Nov 28, 2024

Cunha sofre derrota na Câmara e não consegue aprovar sua reforma política

A proposta de mudar o sistema eleitoral brasileiro para o polêmico distritão, defendida pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha, e criticada por cientistas políticos, foi derrotada na noite dessa terça-feira, 26. A forma de eleger deputados e vereadores, portanto, continuará a mesma. A mudança foi a primeira proposta da reforma política a ser votada pelos deputados. 

Ainda na madrugada desta quarta-feira, eles também decidiram pela não inclusão na Constituição Federal do financiamento empresarial de campanhas, outro ponto defendido por Cunha. A votação sobre o tema continua nesta quarta e se decidirá se o financiamento de pessoas físicas será permitido ou se só valerá o governamental, como defende, por exemplo, o PT.

Por 267 votos contrários e 210 favoráveis, o distritão não conseguiu os 308 votos necessários (três quintos da Casa) para que se alterasse a Constituição. Pelo modelo, cada Estado seria considerado um “distrito” (por isso era chamado de distritão) e seriam eleitos os deputados e vereadores com maior número de votos, na ordem. Isso, dizem os defensores da mudança, evitaria distorções como o fator “puxador de voto”, causadas pelo atual sistema proporcional, onde um candidato com grande número de votos elege candidatos menos votados de sua coligação.

A medida, entretanto, é vista com restrição por especialistas, que consideravam que ela enfraquecia os partidos políticos e encarecia as campanhas porque, para ser eleito, um candidato precisaria ter mais visibilidade. Uma petição contrária a ela, assinada por 177 cientistas políticos, foi encaminhada a Cunha na última semana. “O distritão é primitivo, burro”, disse o professor de ciência política da USP, Fernando Limongi, um dos signatários.

Apesar das restrições apontadas pelos especialistas, Cunha costurou um acordo durante toda essa segunda-feira para tentar aprovar a proposta. Para alguns analistas, ele seria um dos grandes beneficiários, pois tem uma grande quantidade de votos em seu Estado e recebe muita verba de financiamento. “A grande vantagem do distritão é facilitar a sobrevivência dos próprios políticos, principalmente os do PMDB, que já não têm estrutura partidária nenhuma", explicou Carlos Pereira, professor de ciência política da FGV-Rio.

Na própria segunda, ele acordou com líderes dos partidos que enterraria a comissão especial formada para discutir a Proposta de Emenda à Constituição sobre a reforma política. O grupo, que por três meses ouviu especialistas sobre as reformas, deveria votar o relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que apesar de ter sido indicado por Cunha era contrário ao distritão. No entanto, opresidente da comissão, Rodrigo Maia (DEM-RJ), favorável aodistritão, adiou a sessão que aconteceria na segunda e, depois, a cancelou. Nos bastidores se dizia que a proposta, muito provavelmente, teria parecer contrário da comissão especial, o que poderia influenciar a opinião de deputados na votação do Plenário, marcada para essa terça-feira. Na reunião de líderes ficou decidido que a matéria seria votada apenas no Plenário e o próprio Maia apresentou um novo relatório, em que defendia a proposta.

Nesta terça-feira, Cunha respondeu às críticas de que teria dado um “golpe” para aprovar a proposta que defendia. “A decisão do colegiado de líderes que quis trazer a matéria para discutir hoje não visou a subtrair o trabalho de quem quer que seja. E, sim, ter um ordenamento que permitisse o destaque para que todas as preferências sejam postas em discussão. A decisão não foi da presidência [da Câmara] e, sim, do colégio de líderes”, disse ele, antes da votação. Cunha fez questão de ressaltar, entretanto, que não aprovar a proposta significaria “votar no modelo que existe hoje”. Além da proposta do distritão, já haviam sido derrotadas as propostas de voto fechado em lista, defendida apenas pelo PCdoB, e a do voto distrital misto, defendida pelo PSDB.

O resultado da votação sobre o distritão, entretanto, permanecia uma incógnita até o momento do resultado. Não se sabia qual seria o tamanho da influência de Cunha diante dos parlamentares. Dois partidos, o PSDB e o DEM, liberaram seus deputados para votarem como quisessem, o que dificultava as contas. E, para confundir ainda mais o quadro, o PCdoB orientou que seus parlamentares votassem favoravelmente à proposta, apesar de há apenas seis dias tê-lachamado de “retrocesso”. Depois da derrota do distritão, também foi reprovada a mudança para o modelo distritão misto, um quarto tipo, que misturava o distritão e o proporcional, que é o atual. Entenda as diferenças entre os quatro modelos aqui.

A derrota foi comemorada pelos deputados de esquerda. Chico Alencar (PSOL-RJ), que no dia anterior chamou de "golpe" a manobra de Cunha, disse em seu Twitter: "O poder não pode tudo o tempo todo".

O resultado acabou emperrando a reforma política já no primeiro ponto. Para os especialistas, entretanto, o modelo atual, com o voto proporcional, é o melhor dentre os apresentados. “É muito raro haver um caso de puxador de voto forte. A norma não é essa. Nosso sistema permite a transferência de votos. Você vota em alguém e, se a pessoa foi sobrevotada ou subvotada, seu voto é aproveitado por outro candidato”, explica Limongi. “É um sistema que permite aproveitar o voto do eleitor.”

As votações da reforma política devem acontecer até a próxima quinta-feira, na seguinte ordem: financiamento de campanha, fim da reeleição, tempo de mandato, coincidência ou não das eleições municipais com as estaduais e federais, cota para as mulheres, fim das coligações eleitorais para deputados e vereadores, entre outros.

Nesta quarta, os deputados retomam às 12h a discussão sobre as demais propostas de financiamento que serão permitidas. Primeiro, decidem se só valerão as doações de pessoas físicas e do Governo. Caso a proposta também saia derrotada, definem se o financiamento só será público. Se, ao final, nada for aprovado, tudo continua como é hoje. O financiamento empresarial, entretanto, corre o risco de deixar de ser permitido. Hoje, apesar de ocorrer amplamente, o modelo não consta na Constituição e, por isso, o Supremo Tribunal Federal discute sua constitucionalidade. Deputados favoráveis a ele tentavam incluí-lo antes do parecer final dos ministros (seis já votaram pela inconstitucionalidade). A votação está parada há um ano.

El País

Reunião do CNAP debate auxílio-farmácia e pagamento de níveis

O Sindipetro-RS esteve presente no Conselho Nacional dos Aposentados e Pensionistas (CNAP), que aconteceu na última semana, nos dias 19 e 20 de maio, em Belo Horizonte, juntamente com os representantes dos 11 sindicatos fupistas e com o coordenador da FUP, José Maria Rangel.

Abrindo as atividades do CNAP, o Conselheiro Deliberativo da Petros, Paulo César Martin, fez um relato da situação do Plano Petros BD e do Plano Petros 2. O Plano Petros BD fechou o ano de 2014 com déficit técnico de R$ 6,1 bilhão, porém as medidas de ajustes e correção desses números negativos serão analisadas pelo Conselho Deliberativo da Fundação, visando reduzir os resultados apresentados. Já em relação ao PP2, os relatos foram favoráveis, pois o Plano fechou o ano com resultados positivos.

Benefício Farmácia

A grande discussão ficou por conta da nova operadora do Benefício Farmácia. Ficou constatado que os mesmos problemas enfrentados no RS são os mesmos do restante do país. Zé Maria informou que antes do final do mês vai acontecer uma nova reunião com a Petrobrás e a Global Saúde para agilizar as soluções dos problemas. O prazo final para a realização do cadastro é no próximo dia 30, e até agora dos 294 mil participantes, 183 mil fizeram o cadastramento.

Pagamento dos Níveis

 

Com relação ao pagamento dos níveis, a Petros já liberou o pagamento para aproximadamente 4500 pessoas que não tinham ação na justiça. Em breve, a Fundação estará liberando o termo para o grupo que tem na justiça (os associados do Sindipetro-RS fazem parte dessa ação coletiva).

Ainda durante o CNAP, o Sindipetro-RS encaminhou uma proposta para que haja isonomia salarial para aqueles que tiveram indeferidos os processos de níveis na justiça. Este pleito visa equiparar o ganho dos níveis para todos os participantes aposentados e pensionistas, o que contemplaria cerca de 3900 beneficiários.

Próxima Caravana terá presença do Conselheiro Deliberativo da Petros

A 38º Caravana do Sindipetro-RS, será realizada dia 11 de junho (quinta-feira), a partir das 15h, na sede do Sindicato. Nesta edição o diretor da FUP e Conselheiro Deliberativo da Petros Paulo César Martin, o PC, falará sobre o déficit técnico do Plano Petros da Petrobrás e as demonstrações contábeis do Plano Petros 2. Além disso, serão tratados temas como o Benefício Farmácia e as alterações a partir da nova operadora, o pagamento dos Níveis, Acordo Coletivo e entre outros. No final terá uma confraternização entre os participantes.

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