Nov 27, 2024

Centrais sindicais farão ato unificado dia 9 de abril e cobram audiência com Dilma

Na primeira reunião de 2014, a CUT e as demais centrais sindicais decidiram realizar um ato unificado no próximo dia 9 de abril. Ainda sem local e horário definidos, a mobilização tratará da pauta que foi entregue em 2013 à presidenta Dilma Rousseff e não avançou.

Na agenda estão reivindicações como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim do fator previdenciário e a regulamentação da negociação com os servidores públicos.

As centrais também cobrarão uma audiência com a presidenta até o final do mês para discutir os temas que a classe trabalhadora não abre mão de ver avançar.

“Essa reunião reafirmou a unidade da classe trabalhadora e que, independente das eleições, iremos manter a pressão e a mobilização para que as propostas que começamos a discutir em 2013 tenham um desdobramento”, afirmou o Secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre.

De acordo com o dirigente, o momento é propício para os trabalhadores apresentarem uma avaliação sobre a conjuntura e colocar na mesa as expectativas em relação ao próximo governo. “Temos preocupação com a política econômica e industrial: não concordamos com o aumento de juros, não concordamos que o Brasil faça o inverso dos países mais desenvolvidos, importando produtos de alta tecnologia e exportando manufaturados. Porque esse cenário compromete o nosso desenvolvimento. Queremos ainda que a reforma agrária ande, que o governo tome medidas para combate a rotatividade e não aceitaremos retrocessos na política de valorização do salário mínimo”, pontuou.

Ainda em relação às eleições, afirmou Nobre, as centrais construirão uma agenda unitária para entregar aos candidatos, independente de quais apoiarem.  

Copa, ditadura e intervenção do Ministério Público – Secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo, falou sobre a proposta de um contrato trabalhista de curta duração costurada entre o governo e empresários.

Com o argumento de suprir as demandas para os grandes eventos como a Copa do Mundo, o modelo permitiria ao empregador contratar por até 14 dias num mês e 60 dias num ano sem necessidade de assinar a carteira de trabalho. A medida foi rechaçada pelas centrais, que irão apresentar uma contraproposta .

“Havíamos acordado com os empresários e o governo , em uma mesa do setor hoteleiro, que não haveria precarização durante a Copa ou qualquer outro evento que teremos no país. O que nos surpreendeu foi a apresentação dessa proposta, a partir da articulação entre empresários e governo federal, que é contraditória ao que foi negociado. Somos contra, inclusive, porque remete a mudanças na CLT e cria mais um modelo de contratação no Brasil para ampliar a precarização. Poderemos ter um trabalhador por semana durante vários meses, sem que tenha registro na carteira”, criticou.

Para o diretor Executivo da CUT, Júlio Turra, as centrais devem estar atentas para defender os direitos dos trabalhadores, especialmente nesta reta final das obras. “Tivemos casos de trabalhadores que morreram e, como em alguns estados a construção está atrasada, vão acelerar o processo e podemos ter mais problemas. Às centrais compete revindicar os trabalhadores e não aceitar que a Copa deixa um legado negativo”, falou.

Turra também lembrou que em 2014 o Brasil relembra os 50 anos do golpe militar de 1964 e tratou da importância de as centrais estarem unidas na Comissão da Verdade para cobrar justiça e reparação aos trabalhadores perseguidos, torturados e assassinados pela ditadura. “Temos que promover manifestações públicas para marcar este ano”, sugeriu.

A reunião definiu ainda a criação de um grupo de trabalho para discutir a ingerência do Ministério Público no funcionamento das entidades sindicais, desde a forma de sustentação até as eleições. A expectativa é que os trabalhos comecem na próxima semana e definam um documento para apresentar ao Poder Judiciário.

CUT

Sem negociação com a FUP, Petrobrás lança programa de incentivo ao desligamento

FUP exige recomposição imediata dos efetivos

A Petrobrás apresentou à FUP nesta sexta-feira, 17, seu mais novo programa de redução de custos, batizado de POP – Programa de Otimização da Produtividade – que incentiva a demissão voluntária de trabalhadores já aposentados pelo INSS e os que estiverem aptos a solicitar aposentadoria até o dia 31 de março.  O programa será aberto entre 13 de fevereiro e 31 de março e abrangerá 8.379 petroleiros, dos quais 6.879 já estão aposentados. É preciso ter no mínimo 55 anos para aderir ao incentivo, que será de 10 remunerações, acrescido de 40% do FGTS, com piso e teto estabelecidos pela empresa.

Assim como outros programas implementados recentemente pela Petrobrás (PROCOP, PROEF, Mobiliza), o POP está sendo imposto de forma autoritária, sem qualquer negociação prévia com a FUP e seus sindicatos. Apesar da situação dos petroleiros aposentados que continuam na ativa ser constantemente pautado pela Federação nos fóruns de negociação com a empresa – foi, inclusive, objeto da pauta de reivindicações dos trabalhadores durante a negociação do ACT, os gestores sempre se negaram a discutir este tema com as representações sindicais. Agora, em um momento crítico de acidentes recorrentes, em função de efetivos já reduzidos, a Petrobrás lança um programa de incentivo à demissão, autoritário e discriminatório.

O POP será melhor detalhado pela empresa até o dia 11 de fevereiro, mas o que já foi divulgado aponta que os trabalhadores serão tratados de forma discriminatória. O programa será controlado integralmente pelas gerências que, de acordo com seus critérios, classificarão a situação de cada petroleiro apto a aderir ao POP. Entre as discriminações, estão valores diferenciados, de acordo com o cargo e área em que o trabalhador atue, e a reposição de vagas será garantida somente nas unidades operacionais, mesmo assim se os postos de trabalho forem considerados como atividades-fim.

A FUP criticou duramente o autoritarismo dos gestores da Petrobrás ressaltou que a redução do quadro próprio de trabalhadores agravará ainda mais os inúmeros problemas já denunciados pelo movimento sindical em função da redução de efetivos. Isso impactará, principalmente, os petroleiros do regime administrativo, que já sofrem acúmulo de funções e de trabalho, após amargarem 15 longos anos sem recomposição de efetivos, durante os governos neoliberais. 

A FUP exigiu que todos os postos de trabalho liberados pelo POP sejam repostos imediatamente pela empresa. “Os petroleiros já estão vivendo uma situação gravíssima de insegurança, como comprovam os recentes acidentes”, ressaltou o coordenador da Federação, João Antônio de Moraes. A FUP também quer discutir os termos do programa com os gestores da Petrobrás, para que os direitos da categoria sejam respeitados e para que não haja qualquer tipo de discriminações contra os trabalhadores.

 

Petrobras anuncia plano de demissão voluntária

A diretoria executiva da Petrobras aprovou um plano de incentivo a desligamentos voluntários de funcionários, "visando contribuir para o alcance das metas de desempenho do Plano de Negócios e Gestão (PNG)", segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira (17).

 

A estatal não informou o número de funcionários que podem deixar a empresa, mas disse que receberá inscrições voluntárias dos empregados desligáveis com 55 anos de idade ou mais.

 

Segundo a Petrobras, o plano de demissão voluntária visa adequar os efetivos da empresa ao plano de negócios e "atender aos interesses da companhia compatibilizando com as expectativas dos empregados".

 

Por volta das 14h, as ações ordinárias daPetrobras subiam 0,48% na Bovespa, e as preferenciais avançavam 0,71%. O Ibovespa tinha baixa de 0,72%.

 

Confira a íntegra do comunicado da Petrobras:

 

"A Diretoria Executiva da Petrobras aprovou ontem (16/1) um Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário - PIDV.

 

Este Plano é fruto da implantação do Programa de Otimização de Produtividade - POP, que tem por objetivo influenciar positivamente na produtividade da Petrobras visando contribuir para o alcance das metas de desempenho do Plano de Negócios e Gestão (PNG).

 

A proposta do PIDV foi desenvolvida de forma a planejar e sistematizar os desligamentos dos empregados que se inscreverem no programa atendendo aos seguintes objetivos: adequar os efetivos da companhia ao PNG; atender aos interesses da companhia compatibilizando com as expectativas dos empregados e preservar os conhecimentos existentes na companhia.

 

Em seu desenvolvimento o PIDV considerou que as inscrições serão voluntárias e abrangentes a todos os empregados desligáveis com idade igual ou superior a 55 anos.

 

A companhia manterá seus acionistas e demais partes interessadas informadas sobre o desenvolvimento do Programa."

G1

 

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