bilhões (R$ 7,2 bilhões) a obras de empresas brasileiras em Angola. A Odebrecht, maior construtora brasileira e maior empregadora privada de Angola, onde opera desde 1984, abocanhou a metade desses financiamentos.

'Círculo íntimo'
Primeira indústria de açúcar, eletricidade e etanol de Angola, a Biocom é uma sociedade entre a Odebrecht, a estatal angolana Sonangol e a empresa Cochan. Segundo o jornal português Público, o dono da Cochan é o general angolano Leopoldino Fragoso do Nascimento, um dos homens mais próximos do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.

A usina, que custou cerca de R$ 1 bilhão, deve ser inaugurada até o fim deste ano.

Embora a Biocom tenha sócios angolanos, o MPT diz que, desde 2012, a Odebrecht tornou-se sócia majoritária da usina e "passou a administrá-la como dona". Segundo o órgão, ao se associar à Cochan, a Odebrecht buscou contemplar o "círculo íntimo" do presidente angolano no empreendimento e mascarar que a usina, anunciada à população local como angolana, é na verdade brasileira.

Como punição pelos atos, a Procuradoria pede que a Odebrecht seja multada caso mantenha práticas ilícitas, indenize os trabalhadores afetados em R$ 500 milhões e deixe de receber empréstimos de bancos públicos. A ação pede ainda que a companhia pague multa no valor de 0,1% a 20% do seu faturamento anual.

Segundo o MPT, o caso requer "uma punição absolutamente exemplar", para que a companhia não se sinta encorajada "a repetir as mesmas condutas no futuro".

g1

Abertas as inscrições para os MBAs, Pós-MBA e Especializações na Unisinos

Associados do Sindipetro-RS têm desconto na mensalidade

 

Estão abertas as inscrições para os MBAs, Pós-MBA e Especializações na Unisinos. A universidade está oferecendo desconto aqueles que efetuarem as inscrições até o dia 30 de julho.

 

Qual a diferença?

 

A Unisinos possui cursos voltados para grandes profissionais que planejam suas carreiras buscando o equilíbrio entre sucesso profissional e pessoal, em cursos de alta qualidade.

 

O MBA (Master of Business Administration) é uma pós-graduação lato senso que tem como foco a administração de negócios. O curso forma executivos nas diversas áreas administrativas e contribui para o aperfeiçoamento de profissionais que já estão no mercado de trabalho.

 

O Pós-MBA da Unisinos é um curso voltado para quem já tem um MBA, e caracteriza-se pela curta duração e o alto desempenho na formação de gestores de empresas nacionais e internacionais.

 

O MBE (Master of Business Engineering) é voltado para área de Engenharia, focado em modelagem e melhoria dos processos produtivos com o objetivo de alavancar a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços.

 

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Todos os cursos são autorizados e certificados pelo Ministério da Educação e permitem a realização de pós-graduação.

 

Mais informações você encontra aqui.

 

 

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