Nov 27, 2024

PROCOP mostra resultados: feridos na Reman, explosões na Repar e Reduc, vazamento na Regap

Após um ano de implementação, o Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop), que reduz os investimentos em manutenção de equipamentos e contratação de trabalhadores do Sistema Petrobrás, mostra resultado e confirma as denúncias feitas pela FUP e seus sindicatos, sobre o risco de acidentes que este programa representa às unidades de refino da empresa. Em menos de uma semana, a FUP foi informada sobre ocorrências gravíssimas na Reman, em Manaus, na Repar, no Paraná, na Regap, em Minas Gerais e, na Reduc, em Duque de Caxias.

Na noite de domingo, 01 de dezembro, uma unidade da REMAN foi atingida por forte explosão seguida de incêndio. O acidente que ainda não teve suas causas explicadas, deixou três trabalhadores feridos. O técnico de operação da Petrobrás, Hideki Konasugawa, que sofreu queimaduras em 34% do corpo, foi encaminhado em estado grave pro Hospital da Força Aérea, no Rio de Janeiro. O outro trabalhador, Igo Martins, que teve 23% do corpo queimado, continua internado, em Manaus. O terceiro trabalhador afetado pelo acidente, também técnico de operação, sofreu queimaduras leves e foi liberado do hospital logo após o pronto atendimento. O Sindipetro-AM ainda está apurando as causas do acidente, que ocorreu na Unidade de Craqueamento Catalítico (UFCC), durante a parada para manutenção.

Na semana anterior, na Repar, houve o rompimento de uma tubulação nas proximidades da bomba de carga, para a Unidade de Destilação da refinaria, causando grande explosão. O acidente ocorreu na quinta-feira, 28, por volta das 22h30 e o incêndio só foi controlado por volta da zero de sexta. Apesar da grande proporção do acidente, não houve registro de trabalhadores feridos, porém, o calor do fogo causou danos estruturais à refinaria, chegando a entortar vigas de sustentação de equipamentos e dutos. A explosão também ocasionou um vazamento de grande quantidade de óleo para as canaletas de águas pluviais, chegando à Unidade de Tratamento de Descartes Industriais e, causando o risco de contaminação do Rio Barigui,segundo informações do Sindipetro PR/SC.

Na Reduc, o acidente ocorreu na última semana de novembro, causado por diversas falhas de um compressor, que após ter levado a U-1720 à parada de produção, devido a uma sobrecarga elétrica, não teve os reparos necessários, fato que causou explosão na unidade. O acidente quase causou a morte de um trabalhador, que foi atingido por pedaços do compressor. No dia 1 de dezembro, a U–1540, também na Reduc, houve outra explosão causada por problemas no compressor. A unidade encontra-se parada e o Sindipetro Caxias já está participando de um Grupo de Trabalho que analisa o acidente.

Na Regap, a insegurança também deu indícios nesta terça-feira, 03, quando um trabalhador sentiu forte cheiro de H2s e, acionou a equipe de SMS da refinaria, que constatou o vazamento de gás na U-108. A interdição foi feita e, toda a produção próxima ao local, paralisada. O Sindipetro-MG já está participando da comissão de investigação das causas do vazamento.

Assim como em outros períodos, este tipo de política de gestão foi implementada na Petrobrás, com nomes diferentes, mas causando os mesmos efeitos e estragos no dia a dia dos trabalhadores. A FUP e seus sindicatos continuarão insistindo na luta pela manutenção dos investimentos nas áreas operacionais da Petrobrás e, denunciando os riscos que os petroleiros  estão submetidos, devido à redução do custo de manutenção, inspeção, redução de efetivos e postergação de serviços importantes.

FUP se reúne com diretoria de abastecimento da Petrobrás

Nesta sexta-feira, 05, a FUP se reuniu com o diretor de abastecimento da Petrobrás, Concenza, com o diretor executivo de refino e os gerentes gerais da Repar e da Reman, na sede da Petrobrás no Rio de Janeiro, para expor a preocupação da Federação e seus sindicatos sobre o clima de insegurança no setor de abastecimento da empresa, principalmente pelo agravante da presença de gestões de SMS autoritária e, dos desvios ocorridos em função da implementação de programas como o Mobiliza e Procop.

Ao final da reunião, foram definidos os seguintes encaminhamentos:

1 – Análise ampla dos acidentes, considerando questões específicas e estruturais

2 – Após a divulgação do balanço do Mobiliza pelo RH corporativo (já cobrado anteriormente pela FUP), será discutido o balanço específico do abastecimento e suas consequências.

3 - Implementação de medidas que busquem definir a questão da negociação do efetivo da Repar

4 -  Formulação de um fórum de SMS específico de abastecimento.

SONHO QUE ESTÁ QUASE VIRANDO REALIDADE

Por anos os trabalhadores das empresas estatais lutaram para que pudessem ser representados nos Conselhos de Administração das empresas do governo, eram negativas atrás de negativas até que o Presidente LULA no dia 28-12-2010, perto do fim de seu mandato promulgou a Lei 12.353, que dá direito aos trabalhadores elegerem um representante para ocupar uma cadeira no órgão máximo das empresas estatais.
Da comemoração inicial a uma certa perplexidade foi um pulo. A tão esperada Lei restringia a participação do Conselheiro eleito nas discussões e votações das questões relativas ao dia a dia dos trabalhadores, tais como remuneração, previdência e relações sindicais, por configurar na visão dos legisladores um tal de conflito de interesses.
Em uma primeira avaliação vem logo a pergunta: como que um presidente oriundo do movimento sindical dá uma mancada destas?
A resposta é rápida para quem conhece o Presidente Lula. Lembram quando ele disse que era para os trabalhadores disputarem o governo, pois os empresários iram disputar também? Pois então, o que ele quis sinalizar para nós trabalhadores é que tínhamos que lutar para garantir a participação plena nas reuniões dos Conselhos.
Compromisso de campanha, mesmo antes de tomar posse já comecei a trabalhar para a mudança da Lei, com a supressão do parágrafo 3º do artigo 2º, fui até o presidente da Câmara o deputado Henrique Alves e a deputada Fátima Bezerra cobrou a nossa briga, encaminhou o projeto e ainda tivemos a capacidade de aglutinar os Conselheiros de outras estatais (BB, BNDES, Eletrobrás e BR Distribuidora) para somar forças conosco na busca de aprovação do PL 6051.
Em 27-11-2013 o nosso projeto foi aprovado por unanimidade na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, sem ter sequer nenhum adendo e fazendo referências importantes para os próximos passos , tais como o voto do relator, Deputado Isaias Silvestre que diz:
“Em determinada passagem da justificativa do projeto, argumenta-se que o
dispositivo legal a ser revogado impõe suspeita injustificada sobre a imparcialidade
do conselheiro eleito pelos trabalhadores, quando se trata de apreciar matéria de
interesse destes.
Ocorre, contudo, que sequer faz sentido resultado contrário, porque não é
outra a finalidade de um representante dos empregados em órgão dessa natureza,
cuja contribuição sem dúvida se fará com o necessário indispensável contágio dos
pontos de vista daqueles que o indicaram para o posto.
Nesse sentido, não se deve exigir do representante dos empregados que
se pronuncie contra as postulações de quem o sufragou ou impedi-lo de participar
da respectiva deliberação. Em muitos casos, seus argumentos em favor dos
trabalhadores convencerão os demais membros do órgão, em outros não, mas
será sempre fundamental e democrática sua participação no processo.
São esses os motivos pelos quais se vota pela aprovação integral do
projeto sob apreço.
Diante do exposto, opinamos pela aprovação do Projeto de Lei n°. 6.051
de 2013”. 

O projeto agora está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e tem como relator o Deputado Ricardo Berzoini.
Não tenho dúvidas em afirmar que todos os assuntos tratados no Conselho de Administração da Petrobrás e demais empresas são de grande interesse dos trabalhadores , no entanto impedir a nossa participação em discussões do mundo do trabalho é uma discriminação e que estamos muito próximos de acabar com isso.
Vamos continuar sonhado, pois sonho que se sonha junto vira realidade.

Blog Zé Maria no CA

Sindipetro-RS: 50 anos de história

Nesta sexta-feira, 06 dezembro, o Sindipetro-RS comemora 50 anos de luta, resistência e vitória. Os petroleiros gaúchos serão homenageados com uma grande festa, que reunirá antigas e atuais gerações de trabalhadores. O Jantar-Baile acontece no CEPE, em Canoas, a partir das 20h30min.

O Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul foi fundado no dia 06 de dezembro de 1963, sucedendo a então Associação dos Empregados da Petrobrás no Estado do Rio Grande do Sul (A.E.P.E.R.G.S). A Associação estava localizada nas dependências da obra da Refap: um galpão de madeira, onde funcionava parte do escritório do grupo de construção do Terminal Almirante Soares Dutra, o TEDUT. Entre 1965 a 1980, o Sindipetro-RS, então chamado de Sindipetrosul, ficou localizado no Centro de Porto Alegre, respectivamente, nas ruas Doutor Flores e Voluntários da Pátria, onde em 1981, foi comprada a atual Sede, localizada no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.

A luta da categoria petroleira, iniciada logo após a criação da Petrobrás, em 1953, foi marcada pela Ditadura Militar, com petroleiros perseguidos, intimados e mobilizações proibidas. Foi uma luta pela democratização no país, ganhando como forte aliado a reposição do movimento sindical e social na década de 80. A resistência ao neoliberalismo, greves, atos contra a privatização da Petrobrás e contra leilões fazem parte da memória dos petroleiros e da história do Brasil.

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