Nov 25, 2024

Tarso Genro abre o III Fórum da Igualdade

O governador do Estado, Tarso Genro, realizou a conferência de abertura do III Fórum da Igualdade “Não há liberdade sem igualdade – Só não vê quem não quer”, noite desta segunda-feira, 08, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Tarso elogiou a realização de um evento como o III Fórum da Igualdade numa época em que há “um grande esforço dos meios de comunicação de massa em moldar opiniões subordinadas ao gosto do capital financeiro.”

Segundo ele, atualmente há dois conflitos fundamentais: o mercado perfeito e a igualdade a se constituir pelo direito humano, pelos que não compactuam com as guerras, com a exclusão, com a irrelevância dos menores que estão fora do mercado.

“Nas disputas de utopias sempre aparece a questão da liberdade. Nos dias atuais, lutamos pela liberdade de imprensa e de expressão, de fazer circular livremente uma opinião, o que é um pilar fundamental da democracia”, disse Tarso.

Tarso defendeu uma regulamentação dos meios de comunicação que impeça os monopólios e oligopólios nas empresas de comunicação. “É necessário um sistema que não seja dependente dos grandes grupos, pois esse financiamento determina a ideologia da informação”, acredita.

Por fim, o governador leu o parágrafo 5º do artigo 220 da Constituição, que diz que os meios de comunicação não podem ser objeto de monopólio e o artigo 221 que dispõe sobre a produção e a programação dos programas de rádio e televisão no Brasil.

“Sem dúvida, se esses artigos fossem de fato, aplicados, boa parte da programação sairia do ar, pois estão muito longe da nossa Constituição”, finalizou Tarso.

Participação popular e democratização do Estado

Após foi realizado o painel “Participação popular e democratização do Estado”, com representantes dos movimentos sociais.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, ressaltou que para a classe trabalhadora, a conquista da democracia foi bastante cara. “E precisamos sempre lutar pela manutenção da democracia, porque se ela estragar, quem ganha são as elites”, disse.

Nespolo lembrou que o evento é um contraponto ao Fórum da Liberdade. “Lá na PUC, há um setor da sociedade reunido, que não gosta da esquerda, principalmente da esquerda organizada. Portanto, o desafio do nosso Fórum da Igualdade é revigorar os nossos temas para disputarmos as nossas agendas.”

Já a representante da Marcha Mundial das Mulheres, Cláudia Prates, afirmou que não há liberdade numa sociedade apropriada pelo capitalismo. “Não há liberdade sem igualdade. Perseguiremos essa utopia até que todas as mulheres sejam, verdadeiramente, livres”, declarou.

Também participaram do painel, o presidente da CTB, Guimar Vidor; o integrante do Instituto Justiça Fiscal, Dão Real Pereira dos Santos; o representante da Via Campesina, Adalberto Martins (Pardal); o representante da Conam, Valério Lopes; o deputado estadual, Raul Carrion (PC do B) e o vereador, Alberto Kopittke (PT).

O III Fórum da Igualdade acontece até esta terça-feira, 09.

CUT-RS

Autor de ‘A Privataria Tucana’ vai disputar Academia Brasileira de Letras com FHC

 

Um grupo de jornalistas, intelectuais e professores universitários progressistas lança nesta segunda-feira (8) uma campanha para defender o nome do jornalista Amaury Ribeiro Júnior para a Academia Brasileira de Letras (ABL).

Jornalista premiado, hoje funcionário da TV Record, Ribeiro Jr. é autor do best-seller “A privataria tucana”, livro-reportagem denuncia irregularidades na venda de empresas estatais durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

A candidatura de Ribeiro Jr. visa se contrapor à do próprio Fernando Henrique, que está inscrito para disputar a cadeira de número 36, que está vaga desde que o jornalista e escritor paulista João de Scantimburgo morreu, em 22 de março passado.

As inscrições de candidaturas na ABL podem ser feitas até 26 de abril. Depois deste prazo, a entidade marca em até 60 dias uma reunião para a eleição, em que o novo imortal deve ter a metade mais um dos votos dos atuais imortais para ser eleito para a cadeira.

Leia, a seguir, o manifesto da candidatura de Amaury Ribeiro Jr. Para assinar, clique aqui.

“A PRIVATARIA É IMORTAL - Amaury Ribeiro Júnior para a Academia Brasileira de Letras

Não é a primeira vez que a Academia Brasileira de Letras tem a oportunidade de abrir suas portas para o talento literário de um jornalista. Caso marcante é o de Roberto Marinho, mentor de obras inesquecíveis, como o editorial de 2 de abril de 64:

"Ressurge a Democracia, Vive a Nação dias gloriosos" – o texto na capa de "O Globo" comemorava a derrubada do presidente constitucional João Goulart, e não estava assinado, mas trazia o estilo inconfundível desse defensor das liberdades. Marinho tornou-se, em boa hora, companheiro de Machado de Assis e de José Lins do Rego.

Incomodada com a morte prematura de "doutor" Roberto, a Academia acolheu há pouco outro bravo homem de imprensa: Merval Pereira, com a riqueza estilística de um Ataulfo de Paiva, sabe transformar jornalismo em literatura; a tal ponto que – sob o impacto de suas colunas – o público já não sabe se está diante de realidade ou ficção.

Esses antecedentes, "per si", já nos deixariam à vontade para pleitear – agora - a candidatura do jornalista Amaury Ribeiro Junior à cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras.

Amaury, caros acadêmicos e queridos brasileiros, não é um jornalista qualquer. É ele o autor de "A Privataria Tucana" – obra fundadora para a compreensão do Brasil do fim do século XX.

Graças ao trabalho de Amaury, a Privataria já é imortal! Amaury Ribeiro Junior também passou pelo diário criado por Irineu Marinho (o escritor cubano José Marti diria que Amaury conhece, por dentro, as entranhas do monstro).

Mas ao contrário dos imortais supracitados, Amaury caminha por outras tradições. Repórter premiado, não teme o cheiro do povo. Para colher boas histórias, andou pelas ruas e estradas empoeiradas do Brasil. E não só pelos corredores do poder.

Amaury já trabalhou em "O Globo", "Correio Braziliense", "IstoÉ", "Estado de Minas", e hoje é produtor especial de reportagens na "TV Record". Ganhou três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo. Tudo isso já o recomendaria para a gloriosa Academia. A obra mais importante do repórter, entretanto, não surge dos jornais e revistas. "A Privataria Tucana" – com mais de 120 mil exemplares comercializados – é o livro que imortaliza o jornalista.

A Privataria é imortal - repetimos!

O livro de Amaury não é ficção, mas é arte pura. Arte de revelar ao Brasil a verdade sobre sua história recente. Seguindo a trilha aberta por Aloysio Biondi (outro jornalista que se dedicou a pesquisar os descaminhos das privatizações), Amaury Ribeiro Junior avançou rumo ao Caribe, passeou por Miami, fartou-se com as histórias que brotam dos paraísos fiscais.

Estranhamente, o livro de Amaury foi ignorado pela imprensa dos homens bons do Brasil. Isso não impediu o sucesso espetacular nas livrarias - o que diz muito sobre a imprensa pátria e mais ainda sobre a importância dos fatos narrados pelo talentoso repórter.

A Privataria é imortal! Mas o caminho de Amaury Ribeiro Junior rumo à imortalidade, bem o sabemos, não será fácil. Quis o destino que o principal contendor do jornalista na disputa pela cadeira fosse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

FHC é o ex-sociólogo que – ao virar presidente – implorou aos brasileiros: "Esqueçam o que eu escrevi". A ABL saberá levar isso em conta, temos certeza. É preciso esquecer.

Difícil, no entanto, é não lembrar o que FHC fez pelo Brasil. Eleito em 1994 com o apoio de Itamar Franco (pai do Plano Real), FHC prometeu enterrar a Era Vargas. Tentou. Esmerou-se em desmontar até a Petrobras. Contou, para isso, com o apoio dos homens bons que comandam a imprensa brasileira. Mas não teve sucesso completo.

O Estado Nacional, a duras penas, resistiu aos impulsos destrutivos do intelectual Fernando.

Em 95, 96 e 97, enquanto o martelo da Privataria tucana descia velozmente sobre as cabeças do povo brasileiro, Amaury dedicava-se a contar histórias sobre outra página vergonhosa do Brasil - a ditadura militar de 64. Em uma de suas reportagens mais importantes, sobre o massacre de guerrilheiros no Araguaia, Amaury Ribeiro Junior denunciou os abusos cometidos pela ditadura militar (que "doutor" Roberto preferia chamar de Movimento Democrático).

FHC vendia a Vale por uma ninharia. Amaury ganhava o Prêmio Esso...

FHC entregava a CSN por uns trocados. Amaury estava nas ruas, atrás de boas histórias, para ganhar mais um prêmio logo adiante...

As críticas ao ex-presidente, sabemos todos nós, são injustas. Homem simples, quase franciscano, FHC não quis vender o patrimônio nacional por valores exorbitantes. Foi apenas generoso com os compradores - homens de bem que aceitaram o duro fardo de administrar empresas desimportantes como a Vale e a CSN. A generosidade de FHC foi muitas vezes incompreendida pelo povo brasileiro, e até pelos colegas de partido - que desde 2002 teimam em esquecer (e esconder) o estadista Fernando Henrique Cardoso.

Celso Lafer - ex-ministro de FHC - é quem cumpre agora a boa tarefa de recuperar a memória do intelectual Fernando, ao apresentar a candidatura do ex-presidente à ABL. A Academia, quem sabe, pode prestar também uma homenagem ao governo de FHC, um governo simples, em que ministros andavam com os pés no chão - especialmente quando tinham que entrar nos Estados Unidos.

Amaury não esqueceu a obra de FHC. Mostrou os vãos e os desvãos, com destaque para o caminho do dinheiro da Privataria na volta ao Brasil. Todos os caminhos apontam para São Paulo. A São Paulo de Higienópolis e Alto de Pinheiros. A São Paulo de 32, antivarguista e antinacional. A São Paulo de FHC e do velho amigo José Serra - também imortalizado no livro de Amaury.

Durante uma década, o repórter debruçou-se sobre as tenebrosas transações. E desse trabalho brotou "A Privataria Tucana".

Por isso, dizemos: se FHC ganhar a indicação, a vitória será da Privataria. Mas se Amaury for o escolhido, aí a homenagem será completa: a Privataria é imortal!

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Se você apoia Amaury para a ABL, deixe abaixo seu nome, profissão e/ou entidade. Veja quem já aderiu à campanha "A Privataria é imortal":

Altamiro Borges
Antonio Cantisani Filho
Breno Altman
Cândido Grzybowski
Conceição Lemes
Daniel Freitas
Dermi Azevedo
Diogo Moysés
Elis Regina Brito Almeida
Emiliano José
Emir Sader
Enio Squeff
Ermínia Maricato
Flavio Wolf Aguiar
Gilberto Maringoni
Inácio Neutzling
Ivana Jinkings
Joaquim Ernesto Palhares
Joaquim Soriano
João Brant
José Arbex Jr.
Julio Guilherme De Goes Valverde
Katarina Peixoto
Ladislau Dowbor
Laurindo Leal Filho
Lúcio Manfredo Lisboa
Luiz Carlos Azenha
Luiz Fernando Emediato
Luiz Gonzaga Belluzzo
Marcel Gomes
Marcio Pochmann
Marco Aurelio Weissheimer
Marcos Dantas
Paulo Henrique Amorim
Paulo Salvador
Raul Millet Filho
Reginaldo Nasser
José Reinaldo Carvalho
Renato Rovai
Rodrigo Vianna
Samuel Pinheiro Guimarães
Venício Lima
Wagner Nabuco”

Carta Maior

Lutar pelo restabelecimento dos direitos dos aposentados e pensionistas

Na sexta-feira, dia 12, caravanas de militantes da ativa, aposentados e pensionistas das diversas bases da FUP chegarão ao Rio de Janeiro para o ato nacional que será realizado em frente à sede da Petrobrás, exigindo que a empresa assuma integralmente suas responsabilidades com a AMS e demais direitos da categoria afetados pelo fim do antigo convênio com o INSS. Será mais uma importante mobilização da FUP para pressionar a Petrobrás a resolver o impasse gerado pela suspensão do convênio que a empresa mantinha há mais de 30 anos com o Instituto.

Desde que o convênio foi cancelado pelo INSS, a FUP e seus sindicatos têm se mobilizado, cobrando da Petrobrás a garantia dos direitos e conquistas previstos no ACT, mas que foram impactados pelo fim do convênio. É o caso do desconto da contribuição da AMS para os aposentados e pensionistas. A pressão garantiu o compromisso da Petrobrás em manter a assistência médica, enquanto o convênio estivesse suspenso. A luta agora é para regularizar de forma definitiva esse direito.

Novo convênio com INSS não tem participação da Petrobrás

O convênio que a Petros firmou no último dia 02 com o INSS tem validade de cinco anos, mas não tem participação da Petrobrás, como previa o convênio antigo que foi suspenso em fevereiro. O novo convênio regulariza a cobrança e concessão de novos empréstimos por parte da Petros, o repasse de contribuições às entidades associativas, mas ainda não resolve a questão da AMS, nem o calendário de pagamento dos benefícios nas mesmas datas da ativa.

A FUP já solicitou uma reunião com a Petros para discutir essas questões e cobrar novamente o restabelecimento integral dos direitos dos aposentados e pensionistas.  Não admitiremos que esse convênio feito pela Petros de forma emergencial isente a Petrobrás de suas responsabilidades. Além disso, a FUP continua cobrando que os atuais e futuros aposentados e pensionistas da Transpetro sejam também abrangidos pelo convênio. A luta, portanto, continua e a categoria precisa estar atenta e mobilizada.

FUP

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