Nov 28, 2024

A 'vergonha' faz Ronaldo esquecer seu lado 'Macunaíma'

A dias da abertura da Copa do Mundo no Brasil, o ex-jogador Ronaldo Nazário, um dos dirigentes do Comitê Organizador Local, deu declarações desastradas sobre o evento e sobretudo sobre o país. Se ainda estivesse na ativa, teria sido como chutar um pênalti para fora.

Não foi a declaração de voto e até quem sabe de compor um eventual governo de Aécio Neves (PSDB-MG) que está em questão: pois isso qualquer cidadão tem o direito de escolher e declarar. O desastre foi falar que "sentia vergonha" do Brasil por atrasos em obras da Copa.

Claro que quanto antes qualquer obra ficar pronta, é sempre melhor e mais confortável, mas a Copa tem data certa para começar e, desde que fique pronta no limite, não compromete o evento. É um atraso dentro do tolerável, e isso pode ser motivo para algum estresse, mas não é para vergonha.

Primeiro porque outros países que já sediaram o evento também tiveram seus atrasos. Não é exclusividade do Brasil. Segundo, porque nada disso que ocorre nos bastidores tira o brilho do evento principal. É como espetáculos teatrais, onde a estreia bem-sucedida é o que interessa, pouco importando os percalços ocorridos nos ensaios. É como se diz no próprio futebol: treino é treino, e jogo é jogo.

É até pouco inteligente, para uma pessoa que tem sua imagem profissional ligada ao futebol como Ronaldo, dar destaque a aspectos negativos da preparação, em vez de se valorizar o próprio evento em si. E é fraqueza se deixar abater com o que o ocorre nos ensaios, nos preparativos.

Óbvio que um país-sede tem de cumprir os compromissos de ter os estádios adequados, uma infraestrutura de comunicação e segurança que suporte as necessidades, e estrutura de hospedagem e de transporte suficientes, e tudo isso o Brasil teve a tempo. Fora isso, cada país tem suas características e sua cultura, e não há nada do que se envergonhar.

Ronaldo deveria liberar um pouco mais o Macunaíma que existe dentro dele e da alma brasileira, e ver que o Brasil interessante é aquele que reafirma sua identidade, em vez de apenas imitar padrões estrangeiros. Foi assim na Semana de Arte Moderna, no surgimento do Cinema Novo e da Bossa Nova, é assim em comemorações populares como carnaval e as festas juninas e assim é também no próprio estilo do futebol brasileiro, chamado pelo mundo de futebol arte.

Cerca de 18 mil jornalistas virão cobrir a Copa. Poucos chatos estarão interessados em procurar uma goteira em aeroporto, ou no "making off" de Jérôme Valcke, ou nas lamúrias de colunistas de jornais brasileiros que Ronaldo repete. Além da cobertura esportiva, estarão interessados nas características do país, do povo, da cultura, das diferenças, do modo de vida, da culinária.

Encontrarão um país democrático, vibrante, onde as manifestações são livres, onde qualquer grupo pode protestar pelos mais diversos motivos. Até contra a Copa. Com um povo diverso, desigual no dia a dia, mas misturado na hora da festa nas ruas, como ocorre todo ano no carnaval.

Sem qualquer ufanismo, as cidades sedes proporcionam muito o que fazer para o turista e rende boas matérias para qualquer correspondente estrangeiro. Convenhamos, o Brasil tem atrativos bem mais interessantes do que têm a Coréia e o Japão, e há por aqui muito mais diversidades do que na Alemanha. Tem tudo para ser uma Copa inesquecível e que a expectativa se concretize é coisa que também está sob nossa responsabilidade.

É este lado da Copa que Ronaldo deveria estar olhando. Senão por virtude, por esperteza, afinal ele ganha a vida sendo garoto propaganda e empresariando promoções esportivas

Rede Brasil Atual

 

Frente Parlamentar em defesa da Reforma Política apresentará moção para STF

Na quarta-feira, 29, aconteceu a reunião de trabalho da Frente Parlamentar em Defesa do Plebiscito Popular da Reforma Política. A pauta do encontro o pedido de vistas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes durante a votação da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4650. Ao final do encontro, foi acertado que a Frente irá criar uma moção para apresentar ao STF solicitando a continuidade da votação.

A ADI 4650, ajuizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Supremo Tribunal Federal (STF) pede que sejam declarados inconstitucionais dispositivos da legislação eleitoral – Leis 9.096/95 e 9.504/97 – que autorizam doações de empresas a candidatos e a partidos políticos.

Segundo deputada estadual Stela Farias (PT), que presidiu a reunião, a Frente Parlamentar está atuando no sentido de apurar o processo, já que ele foi homologado pela OAB ainda em 2011. “Dos 11 ministros do STF, seis já se mostraram favoráveis a decisão. Cabe ao ministro Gilmar Medes desengavetar esse processo, que servirá muito a democracia do nosso país. O financiamento de campanhas eleitorais por empresas tem criado profundas distorções na representação parlamentar, possibilitando a eleição daqueles que tem maior acesso a doações privadas. Por isto mais de 70% dos parlamentares são empresários ou representantes do agronegócio”, frisou.

Já o deputado Raul Pont (PT) declarou que é evidente que as grandes empresas, as grande empreiteiras e os bancos não sustentam as campanhas de graça. “Interessadas em licitações e obras públicas, de olho na especulação financeira e imobiliária, em busca de grandes contratos de fornecimento, essas empresas buscam no financiamento fortalecer o lobbysmo no Congresso, o tráfico de influência no governo e até mesmo privilégios nas licitações públicas”, apontou.

Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo é preciso convocar a Federações e sindicatos filiados para criarem comitês em suas entidades para pressionar o STF. “Vamos pressionar o Ministro Gilmar Mendes e fortalecer o debate e a campanha pela Reforma Política”, afirmou Nespolo.

A procuradora do Estado e representante da OAB-RS, Fabiana Barth, lembrou que a função da instituição não é atropelar os trâmites legais. “Diante da imobilidade do congresso para realizar uma reforma política o STF tem como dever ouvir o clamor da sociedade pela reforma política. Precisamos de um movimento popular para que entenda a questão. Na verdade estamos em uma crise de representação. A ADI tem o objetivo de fortalecer a democracia”, finalizou.

Também participaram do encontro representantes da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Câmara de Vereadores de Alvorada, do Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Rio Grande do Sul (Sintec) e das secretarias estaduais de Desenvolvimento Rural (SDR) e do Esporte e Lazer (SEL).

Por: CUT-RS com assessoria de imprensa da deputada Stela Farias

Ao atacar a Petrobrás, oposição joga contra a necessária expansão da indústria brasileira

Assim como os bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa à frente – tiveram importante papel para o País enfrentar a crise econômica internacional que eclodiu em 2008, a Petrobrás tem de entrar em cena mais firmemente para alavancar o parque industrial que, neste momento, enfrenta dificuldades para ampliar sua produção.

 

“Mas a irresponsabilidade dessa direita hipócrita pode não só retardar esse movimento, como inviabilizar a empresa”, atacou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, dando o tom da manifestação realizada no final da manhã desta terça-feira, diante do prédio da Petrobrás localizado na Avenida Paulista, São Paulo.

 

A manifestação tinha por objetivo reforçar o posicionamento da CUT e dos movimentos sociais contra a tentativa da oposição de desgastar a empresa por intermédio de encenação política via CPI. “Há mecanismos de fiscalização e punição, se necessário, como a Controladoria Geral da União e a Polícia Federal. Mas querer uma CPI é pura manobra motivada pelo calendário eleitoral”, completou Vagner.

 

Mas o presidente da CUT também criticou a direção da empresa por não estar inteiramente dedicada a consumir produtos de conteúdo local, em referência a recente abertura de licitação para compra de uma plataforma em Cingapura. "A Petrobrás tem de priorizar a geração de empregos para brasileiros", disse.

 

A manifestação reuniu aproximadamente 500 representantes de sindicatos de diferentes categorias – e não somente petroleiros – filiados a CUT, CTB e CGTB, do MST, movimento estudantil e MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens).

 

“A Petrobrás, através de suas compras, movimenta uma cadeia extensa do setor industrial, desde o ramo químico, a metalurgia, a construção civil, enfim, toda a cadeia. Portanto, este ato aqui na Paulista é um ato pela Petrobrás, mas é também um ato em defesa da produção nacional”, comentou Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.

 

Próximo ao local da manifestação, na mesma avenida, a CUT havia debatido ao longo da manhã, em seu Encontro do Macrossetor Indústria, propostas dos trabalhadores para aperfeiçoar a produção industrial brasileira e assim manter e criar empregos de qualidade. O encontro foi reiniciado à tarde.

 

O coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros) João Antonio de Moraes, em seu discurso, lembrou que essa luta política data de antes mesmo da perfuração do primeiro poço de petróleo no Brasil, em 1938. “E notem que os setores que tentam inviabilizar o desenvolvimento do setor energético são sempre os mesmos, apenas com diferença de nomenclatura em função das épocas. Mas estão sempre lá a imprensa monopolizada e setores oligárquicos que acreditam ser melhor remeter lucros ao exterior”.

 

O ato político também teve apresentação musical do trio de forro Agrestino.

 

CUT

 

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