Nov 29, 2024

Movimentos convocam Plenárias para 31 de março por Mais Democracia, Mais Direitos e Combate à Corrupçã

A CUT, a CTB, o MST, a UNE, o MAB, a CMP em conjunto com outros movimentos populares do campo e da cidade, da juventude, feministas e combate ao racismo realizam no próximo dia 31 de março plenárias em todo o Brasil para discutir a luta pelo fortalecimento da democracia, em defesa da Petrobrás, dos direitos da classe trabalhadora, contra o retrocesso - político, econômico, social e trabalhista -, pela implementação do projeto de desenvolvimento econômico com justiça e inclusão social que ajudamos a construir.

Neste sentido, é urgente realizar reformas populares – política, agrária, urbana, tributária e da comunicação -, para avançar no projeto democrático e popular.

DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA

A agenda do desenvolvimento que defendemos não pode ser alterada sob qualquer pretexto. Queremos mais e melhores empregos e renda. Queremos aumento progressivo de investimentos em habitação popular, saúde, educação e saneamento básico.

Os direitos da classe trabalhadora têm de ser preservados e as conquistas ampliadas. E, hoje, defender os trabalhadores é lutar contra medidas de ajuste fiscal que restringem e dificultam o acesso a direitos adquiridos e políticas públicas conquistadas com muita luta e mobilização.

As MPs 664 e 665, que alteram prazos de carência e diminuem os números de trabalhadores e trabalhadoras com direito ao seguro desemprego, ao abono salarial e pensão por morte e auxílio-doença, são ataques a direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora.

Para combater fraudes o governo deve aprimorar a fiscalização; combater a alta taxa de rotatividade taxando as empresas onde os índices de demissão imotivada são mais altos do que as empresas do setor; ratificando a Convenção 158 da OIT.

Para reduzir gastos públicos e promover uma economia de R$ 18 bilhões, como justificou ao anunciar essas MPs, o governo tem uma série de alternativas que não reforçam uma estrutura que já é desigual e injusta. Que taxe as grandes fortunas, que crie o imposto sobre grandes heranças, que combata a sonegação de impostos, que taxe bens de luxo como jatinhos e iates que não pagam impostos e tantas outras medidas que não mexem com os direitos da classe trabalhadora.

No Congresso Nacional, a luta é contra o Projeto de Lei 4330, que libera a terceirização para todos os setores das empresas e, com isso, contribui para aumentar o emprego precário, reduzir os salários e colocar em risco a vida dos/as trabalhadores/as. Esse projeto acaba com direitos trabalhistas, como férias e 13º salário.

 

POR MAIS DEMOCRACIA

Nós que lutamos pela democratização do Brasil desde a época da ditadura militar e nesta jornada vimos companheiros/as serem presos, torturados e mortos, defendemos e queremos consolidar e aperfeiçoar a democracia brasileira, uma das maiores conquistas do povo brasileiro nas últimas décadas.

É fundamental garantir os direitos constitucionais que conquistamos. Por isso, dizemos “Não a Golpes” ou quaisquer tentativas de interromper o mandato de um governo legitimamente eleito com mais de 54 milhões de votos.

A luta por direitos e pela consolidação da democracia brasileira pressupõe liberdade de expressão, pressupõe a comunicação como um direito de todos e todas. Defendemos uma nova legislação, com o fim do monopólio e liberdade de expressão não apenas para os donos dos meios de comunicação e, sim, para toda a população. A verdade da elite não é a nossa verdade. A pauta que interessa a elite não é a pauta da classe trabalhadora, que estamos levando para as ruas e que é ignorada pela maioria da grande mídia. 

REFORMA POLÍTICA

Um país democrático valoriza a participação do povo na política. Hoje, o povo está sub-representado no Congresso Nacional. A maioria das campanhas dos parlamentares eleitos no ano passado foi financiada por empresas. Esse é o caminho mais fácil e rápido para condutas antiéticas e uma porta aberta para a corrupção.

Quem realmente quer combater a corrupção luta pela Reforma Política, com mais participação e controle popular e o fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais.

Exigimos que o ministro Gilmar Mendes, que há um ano não se pronuncia sobre seu voto acerca do financiamento empresarial de campanhas políticas, considerado inconstitucional por seis dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), se pronuncie imediatamente.

DEFENSA DA PETROBRÁS

Defender a Petrobrás é defender o Brasil. A Petrobrás pertence ao povo brasileiro, nasceu da histórica luta "o petróleo é nosso" e tem importância estratégica para garantir a soberania, estimular e desenvolver a industrialização, gerar grande quantidade de empregos e desenvolvimento com justiça e inclusão social em nosso país. É compromisso de todos lutar para defender a Petrobrás e o petróleo brasileiro.

As empresas petroleiras estrangeiras articuladas com parte da grande mídia atacam diariamente a Petrobrás, a maior e mais importante empresa estatal nacional. O objetivo é inviabilizar a Companhia para privatizá-la e entregar o pré-sal para as petroleiras estrangeiras.

Eles querem acabar com a "lei de partilha" e com o "fundo soberano", que vão destinar parte do lucro do petróleo para a saúde e a educação. Eles querem  acabar com a "política de conteúdo local" que estimula a industrialização e geração de empregos no Brasil.

Nós queremos que todos os corruptos e corruptores sejam investigados, tenham direito a defesa e, se condenados, sejam exemplarmente punidos. Somos contra a corrupção e vamos exigir punição a todos os envolvidos. Mas, um grupo de executivos da Petrobrás e das empresas que têm negócios com a companhia não pode ser confundido com os mais de 80 mil trabalhadores e trabalhadoras que transformaram a Petrobrás na empresa mais importante do País.

É nossa obrigação, também,  impedir que as empresas nacionais sejam inviabilizadas para dar lugar a empresas estrangeiras. As empresas brasileiras detêm tecnologia de ponta empregada na construção das maiores obras no Brasil e no exterior.

No dia 31 de março vamos mobilizar e organizar nossas bases, organizando plenárias em todos os estados para discutir estratégias de luta, garantir que a agenda progressista que elegemos seja respeitada e implementada pelo governo. Vamos mostrar a garra, coragem e disposição dos movimentos sindical, social, estudantil, feminista e da juventude na luta pela manutenção dos direitos adquiridos e pela ampliação de novos direitos, na luta pela democracia plena.

CUT – Central Única dos Trabalhadores

FUP – Federação Única dos Petroleiros

CTB - Central Dos Trabalhadores do Brasil

UNE - União Nacional Dos Estudantes

MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

CMP – Central dos Movimentos Populares

MAB – Movimento de Atingidos Por Barragem

LEVANTE Popular da Juventude

FETRAF - Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar

FDE - Fora do Eixo Mídia Ninja

MMM - Marcha Mundial das Mulheres

PLEBISCITO Constituinte

Plataforma Operaria Camponesa da Energia

Juventude REVOLUÇÃO

UBM - União Brasileira de Mulheres

FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

CONAM – Confederação Nacional de Associações de Moradores

UNMP – União Nacional por Moradia Popular

CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras

 

FUP

A verdadeira Petrobrás que a mídia não mostra

Em dezembro de 2000, a indústria naval brasileira empregava apenas 1.910 trabalhadores, reflexo do desmonte que o setor sofreu nos anos 90. A partir de 2003, com a decisão política do governo Lula de nacionalizar as encomendas da Petrobrás, a indústria naval voltou a se reerguer e fechou 2014 com 82.472 empregos diretos e mais de 300 mil indiretos, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

A Petrobrás responde por mais de 90% da carteira de encomendas dos estaleiros instalados no país. Segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), 23 dos 50 maiores projetos offshore do mundo estão hoje no Brasil. Estudo do Sinaval revela que o setor tem tido um crescimento médio de 19,5% ao ano, desde 2004, e movimenta atualmente R$ 149,5 bilhões.

Evitar o retrocesso

Esse ciclo de recuperação da indústria naval, no entanto, pode ser interrompido, se as tentativas de enfraquecimento da Petrobrás não tiverem a devida resposta da sociedade. Os ataques especulativos que visam inviabilizar economicamente a estatal colocam em risco as contratações no Brasil de plataformas, sondas, navios petroleiros e barcos de apoio. "Já estamos sofrendo as consequências dessa crise, com demissões em diversos estaleiros, que reduziram ou paralisaram obras. Pelo menos 10 mil postos de trabalho já foram fechados", alerta Edson Rocha, coordenador do Setor Naval da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.

"A defesa da Petrobrás passa pela defesa da política de conteúdo nacional, que tem garantido empregos e investimentos no Brasil, e, principalmente, pela defesa do pré-sal, que desde a sua descoberta tem sido objeto de disputa dentro e fora do país. Esses são os grandes interesses que estão por trás das tentativas de desmonte da Petrobrás", ressalta o coordenador da FUP, José Maria Rangel, frisando a importância dos petroleiros se engajarem nas diversas frentes de luta em defesa da estatal.

FUP

Congresso lança frente parlamentar em defesa da Petrobrás

Será lançada nesta terça-feira, 24, às 17h, na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras. De acordo com o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), articulador e presidente do colegiado, o objetivo principal da frente é tentar separar duas pautas: a referente à apuração dos crimes de corrupção e a empresa em si. “A Petrobras não se confunde com corrupção e é um símbolo nacional. Queremos levantar no Congresso, além do debate sobre Operação Lava Jato e apurações sobre denúncias, que existe uma outra Petrobras que não é necessariamente a empresa envolvida nesses escândalos”, diz Magalhães.

O parlamentar acredita que o Congresso e a sociedade precisam reagir contra tentativas de “esquartejar” a petroleira brasileira, que significa vender partes da companhia, prejudicando seu caráter vertical.

A frente promoverá uma mobilização interna, no Congresso, para tentar barrar iniciativas de quebrar o regime de partilha, adotado na área do pré-sal, e também propostas de privatização.

Outro movimento é fazer mobilizações fora do Parlamento. Os membros da frente pretendem aprofundar articulações com movimentos sociais, dialogar com a presidência e a direção da Petrobras, com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e com a Agência Nacional do Petróleo, para monitorar os impactos da crise na indústria. Os parlamentares têm a intenção de “mobilizar a classe política, principalmente os governadores, que são os mais afetados pela redução das atividades da Petrobras”, diz Magalhães.

Magalhães lembra que há setores influentes que não disfarçam intenção de privatizar atividades da Petrobras, “que hoje é uma empresa verticalizada, do poço ao posto”.

Segundo ele, “existem propostas veiculadas por aí” para vender partes da companhia. “Fernando Henrique e o senador (José) Serra (PSDB-SP) estão propondo vender atividades como refino, distribuição de combustíveis. Isso é um retrocesso, é voltarmos ao tempo de exportação de produtos primários e manufaturados”, afirma o presidente da frente parlamentar.

Em entrevista a um portal de internet há menos de um mês, Serra defendeu que “a Petrobras deveria ser dividida em empresas autônomas”. “Eu não teria nenhum problema de desfazer, ou conceder, ou associar a Petrobras em áreas diversas, que ela não tem que estar”, declarou o tucano. Logo após a deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, o ex-presidente FHC escreveu um artigo pregando que a oposição precisava "tomar a unha o pião dos escândalos da Petrobras" e reafirmar "a urgência de mudar os critérios de governança das estatais".

“Nós defendemos a integralidade da Petrobras”, explica Davidson Magalhães. “A empresa que defendemos na frente parlamentar é a Petrobras que agora, em fevereiro, bateu recorde de produção, que está entre as dez maiores petroleiras do mundo, é responsável por quase 20% dos investimentos do país e 10% do PIB.”

A tentativa de quebrar a verticalidade da estatal, de acordo com os membros da frente, é contrária à criação de emprego no país e diminuiria a venda de produtos com maior valor agregado. “Isso está na contramão do esforço que a indústria brasileira tem que fazer, para produzir produtos com maior valor agregado incorporando mais tecnologia. Estamos liderando em nível internacional a produção em águas profundas, com o pré-sal.”

Interesses internacionais

O deputado baiano aponta para interesses internacionais que sairiam vencedores do enfraquecimento e venda de partes da estatal. “Qual é o capital nacional que tem condições de comprar setores da companhia? Nenhum. Isso vai acabar sendo jogado na mão de grandes empresas multinacionais num momento em que conseguimos autossuficiência em petróleo, estamos no caminho para buscar a mesma coisa em gás natural e precisamos avançar na área do refino.”

Segundo Magalhães, nove das dez maiores petroleiras do mundo são empresas verticalizadas, que estão no refino, na venda de combustível, na indústria química e de fertilizantes. “Se você limita a atuação, se faz um esquartejamento da Petrobras, é um retrocesso do ponto de vista da industrialização.”

Para ser criada, a frente teve o apoio de 210 deputados federais e 42 senadores, que subscreveram a proposta de criação. Além de Davidson Magalhães, a coordenação é formada pelos deputados Vicentinho (PT-SP), Aliel Machado (PCdoB-PR), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Zeca do PT (PT-MS) e os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Antonio Carlos Valadares (PSB, ex-governador de Sergipe), Fátima Bezerra (PT-RN) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Brasil 247

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