Retomada do Polo Naval leva esperança ao povo gaúcho

O presidente Lula e a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, e da Transpetro, Sérgio Bacci, assinaram contrato de construção de quatro navios com investimentos da ordem de US$ 69,5 milhões por embarcação, nessa segunda-feira (24), em Rio Grande. A construção será feita pelo consórcio dos estaleiros Rio Grande e MacLaren e devem gerar cerca de quatro mil empregos. Os navios serão utilizados para transporte de derivados de petróleo na costa brasileira e irão ampliar a capacidade de atendimento da Transpetro à Petrobras, reduzindo a necessidade de afretamento.

O anúncio integra o Programa de Renovação e Ampliação da Frota da Petrobrás, que faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o desenvolvimento da indústria naval brasileira. No total, a Petrobras fará a aquisição de 44 embarcações, todas já contratadas ou em processo de licitação, com investimentos de R$ 22 bilhões na indústria do setor.

A retomada da indústria naval brasileira foi um dos compromissos de campanha do presidente Lula já que o setor tem um alto potencial de geração de emprego e renda e fortalecimento da soberania.

Durante as falas, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, falou que o da era de colheita para os petroleiros e para a população brasileira. “A indústria naval brasileira está retomando suas atividades com apoio da Transpetro e da Petrobrás, com horizontes promissores, com perenidade e permitindo novas oportunidades. Esse evento é simbólico porque se dá no maior estaleiro da América latina que estava parado, sem obras, mas esse tempo acabou e 2025 ficará na história da cidade como o momento da virada para uma vida melhor”.

Já a presidenta da Petrobrás, Magda Chambriard, falou dos investimentos da Companhia para o setor e para o RS e lembrou as ações da Petrobrás para a reconstrução do Estado como um dever de uma política estatal, ciente das necessidades da população brasileiro. Segundo ela, nos projetos da Petrobrás para o quinquênio estão previstos investimentos em exploração, logística, parque de refino, transição energética, entre outros. Ela destacou que a refinaria Riograndense vai ser a primeira planta do país a entregar derivados de óleo 100% renováveis, a partir de investimentos da ordem de R$ 5,5 bilhões, criando cerca de quatro mil empregos. Por fim alertou aos empresários que a Petrobrás vem acelerando os investimentos e, portanto, os fornecedores locais devem se preparar para enfrentar esse desafio. “Não existe país forte, sem indústria forte e vamos precisar dos empresários, de fornecedores fortes, de mão de obra qualificada e com treinamento específico”, concluiu.

Representando os petroleiros e a FUP, a presidenta do Sindipetro-RS, Miriam Cabreira, em sua fala saudou a iniciativa da Petrobrás/Transpetro e falou da emoção desse momento para os trabalhadores. “A gente sabe o quanto são importantes políticas públicas para desenvolver esta região”, destacou lembrando outros momentos em que foram evidenciadas obras estruturantes para a metade sul do Estado. Infelizmente, acrescentou, este projeto de crescimento foi brutalmente interrompido a partir de 2016.

Segundo Miriam, a partir de 2016, os governos que se sucederam (Temer/Bolsonaro) fizeram um esforço para acabar rapidamente com tudo que vinha sendo feito e, inclusive, com a própria Petrobrás. A partir daí, segundo ela, a FUP e a categoria petroleira iniciaram um movimento de resistência contra os ataques à estatal e foi feita a primeira greve que tinha como eixo principal a defesa de um projeto de Petrobrás, com a “Pauta pelo Brasil”. “De lá para cá nunca deixamos de disputar o papel econômico e social da Petrobrás para o Brasil e hoje a gente pode garantir e comemorar que essa luta valeu a pena. É dia de celebrar a resistência feita ao longo desses dez anos”, destacou ela.

Miriam também reiterou a importância da Transpetro e da Petrobrás no enfrentamento às enchentes no RS e, mais uma vez, frisou a importância do Sistema Petrobrás. “Vamos continuar lutando e gritando que defender a Petrobrás é defender o Brasil”, finalizou ela, repetindo o grito de guerra dos petroleiros que ecoou em todas as manifestações contra a venda da estatal ao longo dos últimos anos.

“DOEU NO CORAÇÃO”

Finalizando o ato, o presidente Lula lembrou os esforços para fortalecer a indústria naval e revelou que “doeu no coração” ver, a partir de 2016 nos estaleiros brasileiros, um amontoado de ferro ser vendido como sucata, em um setor que já tinha sido, até 2016, uma grande indústria e que, no seu auge, chegou a ser responsável por mais de 114 mil empregos.

Ele lembrou que para um país continental como o Brasil, com uma imensa faixa marítima, investir na indústria naval é também uma questão de soberania. Lula reiterou que, quando assumiu, pegou o país semidestruído, e que a indústria naval era um bom exemplo desta situação. “Destruir é muito mais fácil do que construir, e o povo brasileiro viu isso acontecer. E esta é uma lição que deve ficar para cada um, para que não volte a se repetir”, finalizou.

CARTA ELABORADA PELO SINDIPETRO-RS ENTREGUE AO PRESIDENTE LULA

Durante a atividade em Rio Grande, dirigentes do Sindipetro-RS entregaram ao vice-governador, Geraldo Alckmin e ao presidente Lula, propostas para a atuação da Petrobrás no RS, através de suas unidades e subsidiárias: REFAP, UTE, TRANSPETRO e TBG. Entre os temas contidos na carta, está a própria retomada do Polo Naval, saudado pelos trabalhadores, além de questões como geração de empregos com antecipação da execução de projetos na REFAP, acelerar o processo de exploração da Bacia sedimentar de Pelotas, investimentos na infraestrutura de gás natural, garantir, nos contratos, um percentual de mão de obra local, e inúmeras ações de combate a enchentes e alagamentos, com ações de melhoria ambiental no entorno da refinaria, ações de prevenção e mitigação de crises climáticas, entre outras.

 

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