Nov 28, 2024

Desinvestimento é privatização! Não aceitaremos retrocessos!

No momento em que trabalhadores e movimentos sociais colocam na rua uma campanha nacional em defesa da Petrobrás, o governo escolhe o caminho oposto e anuncia um “plano de desinvestimento” para se desfazer de ativos valiosos da estatal, como  termoelétricas  e campos de produção. Ou seja, em vez de fortalecer a Petrobrás e enfrentar os ataques que a empresa sofre, ampliando ou pelo menos mantendo seus investimentos no Brasil, o governo cede novamente ao mercado e aceita entregar parte da companhia de bandeja às multinacionais.

Para a FUP e seus sindicatos, isso é privatização, uma agenda da direita neoliberal que derrotamos nas urnas. Não aceitaremos que um governo popular, eleito com apoio da classe trabalhadora e dos movimentos sociais, aplique na Petrobrás o mesmo receituário dos anos 90, contra o qual tanto lutamos. Os petroleiros lutarão contra o retrocessos e intensificarão a campanha em defesa da Petrobrás.

Agenda tucana

O anúncio do tal “plano de desinvestimento” aconteceu logo após o senador José Serra (PSDB/SP) ter afirmado em entrevista que o governo deveria vender parte da Petrobrás  ao setor privado. Parece até que os “conselheiros” da presidenta Dilma estão fazendo o jogo da oposição. O tucano chegou a citar ativos dos quais se livraria, como, por exemplo, as termoelétricas e plantas de fertilizantes. E pelo jeito, há setores do  governo que comungam das mesmas ideias.

Além de estar na contramão de tudo o que os trabalhadores defendem para a Petrobrás, a venda de ativos da empresa no Brasil só fortalece a tese dos que defendem a sua privatização, como José Serra, que acredita que a estatal “tem que ser enxugada para sobreviver”.

É um terrível equívoco, por exemplo, a Petrobrás se desfazer das termoelétricas, que têm sido tão fundamentais no combate à  crise energética. Além disso, ao privatizar ativos que têm sido importantes para a geração de empregos e renda no país, o governo coloca em xeque o projeto desenvolvimentista e de conteúdo nacional.

Mais do que nunca, é fundamental que os trabalhadores ocupem as ruas no próximo dia 13, em defesa da Petrobrás e do Brasil.

Fonte: FUP

Câmara vira as costas ao trabalhador e aprova terceirização em atividade-fim

Na noite desta quarta-feira (22), a Câmara dos Deputados, sob o comando de seu presidente, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apunhalou os trabalhadores e suas conquistas históricas aprovando a emenda que autoria a terceirização em atividade-fim nas empresas do País.

Ao todo, 230 deputados votaram favoráveis à emenda e 203 contra. A proposta foi apresentada pelo relator do projeto, o deputado federal Arthur Maia (SD-BA). O PT apresentou um proposta que contrariava essa emenda, mas ela não foi apreciada.

Além da terceirização em atividade-fim, a Câmara também aprovou a emenda que reduz de 24 para 12 meses, a quarentena que o ex-funcionário de uma empresa deve cumprir para que possa prestar serviços por meio de uma terceirizada.

“A luta não acaba com a votação na Câmara, o projeto ainda passará no Senado. Nós estaremos na rua e teremos um 1º de maio de luta. Vamos ampliar as mobilizações, fazer novos dias de paralisações e, se necessário, uma greve geral para barrar esse ataque nefasto e criminoso aos direitos da classe trabalhadora brasileira”, declarou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Para a secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, o caminho deve ser uma greve geral para contestar a aprovação do PL 4330 na Câmara dos Deputados.

“Nós nos deparamos com uma aberração no Parlamento. Não tem espaço para o debate e não tem acesso dos trabalhadores para discutir com os parlamentares. Se discute a matéria e no outro dia se volta tudo atrás. A partir de amanhã, vamos intensificar as mobilizações. Vamos fazer um 1º de maio forte e aglutinar forças para uma greve geral”, afirmou Graça.

O povo fora da Casa

Desde às 14h desta quarta-feira (22), trabalhadores concentraram à frente do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, aguardando uma liberação para que acompanhassem a votação do PL 4330. Porém, autoritariamente e sem qualquer motivo, o presidente da Casa proibiu que o povo estivesse no local.

“Isso aqui é a Casa do povo, não é a Casa do Cunha”, discursava Vagner Freitas, após a última de inúmeras tentativas de acessar as galerias da Câmara. “É um absurdo o que está sendo feito, isso me lembra a ditadura militar, Eduardo Cunha é um ditador”, afirmou a deputada federal Moema Gramacho (PT-BA).  

Leia mais:

Veja quais deputados votaram a favor da emenda aglutinativa

Fonte: CUT

Com balanço, Petrobras mostra 'capacidade de superação', diz presidente

Ao divulgar na noite de hoje (22) o seu balanço com os resultados de 2014, a Petrobras mostra "capacidade de superação de desafios em um contexto adverso", afirma o presidente da companhia, Aldemir Bendine. A empresa teve prejuízo de R$ 21,587 bilhões no ano passado, após registrar lucro líquido de R$ 23,570 bilhões em 2013. Segundo a Petrobras, parte desse resultado, ou R$ 6,194 bilhões, deve-se à Operação Lava Jato. O valor foi estimado por meio de uma metodologia desenvolvida pela estatal para calcular o valor total do que chama de "esquema de pagamentos indevidos".

As denúncias de corrupção atrasaram a liberação do balanço. O executivo falou em "sentimento de vergonha" por causa dos "malfeitos" – e fez um pedido público de desculpas em nome dos empregados da Petrobras.

Bendine acredita que a partir de agora a empresa volta a garantir credibilidade. "Este exercício (divulgação dos resultados) me trouxe ainda mais confiança de que iremos responder às questões estratégicas que nos defrontam", diz o presidente da Petrobras. De acordo com o balanço, o principal fator do prejuízo em 2014 foi a perda por desvalorização de ativos (impairment, na expressão em inglês), que totalizou R$ 44,6 bilhões no ano.

O prejuízo concentrou-se no quarto trimestre: R$ 26,6 bilhões. Na atividade de Exploração e Produção (E&P), o impairment foi de R$ 10 bilhões e, segundo a empresa, "ocorreu em função do declínio dos preços do petróleo".

A Petrobras reservou longo espaço para tratar dos efeitos da Operação Lava Jato – e lembrou que os envolvidos não trabalham há três anos na empresa. "De acordo com depoimentos obtidos no âmbito de investigações criminais brasileiras, que se tornaram públicos a partir de outubro de 2014, altos executivos da Petrobras entraram em conluio com empreiteiras, fornecedores e outros envolvidos para estabelecer um cartelque, entre 2004 e abril de 2012, sistematicamente impôs gastos adicionais nas compras de ativos imobilizados pela companhia. Dois ex-diretores da companhia e um ex-gerente executivo, que não trabalham para a Petrobras desde abril de 2012, estavam envolvidos nesse esquema de pagamentos indevidos e serão tratados a seguir como 'ex-empregados da Petrobras'." Dos quase R$ 6,2 bilhões, pouco mais da metade (R$ 3,3 bilhões) foi da área de Abastecimento, que esteve sob o comando do ex-diretor Paulo Roberto Costa.

A empresa disse que não consegue identificar, especificamente, os gastos adicionais nos valores desses contratos com empreiteiras e fornecedores, ou os períodos em que isso ocorreu, e por isso desenvolveu uma metodologia para estimar o valor total no "esquema de pagamentos indevidos". Ao afirmar que "considerou cuidadosamente todas as informações disponíveis", a Petrobras diz não acreditar que novas informações referentes a investigações (externas ou interna) mudem "de forma revelante" essa metodologia. Mesmo assim, continuará monitorando continuamente as investigações "e avaliará seu potencial impacto sobre os ajustes realizados".

Ainda em relação às investigações, a Petrobras lembrou que formou várias comissões internas de apuração, contratou dois escritórios independentes de advocacia e tem "cooperado totalmente" com as autoridades, citando Polícia Federal, Ministério Público Federal, Poder Judiciário, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União.

A receita de vendas cresceu 11% em relação a 2013, atingindo R$ 337,260 bilhões. Os investimentos somaram R$ 87,140 bilhões, queda de 17%. A produção de petróleo e gás natural, incluindo Brasil e exterior, aumentou 5%, atingindo a média de 2,669 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). No refino, a produção de derivados foi de 2,170 milhões de barris por dia (bpd), aumento de 2%.

O presidente da Petrobras informou ainda que a companhia está revendo seus investimentos, com o objetivo de priorizar a área de exploração e produção de petróleo e gás, "nosso segmento mais rentável". A empresa também prepara um novo plano de negócios, "no qual incorporaremos premissas econômicas que refletem o cenário atualmente vivenciado pela indústria do petróleo".

Fonte: Rede Brasil Atual

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