Mortes no rastro da privatização do petróleo. Dois acidentes em menos e 72 horas
Dois petroleiros morrem em menos de 72 horas em plataformas contratadas pela Petrobrás na Bacia de Santos
Um dia após ter arrematado oito blocos de petróleo na 11ª Rodada, a Queiroz Galvão protagonizou mais um acidente de trabalho em suas plataformas. Mirival Costa da Silva, 35 anos, perdeu a vida em um acidente na manhã do último dia 15, à bordo da SS-83, plataforma de perfuração da Queiroz Galvão, contratada pela Petrobrás na Bacia de Santos. Ele caiu de uma das cestas da plataforma, a uma altura de sete metros, quando realizava uma operação.
Menos de 72 horas após esse acidente, outro petroleiro de empresa privada, Leandro de Oliveira Couto, 34 anos, também morreu em circunstâncias semelhantes, no sábado, 18, a bordo da plataforma de perfuração SS-69, operada pela Seadrill a serviço da Petrobrás, tambem na Bacia de Santos. O plataformista morreu imediatamente após sofrer uma queda de uma altura de 20 metros, durante uma operação de descida de revestimento em um poço. Foi o quarto acidente fatal este ano no Sistema Petrobrás, envolvendo trabalhadores de empresas prestadoras de serviço.
Além de comprometer a soberania energética, a privatização e terceirização das atividades de petróleo têm precarizado as relações de trabalho no Brasil, deixando um rastro de mortes, amputações, doenças crônicas e acidentes ambientais. As petrolíferas privadas só visam o lucro. Não têm qualquer compromisso social ou com a soberania do país e menos ainda com os trabalhadores. A maior parte dessas empresas atua de forma antissindical, desrespeita a legislação e tem por prática a terceirização de atividades fins, como já vem acontecendo na Petrobrás. Desde 1995, pelo menos 329 petroleiros morreram em acidentes de trabalho no Sistema Petrobrás, dos quais 265 eram contratados de empresas privadas.
FUP