Nov 28, 2024

14ª Plenária da CUT-RS encerra aprovando resoluções e plano de lutas para o próximo período

Durante todo o sábado de debates, foram tiradas posições que irão balizar as ações da entidade e as lutas da classe trabalhadora

Debates sobre a conjuntura nacional e estadual, aprovação de resoluções e eleição de delegados (as) para a Plenária Nacional marcaram o segundo dia da 14ª Plenária Estatutária da CUT-RS, no sábado, 24. Na parte da manhã, integrantes das correntes que compõem a direção da CUT-RS, fizeram a apresentação de suas teses.

Defender as reformas estruturais e assumir um compromisso com mudanças mais efetivas foram apontadas pela Articulação de Esquerda, como fundamentais para o Brasil. “Aqui no Rio Grande do Sul, também temos os nossos gargalos, por isso o protagonismo e unidade da CUT é importante para fortalecer esse enfrentamento”, disse Luiz Veronezi.

Representante da CUT Socialista e Democrática, Rosane Silva lembrou os avanços do governo Lula e Dilma e destacou a conquista do salário mínimo. Mas criticou a morosidade de outras pautas da classe trabalhadora, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o fim do fator previdenciário. Já Dary Beck Filho afirmou que não podemos retroceder nas eleições de outubro. “Cabe aos movimentos sociais e sindical construir as condições para os governos operarem as demandas da classe trabalhadora”, acredita.

“As crises que estamos vendo nos países vizinhos, logo chegará aqui e quem paga a conta nestes momentos são os trabalhadores. Por isso, a CUT tem que ser combativa e enfrentar os governos”, defendeu Elton Lima, que falou pela CUT Pode Mais. Após, Alberto Ledur lembrou a unidade da classe trabalhadora que enfrentou os ataques no governo Yeda. Ledur também citou a greve dos rodoviários de Porto Alegre, que aconteceu em fevereiro deste ano, como exemplo de manifestação bem sucedida e de unidade entre a categoria. “Precisamos ter esses exemplos como horizonte para fortalecer o movimento.”

Pela Articulação Sindical, Amarildo Cenci e Mara Feltes ressaltaram o momento de disputa de projeto vivido em ano eleitoral,  a necessidade de combater as desigualdades sociais, a importância de não retroceder nas conquistas da classe trabalhadora e o papel do sindicalismo na sociedade. “Sindicato tem que sentar e negociar. Não podemos culpar os governos pela nossa incompetência”, declarou Mara Feltes.

Por último, representando O Trabalho, Marcelo Carlini, falou da ofensiva que os trabalhadores sofrem ao redor do mundo, com ataques de governos de extrema direita, trabalho precário e pagando a conta da crise financeira. “Mais do que nunca, precisamos defender a nossa Central, não só na sociedade, mas nos nossos sindicatos”, afirmou Carlini.

Após as intervenções da plenária, os dirigentes apresentaram as resoluções que foram à votação. Apoio a reeleição de Dilma e Tarso, a demarcação de terras indígenas e o Plebiscito Popular pela Reforma Política foram os principais temas dos documentos.

Teatro

No final da manhã, os delegados prestigiaram a estreia da esquete, “Cálice – Uma peça que censura nenhuma vai cortar”, do grupo Teatro Geração Bugiganga (TGB). A apresentação de 20 minutos é um recorte da peça que aborda o duro período de ditadura no Brasil.

“Muitos acreditam que nada aconteceu, outros tantos não viram nada acontecer, mas muitos companheiros tombaram, muitas vozes foram silenciadas, muitas famílias estão órfãs de qualquer tipo de informação até hoje”, disse o diretor do TGB, Marcelo Schneider.

O grupo foi fundado em 1993, na cidade de São Leopoldo e tem uma forte atuação no movimento sindical.

Recomposição da direção

Na parte da tarde, o plano de lutas da CUT-RS foi à votação. “Precisamos ter clareza no plano de lutas, pois a partir de segunda-feira, ele irá balizar as ações da nossa entidade”, disse o presidente da Central.

Os novos integrantes da direção também foram apresentados. Marco Leal é novo secretário de Juventude, Isis Garcia Marques assume a secretaria de Mulheres e Jorge Elio de Oliveira, a secretaria de Combate ao Racismo. Juberlei Bacelo passa a integrar a direção estadual e Alceu Weber, a suplência do Conselho Fiscal.

Por último, foi eleita a delegação gaúcha que participará da Plenária Nacional da CUT, de 28 de julho à 1º de agosto, em São Paulo. A atividade encerrou ao som do hino da Internacional Socialista.

“Sei que vamos embora daqui melhor do que entramos, com instrumentos para nortear as nossas lutas e unidade. Terminamos com o hino da Internacional por todo o seu simbolismo e com a certeza de que a luta continua”, finalizou Nespolo.

285 delegados participaram da 14ª Plenária Estatutária da CUT-RS. Destes, 116 são mulheres e 169, homens.

Reuniões sobre os efetivos começam nessa segunda segunda-feira, 26

Reunião começa hoje, às 17h, na Delegacia de Canoas

 

O Sindipetro-RS inicia nessa segunda-feira, 26 de maio, a série de reuniões com os trabalhadores da Destilação e Hidrorrefino. O objetivo é debater a situação dos efetivos nas novas unidades que entrarão em operação.  A data da partida da nova unidade está se aproximando e, até o momento, a Empresa decidiu se silenciar em relação a isso, gerando desconforto e preocupação entre os trabalhadores.

As resoluções  serão encaminhadas à Refap. Portanto, é fundamental a participação dos trabalhadores nesses encontros.

As reuniões acontecerão sempre às 17h, na Delegacia de Canoas (Av. Vitor Barreto, 3288).

Agenda de reuniões:

Dia 26/5 – Grupo V

Dia 29/5 – Grupo IV

Dia 02/6 – Grupo II

Dia 03/6 – Grupo III

Dia 09/6 – Grupo I

 

Ex-presidente da CUT é eleito para a presidência da Confederação Sindical Internacional

Como já era previsto, o ex-presidente da CUT nacional e da Apeoesp de São Paulo, João Antonio Felício, foi eleito presidente da maior confederação internacional de sindicatos. A CSI – Confederação Sindical Internacional, fundada em 1º. de novembro de 2006, através da fusão de duas outras gigantes do setor, a WCL e a CFTU, representa cerca de 180 milhões de trabalhadores de 161 países, reunidos em 325 entidades filiadas. É a primeira vez que um brasileiro e latino-americano é eleito para um cargo deste porte no sindicalismo internacional.

A eleição aconteceu na sexta-feira, 23 de maio. O processo teve duas etapas. Primeiro o Congresso da CSI, reunido desde o domingo, 18, em Berlim, elegeu o Conselho da entidade e a Secretária Geral (na verdade reeleita), Sharan Burrow, do movimento sindical australiano. Depois, o Conselho, com representantes das entidades filiadas, elegeu o presidente. A escolha de João Felício se deu por unanimidade – o que o tornou uma das pessoas eleitas com mais votos no mundo inteiro. O processo eleitoral do Conselho prevê que cada conselheiro vote com o número de filiados à sua entidade, o que equivale a dizer que João Felício foi eleito por 180 milhões de votos, mais ou menos.

O Congresso votou também as prioridades para a próxima gestão: filiar mais 27 milhões de trabalhadores nosm próximos quatro anos; combater o trabalho escravo em escala mundial; lutar por um salário mínimo decente em todos os países do mundo; e intervir na Cúpula de Paris a respeito de um acordo positivo sobre as mudanças climáticas no mundo.

Durante o evento houve várias manifestações de diferentes setores que estão começando a se organizar em escala mundial. As principais foram as dos futebolistas, das trabalhadoras (es) domésticas (os) e dos taxistas. Uma das resoluções do Congresso foi o envio de uma manifestação à FIFA pedindo que ela reconsidere a escolha do Qatar para a realização do Campeonato Mundial de Futebol de 2022, porque o governo do país é considerado conivente com o trabalho escravo e é extremamente repressivo em relação às reivindicações e organizações de trabalhadores. O primeiro ato do novo presidente foi a assinatura desta carta.

Em declarações a este repórter Felício destacou que o movimento sindical está na defensiva no mundo inteiro, porque em muitos países os direitos dos trabalhadores estão sendo solapados, como, por exemplo, pelos planos de “austeridade” aqui na Europa. Este momento impõe uma luta organizada de modo acirrado pelo empoderamento dos trabalhadores e suas organizações, o que implica um fortalecimento das relaçòes sul-norte e sul-sul.

Ao mesmo  tempo, destacou que sua eleição representa um reconhecimento da atuação do sindicalismo brasileiro, já que teve muitos apoios na América Latina, África, Ásia e também em outros continentes, inclusive na Europa, América do Norte e Oceania. Houve algumas resistências localizadas, mas que foram neutralizadas pela grande quantidade de apoios recebidos, o que levou à sua eleição por unanimidade.

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